Discurso durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Avalia a atuação das FARCs como um braço do narcotráfico.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL. POLITICA EXTERNA.:
  • Avalia a atuação das FARCs como um braço do narcotráfico.
Publicação
Publicação no DSF de 05/03/2008 - Página 4409
Assunto
Outros > POLITICA INTERNACIONAL. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • ANALISE, CRITICA, GRUPO, GUERRILHA, PAIS ESTRANGEIRO, COLOMBIA, PERDA, CARACTERISTICA, REVOLUÇÃO, LIBERDADE, TRANSFORMAÇÃO, CRIME ORGANIZADO, TRAFICO INTERNACIONAL, DROGA, ARMA, TERRORISMO.
  • COMENTARIO, OCORRENCIA, PERIODO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), DROGA, DIFICULDADE, PRISÃO, LIDER, TRAFICANTE, BRASIL, RECEBIMENTO, PROTEÇÃO, GRUPO, GUERRILHA, PAIS ESTRANGEIRO, COLOMBIA, NECESSIDADE, ATUAÇÃO, POLITICA EXTERNA, GOVERNO BRASILEIRO, IMPORTANCIA, DEBATE, SENADO, POSIÇÃO, REPUDIO, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, VENEZUELA, INCENTIVO, CONFLITO, AMERICA LATINA.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de ter colaborado um pouco com o pronunciamento do Senador Gerson Camata. Todos sabemos que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) deixaram de ser um movimento político de libertação, de ideologias, e viraram tão-somente um braço do narcotráfico, pois vivem e se alimentam do narcotráfico, da prática do terror e do dinheiro de seqüestro.

            Sr. Presidente, quando presidi a CPI do Narcotráfico - e V. Exª tem conhecimento -, prendemos um traficante brasileiro chamado Leonardo, que fazia negócios com o Presidente do Suriname, que ficou preso na Holanda - não o Leonardo; o Leonardo foi preso em Belém pela CPI do Narcotráfico -, porque enviava armamento do Suriname para as Farc a troco de cocaína. O Exército mandava arma, e ia embora a cocaína para lá. E o intermediário era um narcotraficante brasileiro.

            Quando Fernandinho Beira-Mar fugiu da fazenda dos Morel, no Paraguai, a CPI do Narcotráfico tinha um mandado de prisão da Interpol. Os Deputados Moroni Torgan, Laura Carneiro, Celso Russomano e Wanderley Martins e eu fomos ao Paraguai, porque havíamos acertado com o Presidente Macchi, do Paraguai, um encontro às 3 horas da manhã, em que ele nos entregaria Fernando Beira-Mar. Ele não cumpriu o que tratou conosco. Fomos para lá em dois aviões pequenos, e, naquela madrugada, ele desapareceu. Ficamos lá até a manhã do dia seguinte, para desespero do Embaixador brasileiro, que achava que íamos ser assassinados de qualquer maneira lá dentro. E ficamos lá. Ele fugiu de lá para a Colômbia. As Farc deram guarida a Fernandinho Beira-Mar, que pagava um aluguel de 10 milhões por mês para ser guardado pelas Farc, até que foi preso e recambiado. O então Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Josias Quintal, juntamente com a Drª Márcia Velasco, Promotora do caso Fernandinho Beira-Mar, foi lá buscá-lo.

            Então, quero dizer ao Senador Gerson Camata, do meu Estado, por quem mantenho respeito - quando vem à tribuna do Senado, traz temas importantes para a vida da Nação -, que precisamos utilizar o tempo desta sessão para refletir sobre a posição que o Brasil deve tomar nessa discussão, sobre o tipo de comportamento vai assumir com relação a esse maluco chamado Hugo Chávez. Como pano de fundo, ele quer brigar com o mundo inteiro, para justificar a situação caótica interna em que vive: falta de abastecimento e de alimentação, revolta dos pobres contra ele. Então, cria um pano de fundo nessa situação com os vizinhos, tentando criar uma crise dentro da América que só existe na cabeça dele.

            É preciso realmente - concordo com o Senador Gerson Camata - que o Brasil saiba como se posicionar. É verdade que não dá para comungar e fazer coro - vendo o crime - com as Farc, que fazem aglutinar o uso e o abuso das drogas, a mortandade, os seqüestros e a indecência contra seres humanos por meio do dinheiro fácil da droga, porque esse é o principal negócio das Farc. Não dá para o mundo assistir a isso calado! É preciso, de fato, que o mundo reaja contra esses guerrilheiros de araque, que, na verdade, são narcotraficantes.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/03/2008 - Página 4409