A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero já deixar o meu abraço, o meu carinho e um beijo no coração de todas as mulheres brasileiras, porque sábado, dia 08 de março, comemoraremos o Dia Internacional da Mulher. Vamos ter, inclusive, na próxima terça-feira, uma sessão especial em que poderemos debater todas as questões que nos angustiam.

Trago à tribuna, no dia de hoje, como costumo e procuro sempre fazer, um pouco do mundo real, do que está acontecendo, efetiva e concretamente, no nosso País e as conseqüentes repercussões. Já há alguns dias está reservado para eu fazer esse registro, porque o site do Wall Street Journal saudou o Brasil como “o novo rei dos emergentes”, baseando-se no índice do Morgan Stanley.

De acordo com o site do Wall Street Journal, o Brasil passou a China e virou o maior emergente do mundo em capitalização de mercado. Para outro banco, o Citigroup, o salto “meteórico” se deve à Petrobras, à descoberta do campo de Tupi, ao preço das commodities, entre tantos outros motivos. O Brasil deixou para trás nada mais, nada menos do que a Coréia, Taiwan e, também, a China, que são importadores de commodities.

Também o Economy.com, da agência de avaliação Moody’s, com eco por Forbes e outros órgãos de imprensa, postou que “a economia brasileira vai continuar a avançar em 2008 apesar da recessão nos EUA”.

Parece que o nosso Copom não leu isso, porque estava explicitado, na avaliação internacional, o sucesso da economia brasileira. Há até uma afirmação de que se pode até cortar mais os juros - infelizmente, o Copom manteve a posição de não os reduzir - se a inflação se mantiver sob controle, o que, efetivamente, está acontecendo.

Outra matéria que eu separei para registrar da tribuna trata de declarações do nosso Ministro Guido Mantega, avaliando a conjuntura econômica com relação ao investment grade. Inclusive, foram manchete do jornal as palavras do Ministro Guido Mantega: “É bom, mas pode esperar”. Ou seja, é tão significativa a entrada dos investimentos estrangeiros, com impacto na cotação do dólar em nosso País, que há poucos dias a moeda americana chegou a ser cotada a R$1,60, tanto assim que torcemos pelo investment grade, o que, na prática, já vem acontecendo, ou ainda, já está colocado pelo volume significativo de ingresso de investimento estrangeiro.

Disse o Ministro Guido Mantega: “Não sei se, neste momento, o grau de investimento será um bom negócio”. Essa questão da entrada dos investimentos tem tido um impacto preocupante, sob determinados aspectos, na questão da cotação do dólar, que tem repercussão, inclusive, nas nossas exportações.

Além dessa boa avaliação dos indicadores econômicos e das perspectivas concretas, com o Brasil liderando os emergentes, sendo o maior emergente no momento, dominando e capitaneando, na economia internacional, o bom momento que estamos vivendo, sempre temos dito ao plenário que todo esse desenvolvimento econômico só vale à pena porque está sendo acompanhado da distribuição da riqueza gerada.

Ao mesmo tempo em que o Wall Street Journal coloca-nos como o capitão dos emergentes, superando a China e tantos outros países, é muito importante que o Centro Internacional da Pobreza, em parceria com a Organização das Nações Unidas e o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), confirmem o papel absolutamente relevante e importante da distribuição de riqueza por meio do Bolsa-Família. Assim também o IBGE, no levantamento feito recentemente nas principais regiões metropolitanas do País, coloca que mais de 50% da população tem carteira de trabalho assinada.

(Interrupção do som.)

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Obrigada, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - V. Exª dispõe de mais cinco minutos, com os outros cinco, são dez: é a nota que V. Exª merece: macérrima, elegante e culta. Eu sou mais a senhora ser candidata a presidente do PT do que a outra que estão falando.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Pode deixar.

Então, é muito importante esse dado, Senador Paulo Paim: o aumento significativo da população que trabalha com carteira assinada. Esses sucessivos aumentos do número de trabalhadores com carteiras assinadas já é o maior da história, desde que o IBGE faz esse levantamento.

