O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Major Ottomar de Sousa Pinto foi um homem que eu conheci engenheiro, com três anos de formado.

     No começo da minha vida profissional eu construí como engenheiro o aeroporto de Mossoró, obra contratada pela Aeronáutica. O fiscal da obra era o Major Ottomar Pinto, baixinho, atarracado, um azogue. Era formado em Engenharia, em Economia, em Medicina e em Direito. Era um fiscal atento, exigente e amigo. Ele conseguia reunir essas qualidades todas. Ele era absolutamente inclemente na fiscalização das obras sob sua responsabilidade. Não abria um milímetro em matéria de controle de qualidade, mas era um bom amigo.

     Eu me casei em 1979 e havia sido engenheiro na obra de Mossoró em 1978. Para o meu casamento, no Rio de Janeiro, convidei o Major Ottomar e quando menos esperava ele apareceu em meu casamento. Ele era assim!

     Depois eu continuei a conviver com Ottomar porque depois do aeroporto de Mossoró, por exigência dele, a empresa em que eu trabalhava ganhou a concorrência para fazer a modernização do aeroporto de Natal e por exigência dele eu fui ser o chefe da obra do aeroporto de Natal e lá convivemos um bom tempo mais.

     Depois disso, eu fui morar em Recife e depois no Maranhão, e ele seguiu a carreira na Força Aérea Brasileira e chegou a brigadeiro e de brigadeiro chegou a político. Era só o que faltava: médico, advogado, economista, engenheiro, político.

     Presidente Tião Viana, ele terminou Governador do Estado; foi Governador do Estado várias vezes. Eu vou assinar esse requerimento; faço-o com tristeza, mas com orgulho. Nós estamos homenageando um cidadão de muito boa qualidade, daqueles que nascem de cem em cem anos. Eu o encontrei não faz quinze dias, ele e Marluce, sua esposa, ex-Senadora, minha querida e dileta amiga, que deve estar sofrendo e sofrendo muito. Deve estar vindo de Roraima para cá.

     E eu quero, com esse singelo e rápido depoimento, demonstrar o meu sentimento pessoal pela perda do amigo. Mas, como político, como Líder de um Partido, quero manifestar a perda de um cidadão que, como brasileiro, foi também um grande político, a quem Roraima deve muito, a quem o Congresso Nacional deve muito. Ele foi Deputado Federal. Nos períodos entre seus governos, ele foi Deputado Federal, e deixa uma lacuna e deixa o Brasil mais pobre. A ele, aos filhos e à minha querida amiga Marluce, o meu sentimento de político e de amigo pessoal.