Pronunciamento de Inácio Arruda em 11/12/2007
Discurso durante a 229ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoração da abertura da Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência.
- Autor
- Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
- Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA SOCIAL.:
- Comemoração da abertura da Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/12/2007 - Página 44658
- Assunto
- Outros > POLITICA SOCIAL.
- Indexação
-
- IMPORTANCIA, SEMANA, VALORIZAÇÃO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, DEBATE, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO, RECONHECIMENTO, CONTRIBUIÇÃO, CIDADANIA.
- HOMENAGEM, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, ESPECIFICAÇÃO, CIDADÃO, ESTADO DO CEARA (CE), SUPLANTAÇÃO, LIMITAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, CIDADANIA.
O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, convidados, Srª Verônica Calheiros, quero cumprimentar todos e dizer que este dia e esta sessão solene que abre a III Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, para mim, tem um significado muito especial, porque se trata do esforço do poder público brasileiro no sentido de fazer com que se diminua bastante no Brasil algo que já teve início, que progride, mas que precisa alargar-se mais e rápido, que é a quebra de todos os preconceitos com as pessoas que, por alguma razão, precisam de cuidados, de atenção especial, que tenham algum tipo de deficiência considerada por nós outros, que pensamos sempre que somos absolutamente os normais.
Esses precisam reconhecer o outro da forma como cada um é, sabendo que o outro pode contribuir intensamente para a sociedade brasileira. E faço isso, ao render essa homenagem na comemoração da abertura de uma semana inteira que tratará da questão do deficiente no Brasil, lembrando não só o meu convívio familiar com quem tem uma necessidade especial, não apenas de um irmão tetraplégico, como também de dezenas, centenas de pessoas do povo, simples, que têm demonstrado todos os dias o seu potencial, a sua capacidade.
E faço igualmente uma homenagem especial à figura de uma jovem chamada Mariana, lá do meu Estado. Ela tem Síndrome de Down, mas é dançarina, é cantora, é funcionária do Banco do Nordeste do Brasil; ela discursa, debate os temas mais importantes da vida política, econômica e social do nosso País. Ela opina sobre a questão do Mercosul, sobre os novos governantes da nossa Região, sobre o que acontece no mundo, em que ainda as bombas e os armamentos sofisticados são a coqueluche de determinados segmentos industriais. Então, é uma pessoa que tem uma deficiência, mas que é normalíssima, porque raciocina o nosso mundo, participa, dá a sua contribuição com muita eficiência.
Então, quero prestar essa homenagem as pessoas com alguma deficiência. Sei que, com isso, podemos abrir mais ainda, alargar mais ainda o caminho não com bombas, mas com o afeto que os portadores de alguma deficiência têm demonstrado aos demais, aos outros ditos normais; abrir o caminho para que, não com bombas, possamos detonar todos os preconceitos da nossa sociedade, a sociedade brasileira, que sempre vê incapacidade ou na deficiência, ou na pobreza, ou na cor, ou no analfabetismo. Então, todo esse território é o território da deficiência. E esse território todo, que é um território do povo brasileiro, tem demonstrado grande capacidade não só para superar suas deficiências, mas a capacidade de governar nossa Nação.
Acho que é esse o caminho que estamos abrindo neste momento, meu caro Presidente César Borges, V. Exª que dirige de forma tão brilhante a sessão de hoje do Senado Federal.
Portanto, quero deixar registrado - e, ao fazê-lo, aumentamos a responsabilidade de todos nós - que podemos ajustar não só nossa conduta do dia-a-dia, mas também que podemos dar os instrumentos, oferecer os meios para que os que consideramos “deficientes” tenham a oportunidade de demonstrar toda sua capacidade.
Muito obrigado. (Palmas)