Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da política energética do governo Lula. Condena precipitação daqueles que previram "apagão elétrico" em razão da estiagem do início do ano.

Autor
Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Defesa da política energética do governo Lula. Condena precipitação daqueles que previram "apagão elétrico" em razão da estiagem do início do ano.
Aparteantes
Flexa Ribeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 14/02/2008 - Página 1666
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • CRITICA, IMPRENSA, ESPECIALISTA, INEXATIDÃO, ALEGAÇÕES, CRISE, SISTEMA ELETRICO, BRASIL, PROMOÇÃO, ALARME, OPINIÃO PUBLICA, OBJETIVO, PREJUIZO, GOVERNO.
  • ELOGIO, SEGURANÇA, SISTEMA ELETRICO, PROVIDENCIA, GOVERNO FEDERAL, COMPETENCIA, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, AUMENTO, SISTEMA ELETRICO INTERLIGADO, APROVEITAMENTO, EXCEDENTE, REGIÃO, AMPLIAÇÃO, NUMERO, USINA TERMOELETRICA, ANUNCIO, APRESENTAÇÃO, DADOS.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, vou falar brevemente, para uma comunicação inadiável, sobre o alarmismo elétrico.

            O Brasil entrou em 2008 alarmado com a possibilidade de uma nova crise elétrica. A imprensa, baseada em análises de alguns “especialistas”, ficou mostrando que o Brasil estaria à beira de um novo apagão elétrico.

            Entretanto, como todos vimos e vivemos, não houve crise alguma. O que houve foi muita precipitação por parte de alguns e irresponsabilidade por parte de outros.

            Precipitação por parte de quem, desconhecendo o funcionamento do setor elétrico, saiu vendendo notícias e alarmismos sem tomar o cuidado de consultar os órgãos responsáveis pela gestão do sistema ou, quando houve a consulta, preferiram dar crédito aos “especialistas” e torcer contra o Brasil.

            Irresponsabilidade por artes de quem, conhecendo o sistema, preferiu fazer o alarmismo para criar instabilidade social, desgastar o Governo e capitalizar politicamente.

            O que os alarmistas fazem é tentar aproveitar a memória dos brasileiros, que não esqueceram os seriíssimos problemas causados no passado que nos jogou na crise de 2001. Fazem previsões alarmistas e criam falsas crises.

            Ocorre que o Governo do Presidente Lula saneou os gravíssimos problemas encontrados no setor elétrico, e hoje temos um sistema seguro, com mecanismos de monitoramento permanente, com planejamento de curto, médio e longo prazo e, até o momento, administrado com muita responsabilidade.

            Para tristeza dos oráculos do caos, e para felicidade de todo o povo brasileiro, o sistema foi competentemente administrado e funcionou exatamente como estava planejado.

            Como todos sabemos, mais de 80% da energia oferecida anualmente aos brasileiros é de origem hidráulica e depende da sazonalidade do regime de chuvas. Essa dependência sempre foi considerada um risco para a segurança do sistema.

            Para superar o problema, o Governo Lula tomou diversas providências, como, por exemplo, aumentar o intercâmbio entre as Regiões brasileiras para evitar o que ocorreu em 2001 quando a Região Sudeste viveu a tragédia do racionamento, enquanto a Região Sul tinha reservatórios transbordando e energia sobrando. Naquela ocasião, por falta de planejamento, a capacidade de transporte de uma Região para outra era muito limitada e não foi possível aproveitar os excedentes da Região Sul para diminuir o problema no resto do País.

            Hoje, Sr. Presidente, essa situação está superada, pois temos possibilidade de realizar a transferência de energia de uma Região para outra com toda a facilidade.

            Outra providência foi prover o País de usinas térmicas, que servem de segurança para permitir que as hidrelétricas sejam aliviadas enquanto os reservatórios estiverem com suas cotas próximo ou abaixo dos níveis de segurança.

            É importante destacar e compreender que as usinas térmicas não são monumentos decorativos; elas existem para serem acionadas no momento certo, e foi exatamente o que ocorreu. Quando os mecanismos de monitoramento do setor elétrico, que foram implantados pelo Governo Lula, apontaram que os reservatórios se aproximavam de limites críticos, as usinas térmicas foram acionadas, as hidrelétricas foram aliviadas e os reservatórios foram preservados até que o período de chuvas voltasse.

            Em resumo, tudo funcionou como planejado e como todos nós que torcemos pelo Brasil desejamos que funcione.

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Nobre Senadora Serys, V. Exª me permite um aparte?

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Eu não sei se é possível.

