Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defende a soberania do Senado, desrespeitada pelo Ministro Guido Mantega, da Fazenda. Sauda a eleição do Deputado José Anibal, líder do PSDB na Câmara e cumprimenta o deputado Arnaldo Madeira.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Defende a soberania do Senado, desrespeitada pelo Ministro Guido Mantega, da Fazenda. Sauda a eleição do Deputado José Anibal, líder do PSDB na Câmara e cumprimenta o deputado Arnaldo Madeira.
Publicação
Publicação no DSF de 14/02/2008 - Página 1705
Assunto
Outros > SENADO. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • ELOGIO, CONDUTA, ADVOCACIA, PRESIDENCIA, SENADO, ENCAMINHAMENTO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), MATERIA, BENEFICIO, ESTADO DE RONDONIA (RO), DEFESA, SOBERANIA, LEGISLATIVO.
  • ANALISE, POSSIBILIDADE, SENADO, APROVAÇÃO, RESOLUÇÃO, ERRO, CONSTITUCIONALIDADE, NECESSIDADE, MANIFESTAÇÃO, JUDICIARIO, CRITICA, EXECUTIVO, DESRESPEITO, LEGISLATIVO, ESPECIFICAÇÃO, REPUDIO, ATUAÇÃO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), REFERENCIA, MULTA, COBRANÇA, DIVIDA, SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL (STN), ESTADO DE RONDONIA (RO), ESTADO DO PARANA (PR), AUSENCIA, CONSULTA, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), EFEITO, DESEQUILIBRIO, PODERES CONSTITUCIONAIS.
  • INFORMAÇÃO, REALIZAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, ELEIÇÃO, LIDER, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), CUMPRIMENTO, CANDIDATO.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, V. Exª agiu com o máximo de correção, como também a Advocacia do Senado e o Governo de Rondônia, no episódio. Foi muito diligente a atuação do Senador Expedito.

            O que me parece muito nítido, e esse é um dos pontos de arrazoado mais fortes que vi a expormos ao Ministro Lewandowski, que é um jurista de renome e de peso neste País, é que o Senado, eventualmente, poderia aprovar uma lei inconstitucional. Poderia fazê-lo, e alguém poderia questionar, junto ao Supremo, a constitucionalidade ou não dessa lei. Se o Supremo dissesse que a lei aprovada pelo Senado porventura era inconstitucional, o Supremo, dando ganho de causa à outra parte, justificaria a retomada dos seqüestros de recursos de Rondônia para pagamento dessa dívida, com a qual fico estarrecido. A dívida era de R$40 milhões, já foi pago R$1 bilhão, e há mais R$ 4 bilhões a serem pagos. É algo realmente que leva ao desespero e ao sacrifício o povo daquele Estado pobre, sofrido e trabalhador.

            Veja, Sr. Presidente: para mim, o que não podia ter acontecido era o Ministro da Fazenda, certamente mal assessorado pelos advogados do seu Ministério, resolver, como se fosse o Supremo Tribunal Federal, a Suprema Corte do País, e não pessoa física, demissível ad nutum pelo Presidente da República, arvorar-se em Suprema Corte, agir como se tivesse o direito de desrespeitar o Senado. E desrespeitou, a um tempo, o Senado e a Suprema Corte. Ou seja, o procedimento correto dele, se não concordava com o que o Senado aprovou, era o de perguntar a opinião do Supremo, que poderia ser favorável ou não à idéia do Ministro Mantega. Mas o que S. Exª fez me parece um duplo arbítrio, porque tenta substituir, pela sua ação, a Suprema Corte e, ao mesmo tempo, desrespeita uma decisão maciçamente respaldada pelos Srs. Senadores e pelas Srªs Senadoras nesta Casa.

            Portanto, eu gostaria de, novamente, parabenizar V. Exª pela atitude firme e pronta que tomou e, de novo, parabenizar a diligência firme do Senador Expedito Júnior, que conta com nossa solidariedade, seja porque é solidariedade para com Rondônia - sou um Parlamentar do Norte do País e agiria do mesmo jeito em relação a qualquer outro Estado da Federação -, seja porque estamos defendendo algo fundamental, que é a soberania desta Casa, que não pode ser pisada na sua autoridade, como fez o Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

            Sr. Presidente, se me permite mais um segundo, comunico à Casa que meu Partido, na Câmara, em eleição muito disputada entre dois grandes tucanos, dois grandes brasileiros, elegeu Líder o Deputado José Aníbal, ex-Presidente do Partido, que já havia sido Líder do Partido em outra ocasião. Disputou a eleição, o que valoriza sua vitória, com um ex-Líder do Governo Fernando Henrique, figura culta, preparada, honrada, ex-Secretário de Estado, homem preparado para qualquer vôo na vida publica, que é o Deputado Arnaldo Madeira.

            A eleição foi absolutamente normal: disputaram, ganhou José Aníbal, perdeu Arnaldo Madeira. A primeira providência de José Aníbal é a de se reunir com Arnaldo Madeira e compor um colégio de vice-líderes que junte as duas forças, para que o PSDB se apresente inteiro na frente de combate que lhe cabe, como partido de Oposição, na Câmara dos Deputados.

            Portanto, quero parabenizar Arnaldo Madeira pela decisão e pela coragem de concorrer e quero parabenizar José Aníbal pela vitória, desejando que faça ele uma belíssima gestão à frente da Bancada aguerrida e valorosa do meu Partido na Câmara dos Deputados. E faço isso em nome de todos os Senadores do PSDB, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.

            Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/02/2008 - Página 1705