Discurso durante a 27ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos oitenta anos de fundação do jornal O Povo.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos oitenta anos de fundação do jornal O Povo.
Publicação
Publicação no DSF de 12/03/2008 - Página 5104
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, O POVO, ESTADO DO CEARA (CE), ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, IMPRENSA.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senadora Patrícia, Srs. Parlamentares, convidados ilustres, a grandeza do Ceará foi traduzida aqui pela Senadora Patrícia. Aqui, temos cinco filhos cearenses que são Senadores. Eu não sou filho do Ceará, Patrícia, mas quero dizer como conheci o Ceará.

            A minha mãe é Terceira Franciscana. Eu recordava ali com o Mauro Benevides. Quando Nossa Senhora de Fátima chegou àquele bairro de Fátima, em 1954 para 1955, minha mãe fez meu pai pegar um jipe Land Rover e sair de Parnaíba em tudo quanto é igreja que tinha: Buriti, Piripiri, Sobral, Itapajé. Fomos rezando, e chegamos àquele bairro descampado que era o bairro de Fátima. Então, eu cheguei ao Ceará guiado por Nossa Senhora de Fátima. Eu vi aquilo. A Patrícia não tinha nascido ainda.

            Depois, Deus me permitiu estudar como interno no Colégio Marista, São João, fiz CPOR no Ceará e me formei em Medicina. Isso, obediente e uma destinação muito importante entre Piauí e Ceará.

            O Tasso disse que hoje era o Dia da Mulher. Não, Tasso, foi no dia 8; hoje o Senado comemorou a data. Mas, nós, parnaibanos...

            O Sr. Tasso Jereissati (PSDB - CE) - Todo dia é dia da mulher.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Muito bom! Está certo! Com isso, nós, mais uma vez, estamos de acordo.

            Então, essa batalha, Tasso, que vai ser no dia 13 de março, que o Presidente brasileiro cearense tornou uma batalha nacional, a do Jenipapo, em que nós expulsamos os portugueses numa batalha sangrenta, fomos buscar irmãos cearenses ali em Viçosa e Granja. O Maranhão era aliado de Portugal. Este Brasil seria dividido: o sul, brasileiro e o norte, país do Maranhão, ligado a Portugal. Então, fomos juntos.

            Então, estudei em Fortaleza, formei-me médico em Fortaleza... Quer dizer, sou filho cultural do Ceará. Eu queria dizer que tudo nasceu aqui, com esse jornal. Antes de nós, ele viu nascer a universidade em que nos formamos, a Universidade Federal do Ceará.

            Feliz idéia a da comemoração desses 80 anos. Isso vai mexer e vamos todos reviver a vida que vivemos.

            Patrícia, esse Ceará tem mulheres belas há muito tempo! Aqui tem a Emília Corrêa Lima, em 1955, Miss Brasil.

            O Tasso Jereissati falou do Dia da Mulher e eu pude recordar minha mãe, que acompanhou Nossa Senhora de Fátima.

            Na minha cidade, havia uma Santa Casa de Misericórdia, onde eu exerci a minha profissão. Era uma Santa Casa, como há em Sobral, como há em Fortaleza e como há no Brasil. Meu pai era tesoureiro daquela Santa Casa. Minha mãe, escritora, escreveu uma carta para essa Emília Corrêa Lima, recém-eleita Miss Brasil, ir a festa de caridade. E ela foi. Eu era menino quando a vi bailar com o Major Wilson Santa Cruz. Arrumou um noivo, casou e viveu na minha cidade. Quer dizer, ela foi fazer um ato de caridade e encontrou o amor e a felicidade, traduzindo a mulher.

            Eu pude reviver aqui. E reviver aqui os momentos felizes de Paulo Sarasate, em quem eu votei para Deputado Federal. Ele era amigo do meu pai e foi inspetor do ensino federal. Meu pai pedira e eu votei. Mas quis o destino - e aqui rememoro - que, em 1968, eu fosse médico residente no Hospital dos Servidores do Estado, onde ele veio a falecer. Ele foi operado, mas teve uma complicação cirúrgica: uma embolia pulmonar após uma cirurgia de próstata.

            Senador Tasso Jereissati, V. Exª traduziu muito bem como é difícil ter um jornal. Eu tive um jornal e cheguei à conclusão de que isso não era meio de vida, mas meio de morte. É difícil! Eu tive um jornal na intenção de ajudar o Monsenhor Roberto Lopes, de Parnaíba. Ele estava no fim da vida e tinha um jornal que adquiri para proporcionar-lhe um fim de vida mais tranqüilo. Dava dois salários mínimos. Fui, depois, eleito para a Prefeitura, não quis devolver o jornal e o dei para os funcionários. Mas é difícil manter um jornal.

            Um jornal comemora 80 anos porque cultiva o que de mais importante faz um órgão de comunicação: ele busca a verdade, ele diz a verdade. Como o próprio Cristo diz: “Em verdade, em verdade, eu vos digo”. Esses 80 anos representam a verdade, essa semente que Demócrito Rocha cultivou, guardada por Paulo Sarasate e, hoje, por seus familiares. Agora, nós estamos aqui para falar da grandeza dele. Esse jornal não é apenas do grande Ceará ou do Piauí, mas um jornal do Brasil E aqui nós trazemos e eu trago, em nome do Piauí, apreço e gratidão, porque esse jornal também orientou todos nós, piauienses, a fazermos uma sociedade como Demócrito sonhava: mais justa, igualitária e fraterna.

            Ao jornal O Povo a admiração do povo do Piauí nesta data. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/03/2008 - Página 5104