Portanto, estamos capitaneando os emergentes, ou seja, o Brasil passa à frente de várias outras economias; estamos com um investment grade de fato já acontecendo, apesar de as agências ainda não nos terem dado essa classificação; contudo, o que importa é que isso tudo está alicerçado na distribuição da riqueza, seja por meio da geração de empregos, das carteiras assinadas, da distribuição do Bolsa-Família.

Ouço, com muito prazer, o Senador Paulo Paim, para depois eu tratar de uma outra questão.

O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Vou ser muito rápido, Senadora Ideli, mas não poderia deixar de cumprimentá-la pela brilhante sessão, hoje pela manhã, em homenagem às mulheres. V. Exª foi eleita, por unanimidade, Presidente da Subcomissão dos Direitos das Mulheres. E, com alegria, vou tomar a liberdade de, aqui no plenário, mencionar que há uma tendência na Bancada do Partido dos Trabalhadores para que V. Exª seja, mais uma vez, reconduzida como nossa Líder. Por isso que, neste dia, ao anunciar informalmente, a Bancada que vai decidir, quero dar, aqui, o meu voto favorável pela sua caminhada, pela sua história e pela forma com que se tem destacado, não somente no plenário, mas no debate de toda a conjuntura nacional. Neste momento, faz um belo pronunciamento, lembrando a importância de termos no País mais trabalhadores com carteira assinada. Meus cumprimentos a V. Exª.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Agradeço, V. Exª, Senador Paulo Paim. Vamos aguardar a reunião da Bancada na terça-feira. De qualquer forma, agradeço a gentileza com que V. Exª faz a antecipação de seu voto.

Por último, não poderia deixar de vir à tribuna no dia de hoje para agradecer ao Ministro Edison Lobão, que terminou de nos receber, a mim e ao Deputado Carlito Merss, do Município de Joinville.

Santa Catarina vivencia os bons problemas, aqueles oriundos do crescimento, do desenvolvimento e da necessidade de termos soluções rápidas para problemas emergenciais.

Joinville, hoje, está à beira de um apagão elétrico. Tanto isso é verdade que o Governador, na segunda-feira, baixou um decreto de emergência elétrica no Município de Joinville. O crescimento da demanda de energia, em Joinville, foi, nos anos de 2005 e 2006, da ordem de 3,9%; mas, nos anos de 2006 e 2007, foi de 14,8%. Portanto, houve um crescimento da necessidade de energia superior ao crescimento chinês, superior ao crescimento do nosso próprio País.

E, lá, temos a necessidade de uma subestação de distribuição de energia, uma obra emergencial, que, se não for feita rapidamente, não vamos dar conta do crescimento dessa demanda. Inclusive, Joinville tem uma perspectiva de acolher uma unidade da General Motors; a Toyota estuda a instalação de uma unidade em Joinville ou na região. Portanto, se não tivermos energia, não há como dar sustentabilidade a esse crescimento e a essas novas perspectivas que estão sendo colocadas e atraídas, inclusive por que Joinville vai sediar um campi da Universidade Federal de Santa Catarina, exatamente na área tecnológica.

O Ministro Edison Lobão, gentilmente nos recebeu há pouco, bateu o martelo e está autorizando, em nome do Ministério de Minas e Energia, a contratação emergencial da Eletrosul, para que possamos superar o período do leilão, ganhando...

(Interrupção do som.)

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - (...) algo em torno de dez meses, no mínimo, dependendo da agilidade da obra. A Eletrosul já tem o terreno em vista, já fez os estudos iniciais do projeto e as especificações técnicas, portanto, teremos condição de ganhar, pelo menos, de seis a oito meses no início da obra, tão importante para resolver essa emergência na distribuição da energia em Joinville.

Por isso, eu não poderia deixar de, aqui, agradecer o nosso Colega do Senado, que agora ocupa a Pasta de Minas e Energia, e que tão rapidamente nos atendeu, apresentando uma solução que todos nós, em Santa Catarina, esperávamos, e, de forma muito especial, Joinvile, já que estávamos muito angustiados.

Então, quero, de público, agradecer não só a gentileza de nos receber emergencialmente, mas a firmeza com que o Ministro Edison Lobão tomou a decisão e está dando o encaminhamento que todo o Estado de Santa Catarina, em particular a região norte do Estado, precisava.

Muito obrigada, Sr. Presidente.