Discurso durante a 229ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração da abertura da Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência.

Autor
Marisa Serrano (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Marisa Joaquina Monteiro Serrano
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL.:
  • Comemoração da abertura da Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência.
Aparteantes
Arthur Virgílio.
Publicação
Publicação no DSF de 12/12/2007 - Página 44651
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • IMPORTANCIA, SENADO, DEBATE, MATERIA, INTERESSE SOCIAL, APOIO, ASSOCIAÇÃO DOS PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS (APAE), ENTIDADE, ATENDIMENTO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, SOLIDARIEDADE, ORADOR, TRABALHO, FLAVIO ARNS, SENADOR, PROMOÇÃO, IGUALDADE, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO.

A SRª MARISA SERRANO (PSDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, convidados, amigos aqui presentes, todos que estão nos vendo e ouvindo, é sempre emocionante estar nesta tribuna e falar das grandes questões nacionais. Às vezes, reclamo um pouco aqui, porque, como cheguei a esta Casa este ano, faz-me falta que o Senado discuta os problemas maiores da sociedade brasileira, trazendo-nos propostas, sugestões e soluções para esses problemas.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Senadora Marisa Serrano, permite-me um aparte?

A SRª MARISA SERRANO (PSDB - MS) - Pois não, Senador Arthur Virgílio.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Como o dia de hoje é excepcional, e V. Exª mal começa seu discurso, que sei que será brilhante, peço-lhe este aparte para dizer que o Presidente Sérgio Guerra e eu precisamos ir ao velório do Governador Ottomar Pinto, nosso companheiro de partido e figura íntegra da política brasileira.

A SRª MARISA SERRANO (PSDB - MS) - Governador de Roraima.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Governador de Roraima. Soube hoje que, com muita humildade, ele se internou no Instituto do Coração (InCor), em Brasília, sem dizer que era Governador. Perguntaram-lhe o nome, e ele deu o nome dele, Ottomar de Souza Pinto, e pronto. Estamos indo lá, mas não podíamos deixar de apartear alguém - e que bom que foi justamente V. Exª! -, para dizer da nossa solidariedade aos portadores de necessidades especiais, ou deficientes físicos, ou que nome queiram dar - nem sei o que é mais politicamente correto. Quero expressar minha solidariedade, minha ligação com eles, no meu Estado e no País. Cito como símbolo o Breno Viola, que é campeão de judô, que tem Síndrome de Down, que ganha de todo mundo que é lutador de judô e que tenha a Síndrome de Down e que, às vezes, ganha de muita gente de elite, que não tem a Síndrome de Down, mas que tem o peso dele. Eu me lembro também daquela reporterzinha que, outro dia, entrevistou o Melodia; era uma reporterzinha portadora da Síndrome de Down. E digo ainda da minha ligação com a Associação Amazonense dos Amigos dos Autistas, com a Pestalozzi, com a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), no meu Estado. Em outras palavras, quando vi aquela Paraolimpíada, com figuras fisicamente lesionadas, algumas com lesão cerebral, obtendo aquelas marcas tão excepcionais, eu, sinceramente - e olhe que pratico muito esporte! -, fiquei em dúvida se o deficiente físico não era eu. Portanto, esta é uma solidariedade e o reconhecimento de que há diferença, mas de que não há superioridade nossa em relação a eles, de jeito algum! Muito obrigado. (Palmas.)

A SRª MARISA SERRANO (PSDB - MS) - Obrigada, Senador Arthur Virgílio, que, junto com o Senador Sérgio Guerra, vai levar ao nosso companheiro e à família do companheiro Ottomar Pinto nossas condolências.

Eu falava da nossa angústia quando grandes temas, temas importantes para nossa sociedade, não são debatidos nesta tribuna ou quando não encontramos as soluções que deveríamos encontrar. E, se há um tema que tenho certeza de que é unanimidade nesta Casa, trata-se do apoio àqueles que têm qualquer tipo de dificuldade, como disse o Senador Arthur Virgílio, àqueles que chamamos de portadores de necessidades especiais.

Todos nós aqui falamos das Apaes, da Pestalozzi e das inúmeras entidades que trabalham com portadores da Síndrome de Down, com autistas e com aqueles que têm qualquer tipo de deficiência física. Em qualquer lugar do Brasil, essas entidades têm o apoio da sociedade; não é diferente nesta Casa, pois qualquer projeto que para cá venha no sentido de apoiar essas instituições sempre terá o apoio dos Senadores e das Senadoras. Sabemos das necessidades do nosso povo e, pelo menos, dos 10% de cidadãos brasileiros que têm qualquer tipo de deficiência.

Coloco-me à disposição. Tenho conversado muito com o Senador Flávio Arns, que, nesta Casa, é um grande batalhador. Como Deputados Federais, trabalhamos juntos na Câmara, e S. Exª sempre fazia sua pregação. Sempre digo ao Senador Flávio Arns que S. Exª tem em mim uma companheira com quem pode sempre contar. Estarei sempre junto não apenas a S. Exª, mas também a todos aqueles que trabalham para fazer com que nossas diferenças se tornem semelhanças naquilo que é importante para o País: fazer todos cidadãos de primeira classe. Não podemos pensar em diferenças regionais, nas diferenças do Norte ou do Sul do País, de quem está do lado do Atlântico ou daqueles que vêm, como eu, da fronteira com o Paraguai ou de outras fronteiras. Não pode haver restrições nem de pobreza nem em termos éticos. Nada pode fazer com que o brasileiro não seja um cidadão de primeira classe, e essa tem de ser nossa luta. Todos têm de ter oportunidades, todos têm de encontrar condições de fazer deste um País melhor para vivermos. Essa tem de ser nossa luta, indistintamente.

Esta Casa tem de estar sempre ao lado daqueles que lutam para que não haja diferenças, para que todas as nossas potencialidades sejam colocadas à disposição de um mundo melhor, de um mundo de paz, de um mundo de concórdia, de um mundo de fraternidade. É por isso que estamos aqui.

Deixo, portanto, meu registro de apoio a todos aqueles que trabalham pelo bem-estar físico e mental da sociedade brasileira, onde quer que estejamos, para onde formos e a que “minoria” pertençamos. Aqui não há mulheres, homens, crianças, jovens, idosos. Todos somos brasileiros, amamos esta terra e temos de fazê-la a melhor para todos nós.

Eram essas as minhas palavras, Sr. Presidente. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/12/2007 - Página 44651