A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Pedi a palavra pela ordem, Sr. Presidente, porque, às vezes, fica um pouco difícil conseguirmos ocupar os espaços.

     Quero apenas pedir que seja considerado na íntegra o artigo da jornalista Maria Inês Nassif que está publicado no jornal Valor Econômico, de hoje, porque esse artigo trabalha um assunto que permeou vários discursos e algumas iniciativas dos partidos de Oposição.

     Ela faz uma análise muito precisa a respeito do significado do Programa Territórios da Cidadania, traçando um histórico - o título do artigo é “Política vai parar de ganhar com a miséria”. E ela estabelece que os Territórios da Cidadania, muito mais até do que uma política são um conceito gerencial que modifica as relações de poder nos pequenos municípios. E, sobre esse conceito gerencial de programas sociais - se V. Exª me permite, inclusive porque houve elasticidade para quem me antecedeu -, vou ler um trecho do artigo:

“Há um enorme ganho, inclusive fiscal, nesse conceito gerencial. Atender uma região com o Pronaf sem que a agricultura familiar tenha assistência técnica, ou infra-estrutura para escoamento da produção, ou mesmo educação para trazer a economia de subsistência para o capitalismo, é jogar o Pronaf fora. Dar Bolsa Família sem viabilizar à agricultura familiar uma atividade produtiva é eternizar o Bolsa Família. Incentivar o beneficiamento da produção em cooperativa sem que a região tenha luz elétrica é jogar produção no lixo. Miríade de programas sociais que não se integram jogam dinheiro público fora e não alteram em nada a vida da população.”

     Portanto, penso que o artigo da Maria Inês Nassif contribuiria de forma significativa para o debate, que foi extremamente politizado, porque o Democratas anunciou o recurso ao Supremo Tribunal Federal, para derrubar, tendo em vista que o projeto poderia ter viés eleitoreiro. Agora, ela é muito contundente em sua análise dos efeitos e da importância de articular todos esses programas mesmo, para superar a dependência econômico-social e sob o aspecto, inclusive político, de esses rincões terem tido muitas vinculações eleitorais, em épocas anteriores, Senador Zambiasi, de o cacife eleitoral comandar os votos e não terem independência na hora de estabelecer a sua vontade.

     Então, o artigo da Maria Inês é extremamente pertinente ao debate que nós estamos fazendo. E, mais uma vez, querer fazer oposição ao Governo Lula não pode se confundir com oposição ao Brasil, muito menos com oposição ao interesse das populações empobrecidas de nosso País.

     Era isso, Sr. Presidente.