Fala da Presidência durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário ao discurso do Senador Geraldo Mesquita Júnior sobre o problema da criança abandonada.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL. SENADO.:
  • Comentário ao discurso do Senador Geraldo Mesquita Júnior sobre o problema da criança abandonada.
Publicação
Publicação no DSF de 05/03/2008 - Página 4414
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL. SENADO.
Indexação
  • APOIO, DIVULGAÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO, SENADO, FOTOGRAFIA, CRIANÇA, RECOLHIMENTO, ASILO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), EXPECTATIVA, AUMENTO, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, UTILIDADE PUBLICA, INCLUSÃO, MATERIA, ENTREVISTA, VICIADO EM DROGAS, FAMILIA, ENTIDADE, RECUPERAÇÃO.
  • IMPORTANCIA, DEBATE, LEGISLAÇÃO, ADOÇÃO, MENOR, EXCESSO, OBSTACULO, FAMILIA, BRASILEIROS, FACILITAÇÃO, PROCEDIMENTO, ESTRANGEIRO.

     O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco/PR-ES) - Senador Geraldo Mesquita, não é praxe, porque o Regimento Interno não permite, que o Presidente faça parte do debate. Mas há momentos na vida em que a graça tem de ser maior do que a lei. Isso é coisa da graça. Graça é favor merecido. A TV Senado tem a obrigação de fazer isso, não somente, ao repetir o pronunciamento de V. Exª, mostrar essa foto; mas, sim, criar algum mecanismo - e acho que deveria fazer isso com mais intensidade. Muita gente gosta de música clássica, mas este é um País que gosta de coisa popular. Quando vejo a TV Senado - e tenho muito respeito por isso - gastando parte do seu tempo mostrando música clássica, penso que a TV Senado poderia estar prestando serviço de utilidade pública. Questiono isso e preciso colocar isso no papel e passar para o Presidente. Lembro-me de que, em outra ocasião, oficiei ao então Presidente da Casa - não a este Presidente - que fizesse matéria com pessoas drogadas, com famílias sofridas, que visitassem os abrigos, as pessoas que recolhem, que dessem uma força grande, que mostrassem a luta que, muitas vezes, parece inglória, das pessoas que recolhem os menos favorecidos nas ruas. “Não, mas não é bem assim..”. Tenho todo o respeito pela música clássica, embora eu goste é de Amado Batista, de música sertaneja, de samba - eu sou brasileiro mesmo, mas tenho todo o respeito por música clássica,. Em mim, isso dói muito. Quer dizer, há um desespero incontido no coração de pessoas que fazem o abrigo. Acerca desse e-mail que ela mandou para V. Exª; há muitos vieses a serem analisados: quem sabe esse menino foi abandonado por autodeliberação de quem não quis ficar com ele. Aí entra outra discussão: a Lei da Adoção, que não oferece facilidades para o cidadão brasileiro. Se uma família aparecer agora e quiser esse menino, eles vão criar todos os entraves do mundo. Mas se uma família estrangeira quiser adotá-lo, estará tudo liberado para levar embora esse menino. A matéria posta por V. Exª, esse e-mail, que parece tão simples, é muito importante. E V. Exª fala pausadamente, como lhe é peculiar, visivelmente conduzido pela emoção do e-mail, pela situação da criança. É assim que o Brasil enxerga isso neste momento, razão pela qual entrei em debate com V. Exª, ainda que o Regimento Interno diga que a liturgia do cargo não permite que o Presidente faça isso, mas digo que há momentos em que a graça tem de ser muito maior do que aquilo que está no texto da lei.

     É preciso que os veículos de comunicação cumpram um outro papel. Qual é o problema, por exemplo, de a TV Senado fazer uma matéria lá no Acre, com um Senador que tem um trabalho, há trinta anos, ajudando crianças que vivem no meio do seringal? A luta do Senador Sibá, por exemplo. Aí alguns dizem: isso caracteriza publicidade política.

     Que história é essa? Que história é essa? Que história é essa? Aí então, com todo o respeito do mundo, vamos ficar fazendo música clássica, quando, na verdade, era preciso prestar um serviço de utilidade pública com essa veemência. Eu acho que esse é um marco.

     Eu, Presidente da Mesa, vou fazer esse encaminhamento e, quem sabe, esse seja um começo de um dia novo aqui, com este pronunciamento de V. Exª.

     V. Exª está de parabéns.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/03/2008 - Página 4414