            O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Trata-se de uma comunicação inadiável, Senador Flexa Ribeiro.

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Magnânimo Presidente, serão trinta segundos.

            O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Nós temos um discurso da Senadora Serys...

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Eu aguardo até ela concluir.

            O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Senadora, fica a seu critério. Logicamente...

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Concederei o aparte, desde que seja breve, porque o meu tempo é pouco. Eu estou numa comunicação inadiável.

            O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - É anti-regimental. É melhor que V. Exª conclua o seu discurso.

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Conclua, que falarei ao final, se V. Exª permitir.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Em resumo, tudo funcionou como planejado.

            Assim, todos os brasileiros devem ficar muito tranqüilos, pois o sistema elétrico está funcionando muito bem, sem razões para sobressaltos.

            É importante perceber que os alarmistas preocupam-se apenas com seus interesses mesquinhos e individuais. De um lado, vendem análises em que prevêem crises profundas de abastecimento. Depois, promovem seminários vendendo soluções para as crises que previram.

            De outro lado, as previsões de crise fazem oscilar as bolsas de valores. Essas oscilações provocadas se prestam preciosamente para especuladores fazerem fortunas de um dia para o outro.

            A cada nova crise anunciada, o Brasil deveria imediatamente se perguntar: quem está ganhando com isso? Hoje, ninguém vem se explicar e prestar contas ao Brasil. Ninguém! Seguidamente acontecem análises e previsões de crises equivocadas. E, depois que os equívocos se sanam, ninguém vem se pronunciar a respeito.

            Por fim, Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, quero registrar, com toda a satisfação, que o Presidente Lula está no caminho certo, inclusive no setor energético.

            Eu diria que nós precisamos ter mais cautela ao buscar informações a respeito de determinados problemas que, às vezes, parece que vão ocorrer. Faz-se aquele alarmismo, como ocorreu com o setor energético, mas, de repente...

            A questão da energia hidráulica está sanada. Está chovendo. Aliás, dizia a Senadora Fátima Cleide há pouco que, se cair mais água no rio Madeira, ele não agüentará. Lá em Mato Grosso também está tudo cheio. Quer dizer, houve um falso alarmismo, até porque temos termoelétricas para funcionar exatamente nesses momentos de possíveis crises. Elas funcionaram perfeitamente, pelo menos no meu Estado, que sempre teve dificuldade de energia. Não tivemos problema algum lá e, até onde sei, no Brasil todo.

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - V. Exª me permite um aparte, Senadora, ao final?

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Permito.

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Primeiro, quero parabenizar V. Exª pela dedicação e pela forma determinada como defende o Governo do PT. No entanto, quero que V. Exª faça uma correção até por dever de justiça: V. Exª se esqueceu de agradecer a Deus.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - A chuva.

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - A primeira palavra de V. Exª deveria ser a Deus, agradecendo-o por ter permitido que as chuvas caíssem e viessem em socorro do Presidente Lula e de todos os brasileiros, para que não tivéssemos problemas de racionamento de energia. V. Exª deveria ter dito também quantos mil megawatts o Governo Lula implantou nesses seis anos de Governo.

            (Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Senador Flexa Ribeiro, estou desligando o microfone para esclarecer que, durante a comunicação inadiável, não é permitido aparte. E não podemos ser injustos, por exemplo, com o Senador Sibá Machado, com a Senadora Fátima Cleide e, principalmente, com os demais oradores. Há trinta oradores inscritos, mais seis aqui, são trinta e seis. Não podemos aproveitar de um momento e tirar o direito dos próximos oradores. Portanto, peço que V. Exª encerre, com brevidade, o seu aparte.

            Darei mais um minuto à Senadora Serys, para que S. Exª encerre o seu pronunciamento, e peço a compreensão dos demais Senadores.

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Agradeço a gentileza do Presidente e da Senadora. Concluo dizendo que vou, depois, conversar com V. Exª para pegar algumas informações, saber quantos mil megawatts foram construídos. E todo esse processo que deu resultado agora foi feito nos Governos do PSDB.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Como ainda tenho um minuto, concedido por gentileza do nosso Presidente, Senador Papaléo Paes, com certeza, Senador Flexa Ribeiro, agradeço o seu aparte, vou lhe passar esses dados, e vamos discutir nesta tribuna, em horário de discussão, porque o meu tempo agora realmente é muito exíguo.

            Quero dizer que, com certeza, Deus está do lado do Presidente Lula. E São Pedro deu uma força. Deus está do lado do Presidente Lula porque ele está do lado do povo brasileiro. Com certeza, Deus está do nosso lado.

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/02/2008 - Página 1666