Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solicita a Mesa Diretora o encaminhamento de um voto de aplauso ao cineasta José Padilha, pelo recebimento do Urso de Ouro no Festival de Berlim, pelo seu filme Tropa de Elite.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Solicita a Mesa Diretora o encaminhamento de um voto de aplauso ao cineasta José Padilha, pelo recebimento do Urso de Ouro no Festival de Berlim, pelo seu filme Tropa de Elite.
Publicação
Publicação no DSF de 20/02/2008 - Página 3114
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ENCAMINHAMENTO, MESA DIRETORA, SENADO, REQUERIMENTO, VOTO, ELOGIO, DIRETOR, CINEMA, RECEBIMENTO, PREMIO, AMBITO INTERNACIONAL, FILME NACIONAL, DENUNCIA, VIOLENCIA, SEGURANÇA PUBLICA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • ELOGIO, QUALIDADE, PRODUÇÃO CINEMATOGRAFICA, BRASIL.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Permita, Sr. Presidente, encaminhar à Mesa requerimento - até convido os demais Senadores a assiná-lo - para inserção em Ata de voto de aplausos, congratulações e êxito para José Padilha, diretor, e para todo o elenco do filme Tropa de Elite pela conquista do Urso de Ouro na categoria de melhor filme no Festival de Cinema de Berlim.

            Antes mesmo de sua estréia no Brasil, no dia 5 de outubro passado, o filme Tropa de Elite já era um dos mais comentados da história do cinema brasileiro, por causa da inédita pirataria de cópias não-finalizadas do longa-metragem. Mesmo assim, foi o filme brasileiro mais visto de 2007, encerrando o ano com 1,9 milhão de pagantes nos cinemas (a estimativa de cópias piratas vendidas é de 11,5 milhões).

            O sucesso popular de Tropa de Elite foi tamanho que camelôs do Rio de Janeiro e São Paulo chegaram a distribuir “continuações” do filme, na verdade vídeos institucionais produzidos pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais, divisão da Polícia Militar carioca da qual faz parte o Capitão Nascimento, protagonista do filme) para confrontar os vídeos produzidos pela facção criminosa Comando Vermelho e distribuídos nas favelas cariocas.

            Além do filme de Padilha, mais uma produção brasileira foi premiada em Berlim: Daniel Ribeiro recebeu o Prêmio Geração 14 Plus, voltado ao público jovem, pelo curta-metragem Café com Leite.

            A vitória desses filmes no Festival de Cinema de Berlim vem confirmar a excelente qualidade do cinema brasileiro, que, a cada ano, se tem destacado mais e mais. Vale a pena, aqui, mencionar outras produções como: Meu Nome não é Johnny, O Quatrilho, Olga, Gabriela, Dona Flor e seus dois Maridos e Central do Brasil, que, em 1998, também recebeu o mesmo prêmio.

            Tropa de Elite também foi alvo de críticas no Brasil por conta da maneira como trata temas polêmicos, como a violência policial no combate ao crime, a responsabilidade dos compradores de drogas e a suposta hipocrisia das passeatas de paz organizadas pela classe média. O diretor José Padilha e o protagonista Wagner Moura tiveram que defender-se da acusação de fascismo e apologia à violência no filme, a ponto de o ator, ainda em outubro, já se dizer cansado de responder às mesmas críticas.

            Mas a verdade é que o filme é, acima de tudo, um convite à reflexão de toda a sociedade para a busca de medidas que contribuam para diminuir a violência, principalmente nas grandes metrópoles brasileiras, assim como também o filme Meu Nome não é Johnny, que, avalio, receberá prêmios internacionais.

            Acredito que o Presidente Mão Santa também tenha assistido a esse filme, que, inclusive, é para ser visto por filhos e filhas acompanhados de seus pais, como tem ocorrido, conforme pude observar.

            Em debate organizado pela Folha de S.Paulo, em auditório lotado, pessoas diziam que estavam vendo aquele filme acompanhadas de seus pais, pois constituía um convite à reflexão sobre como tomarmos as medidas necessárias para diminuir a criminalidade violenta.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/02/2008 - Página 3114