Discurso durante a 237ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Louvor à iniciativa do Grupo RBS de instituir a Campanha Institucional Violência do Trânsito - Isso Tem que Ter Fim. (como Líder)

Autor
Sérgio Zambiasi (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RS)
Nome completo: Sérgio Pedro Zambiasi
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CODIGO DE TRANSITO BRASILEIRO.:
  • Louvor à iniciativa do Grupo RBS de instituir a Campanha Institucional Violência do Trânsito - Isso Tem que Ter Fim. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 20/12/2007 - Página 45991
Assunto
Outros > CODIGO DE TRANSITO BRASILEIRO.
Indexação
  • ENCAMINHAMENTO, MESA DIRETORA, REQUERIMENTO, SUBSCRIÇÃO, ORADOR, PAULO PAIM, PEDRO SIMON, SENADOR, SOLICITAÇÃO, VOTO, ELOGIO, INICIATIVA, REDE DE TELECOMUNICAÇÕES, ATUAÇÃO, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), ESTADO DO PARANA (PR), REALIZAÇÃO, CAMPANHA, CONSCIENTIZAÇÃO, COMBATE, ACIDENTE DE TRANSITO, ESPECIFICAÇÃO, CONSUMO, BEBIDA ALCOOLICA.
  • COMENTARIO, PESQUISA, INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA (IPEA), JORNAL, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), ZERO HORA, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ADVERTENCIA, SUPERIORIDADE, OCORRENCIA, ACIDENTE DE TRANSITO, HOMEM, JUVENTUDE, NECESSIDADE, CONSCIENTIZAÇÃO, MOTORISTA, PEDESTRE, REIVINDICAÇÃO, GOVERNO, AMPLIAÇÃO, FISCALIZAÇÃO, TRANSITO.

            O SR. SÉRGIO ZAMBIASI (PTB - RS. Pela Liderança do PTB. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente Epitácio Cafeteira. Peço apenas a sua generosidade e sua compreensão se, por eventualidade, ultrapassar em alguns minutos o tempo, porque o tema que pretendo abordar aqui é relevante e considero importante não apenas para o nosso Rio Grande do Sul, Senador Paulo Paim, mas para o Brasil. É um pedido de reflexão que nós estamos fazendo.

            Estamos às vésperas das celebrações do Natal e do Ano Novo, mas o que poderia ser motivo apenas para alegria, convívio, harmonia, confraternização e paz, infelizmente, nestes festejos, nem sempre é o que acontece.

            Uma das principais causas de preocupação para todos é a violência no trânsito. Para se ter idéia, somente nos últimos dois finais de semana, o trânsito matou 46 pessoas em acidentes ocorridos em ruas, avenidas e estradas do Rio Grande do Sul.

            Aliás, essa estatística terrível e brutal não pára de crescer. Um menino de três anos de idade morreu atropelado, agora de manhã, na cidade de Lajeado e, em Cachoeirinha, na entrada da cidade, na região metropolitana de Porto Alegre, mais duas pessoas morreram em um acidente grave também agora de manhã, Senador Paulo Paim. O trânsito realmente promove uma verdadeira carnificina.

            No verão passado, nos 90 dias da estação, 379 pessoas morreram no trânsito gaúcho. Caso se repita a sina da temporada passada, cuja amostra trágica já tivemos nos dois últimos fins de semana e nesta trágica manhã de quarta-feira, este verão, que está começando, acende a luz amarela para os responsáveis pela fiscalização do trânsito nas rodovias.

            Diante desse quadro de tragédias, quero louvar, desta tribuna, a iniciativa institucional do Grupo RBS de Comunicações, que está lançando hoje sua nova bandeira institucional, que é um apelo à paz nas estradas. A Campanha “Violência no trânsito, isso tem que ter fim” quer conscientizar o público que mais mata e morre no trânsito no Brasil, Senador Alvaro Dias: os homens jovens, com idades entre 18 e 29 anos.

            “Eles pisam no acelerador e suas famílias choram. Eles competem nas rodovias e abreviam suas vidas. Eles se julgam ases no volante e ultrapassam os limites de segurança de suas máquinas. Eles bebem antes de dirigir e comprometem os próprios reflexos. Eles se imaginam imortais - e não são. Por isso, os homens jovens aparecem como principais vítimas e também como principais causadores dos acidentes de trânsito que interrompem 35 mil vidas por ano no Brasil. Não se trata de uma generalização irresponsável, mas, sim, de uma tendência apontada pelas estatísticas: de acordo com o Denatran, 46% dos condutores envolvidos em acidentes com vítima no Brasil, cuja idade do motorista foi informada, têm até 29 anos e 31,8% dos acidentes com vítima no Rio Grande do Sul, considerando o percentual em que a idade é informada, envolvem condutores com até 29 anos. Outros levantamentos indicam que os jovens estão envolvidos em 70% dos acidentes graves.

            Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), o Brasil gasta cerca de R$22 bilhões por ano com vítimas de acidentes de trânsito, o equivalente a 1,2% do PIB nacional e mais do que o orçamento do próprio Ministério da Saúde. Mas o custo econômico, dá para se dizer, é insignificante se for comparado à dor das famílias enlutadas e ao contingente de mutilados que sobrevivem ao morticínio diário das estradas brasileiras. E o que mais dói é saber que tudo isso é evitável com uma simples mudança de comportamento.

            Por tais razões, o Grupo RBS decidiu direcionar o foco de sua campanha institucional e editorial deste verão para os jovens condutores de veículos. Nas próximas semanas, sob o slogan “Violência no trânsito, isso tem que ter fim”, todos os veículos do Grupo passarão a divulgar anúncios e reportagens mostrando que é possível, sim, alterar comportamentos temerários que estão na origem das tragédias de trânsito. O recado é para os jovens, mas vale também para motoristas e pedestres de todas as idades, uma vez que todos podem contribuir para a preservação de vidas.

            Pesquisas do Journal of the American Medical Association revelam que o jovem corre duas vezes mais risco de provocar acidente grave do que motoristas mais experientes. Se ele estiver acompanhado de outros da mesma faixa etária, o perigo aumenta. Um motorista jovem acompanhado de três amigos jovens tem três vezes mais probabilidade de se envolver em acidente grave do que um jovem dirigindo sozinho. O motivo: ele fica tentado a impressionar os colegas com velocidade e manobras pouco seguras.

            Especialistas estimam que, de cada dez jovens que completam dezoito anos, quatro já sabem guiar. Como os pais podem evitar que adolescentes, mesmo os habilitados, corram riscos no volante? O primeiro passo é a conscientização. O segundo é o exercício da autoridade: corte do acesso ao veículo ao primeiro sinal de irresponsabilidade na condução. Mas é importante, também, oferecer alternativas, como dar dinheiro para o táxi e buscá-los nas festas”.

            Para encerrar, reproduzo aqui e me associo, Senador Cafeteira e Senador Paulo Paim, ao pungente apelo que a colunista Rosane de Oliveira escreve hoje em sua página do jornal Zero Hora.

As estatísticas mostram que os jovens são as principais vítimas da violência no trânsito. Mas não é de estatísticas que quero falar. É dos rostos que estão por trás das estatísticas, dos sonhos interrompidos por um choque frontal, uma capotagem ou um atropelamento.

Quero pedir a esses meninos e meninas que já dirigem para não abusarem da velocidade, para não dirigirem depois de ingerir bebidas alcoólicas, a respeitarem as regras de trânsito. E aos que ainda não têm habilitação, fazer uma recomendação de mãe: que não peguem carona com amigos alcoolizados, que chamem um táxi, que não acreditem na imortalidade.

Do Poder Público devemos exigir que fiscalize, compre bafômetros, continue com as blitze nas saídas de bares e boates e nas estradas que levam ao litoral. [No Rio Grande do Sul, temos um ditado popular que diz que o gaúcho não tira férias, faz veraneio. As famílias dirigem-se aos milhares para o litoral já a partir da semana que vem, às vésperas do Ano Novo.]

Que instale controladores de velocidade e continue multando quem ultrapassa os limites, porque essa guerra precisa ter fim.

 

            Concluindo, deixo aqui um requerimento à Mesa, assinado por mim, pelo colega Paulo Paim e pelo colega Pedro Simon, encaminhando um voto de louvor ao Grupo RBS em face dessa campanha institucional “Violência no trânsito, isso tem que ter fim”.

            É uma homenagem desta Casa a essa importante iniciativa do Grupo de Comunicações RBS, nas pessoas do seu Presidente do Conselho Administrativo, Jayme Sirotsky, e seu Diretor-Presidente, Nelson Pacheco Sirotsky.

            Esta era a manifestação de apoio, de solidariedade e de louvor ao Grupo RBS, e não apenas ao Grupo RBS, mas a todos os veículos de comunicação do Brasil que, conscientes da sua importância, como agentes de conscientização e de educação, lançam, todos os anos, campanhas de conscientização para que a população tenha mais respeito no trânsito.

            Espero que o resultado em vidas seja o melhor possível para que todos tenhamos um Natal melhor e um Ano Novo ainda melhor.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/12/2007 - Página 45991