O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiro, quero cumprimentar o Senador Mão Santa por trazer à baila o projeto do Senador Paulo Paim, que já o angustia há muito tempo. Realmente, temos que pensar nos aposentados.

     Quem vai ao hospital semanalmente - como eu - vê a fila para se conseguir um ou dois comprimidos, os quais, às vezes, o hospital não pode oferecer. Só que esses aposentados não têm dinheiro para comprar.

     Quando se fala que o aposentado gasta menos porque não precisa de sapato, paletó ou gravata, esquece-se do que ele gasta com medicamentos para sobreviver.

     Penso que V. Exª tem razão. Vamos lutar, vamos entrar em vigília, entrarei em vigília também, porque é importantíssimo e é maravilhoso pensar nos aposentados, visto que também temos uma idade que já passou do limite natural do trabalho. Mas, graças a Deus, temos vida, Senador Jefferson Péres, para continuarmos produzindo alguma coisa aqui. Sei que V. Exª protesta contra alguns fatos irracionais e ilegais que ocorrem, sobre os quais sou sempre solidário a V. Exª. Assim, tenho certeza que V. Exª também apóia esse projeto da aposentadoria.

     Também quero cumprimentar a Senadora Marisa Serrano e desejar-lhe toda a sorte na Presidência da CPMI, por sua ética e por sua conduta correta e digna que sempre demonstrou neste plenário e no Congresso, quando tive oportunidade de trabalhar com S. Exª em algumas comissões sobre educação. Que Deus a abençoe, para que consiga levar a termo.

     Sr. Presidente, só queria falar sobre algo que acontece em São Paulo. Falaram no PCC, Senador - não sei se no seu Estado a criminalidade também cresceu tanto -, que é um partido que nasceu dentro das cadeias, que melhorou o seu handicap com a prisão de alguns seqüestradores.

     Mas me assustei nesta semana quando o Coafi levantou que 63 milhões foram movimentados pelo PCC, 63 milhões! Vejam o capital que tem essa organização, obtido em um levantamento feito no Estado de São Paulo.

     Estive em um congresso - e agradeço à Presidência por ter me indicado - no Rio de Janeiro sobre a segurança e política públicas, em que foi discutido internacionalmente o trabalho que se desenvolve ao combate ao tráfico, ao uso de drogas e à recuperação de usuários. Fui, inclusive, convidado a fazer parte de uma comissão especial internacional que está sendo formada, com a participação do ex-Secretário-Geral da Interpol, com o qual trabalhei durante um bom tempo.

     Penso que temos de ver essa situação da Colômbia, da Bolívia, do Equador, não somente com vista ao combate ao narcotráfico, mas também com vista ao risco que oferece à fronteira brasileira.

     As Forças Armadas Brasileiras preocupadas transferiram para a Amazônia, Senador Jefferson Péres - e V. Exª é testemunha porque é filho do Amazonas e eu sou filho adotivo, se me permite dizer isso -, vários batalhões para aquela região.e investiram também no aprimoramento dos batalhões de fronteira, criando mais alguns.

     Tenho aqui também, Sr. Presidente, e não vou falar porque excedi ao tempo de um minuto que V. Exª me concedeu, sobre o risco de Itaipu. Quando houve alteração nos comandos do Exército e a transferência para o Norte, não mexeram em Foz do Iguaçu, cuja unidade é comandada por um general, pela logística e pela importância de Itaipu no sistema econômico brasileiro. Se houver qualquer ação que possa paralisar a produção de energia em Itaipu, o Brasil terá um sofrimento enorme na conduta da sua economia, da sua sociedade e tudo mais que possa haver. Acho que não podemos nos descuidar disso. O Senador Osmar Dias sabe o que representa Itaipu para o Brasil porque está lá perto.

     Peço desculpas, mas voltarei à tribuna, porque esse processo de movimentação financeira do crime organizado é uma coisa terrivelmente indigesta.