Discurso durante a 32ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

O elevado crescimento do PIB de Santa Catarina. Importância do BNDES. (como Líder)

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
BANCOS. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.:
  • O elevado crescimento do PIB de Santa Catarina. Importância do BNDES. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 19/03/2008 - Página 6310
Assunto
Outros > BANCOS. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, PRESIDENTE, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), COMPROVAÇÃO, PROGRESSO, ECONOMIA, REGIÃO, SUPERIORIDADE, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), COMPARAÇÃO, BRASIL, RELEVANCIA, INVESTIMENTO, GOVERNO FEDERAL, PROGRAMA, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO.
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, DEMONSTRAÇÃO, SUPERIORIDADE, INVESTIMENTO, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), BRASIL, COMPARAÇÃO, SITUAÇÃO, APLICAÇÃO, BANCO MUNDIAL, BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO (BID), MUNDO.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Agradeço, Sr. Presidente. Agradeço, Senador Expedito Júnior.

            Quero dizer que é muito difícil, por incrível que pareça, falar neste Plenário. É difícil, Senador Romeu Tuma, porque há muita reclamação de que se está cerceado, castrado, mas o que falam! O que falam é impressionante!

            Estou inscrita, porque não quero entrar nessa polêmica do que aconteceu semana passada. O que aconteceu semana passada, aconteceu, foi baseado no Regimento, e nós temos que tocar a vida, voltar a buscar o entendimento, a normalidade aqui da Casa.

            Eu me inscrevi porque, semana passada, esteve em visita ao meu Estado o Luciano Coutinho, Presidente do BNDES. Santa Catarina vive um momento extremamente auspicioso de crescimento, inclusive bastante superior ao crescimento do próprio País. O PIB, 5,4%, no País, mas, em Santa Catarina, nós estamos com um PIB, um crescimento da economia de 8,3%. Portanto, vivemos um momento em que estamos fazendo os debates, apresentando as prioridades, acompanhando muito atentamente os investimentos que o Governo Lula vem fazendo por meio do PAC.

            E eu queria trazer aqui, para a tribuna, para o plenário, um pouco da realidade deste mundo que está fora deste plenário, que é o que move as pessoas e que é o que, efetivamente, faz com que a vida das pessoas pulse.

            Na visita do Luciano Coutinho, quando nós debatemos este crescimento, esta pujança da economia catarinense, aproveitando este bom momento do País, nós fomos brindados com alguns esclarecimentos a respeito do BNDES e do papel que o BNDES vem desempenhando no nosso País, agora, nos últimos anos. Eu entendi porque isso causou uma grande repercussão em Santa Catarina. E eu tenho o entendimento de que serão trazidos para o Brasil os números que nos foram apresentados.

            Em primeiro lugar, o que o BNDES tem desembolsado está no quadro, no gráfico que foi debatido em Santa Catarina e que eu gostaria, aqui, de compartilhar, neste plenário do Senado. Quanto aos desembolsos e projetos aprovados pelo BNDES, de 1997 até agora, a maior parte do tempo os números foram muito próximos.

Entre o que ia efetivamente ser pago e o que era aprovado nunca se diferenciou, nunca se distanciou. Somente a partir de 2004 é que passamos a ter uma diferença bastante significativa, puxando, alavancando o desenvolvimento do nosso País.

E temos - é uma pena, Senador Garibaldi - uma medida provisória para votar, visando capitalizar o BNDES, para que ele possa, além dos quase R$67 bilhões desembolsados, Senador Romeu Tuma, no início deste ano, capitalizar para serem investidos os R$105 bilhões em projetos já aprovados - R$105 bilhões, Senador Romeu Tuma! -, permitindo que a economia, o desenvolvimento, o investimento cresçam e aqueçam ainda mais a economia brasileira.

Quando o Presidente Luciano Coutinho apresentou esses dados, ele relatou a seguinte questão: se pegarmos esses R$67 bilhões desembolsados em fevereiro de 2008 e fizermos a conversão em dólar, à cotação de R$1,7, isso equivalerá a, nada mais nada menos, US$38 bilhões. Portanto, o nosso BNDES está desembolsando US$38 bilhões, investindo e sustentando esse desenvolvimento do PIB, que tem perspectiva de crescer ainda mais.

Qual é o dado que surpreendeu a todos em Santa Catarina e que eu quero trazer aqui, para o Plenário do Senado?

O BID tem desembolsado em média US$ 6 a 7 bilhões de investimentos no mundo; o Banco Mundial, US$ 11 bilhões. Portanto, se somarmos o BID e o Banco Mundial, nós teremos menos do que a metade que o BNDES está desembolsando em investimentos no nosso País.

Portanto, o BNDES, hoje, investe, empresta, desembolsa, para sustentar o desenvolvimento do nosso País, nada mais nada menos, duas vezes o BID e o Banco Mundial juntos. E se transformou, Senador Garibaldi Alves Filho, no segundo banco de desenvolvimento do mundo. Nós só perdemos para o banco de desenvolvimento europeu; só o banco que investe no desenvolvimento da União Européia ganha do BNDES atualmente.

Por isso entendo que todas as nossas discussões regimentais, o que aconteceu aqui na semana passada talvez ocupe muito tempo ainda dos debates do Plenário, mas um assunto como este, Senador Eduardo Suplicy, do nosso banco, o nosso BNDES, a partir do crescimento significativo... É importante registrar que, em 2002, o BNDES desembolsou R$37,4 bilhões. E está desembolsando agora R$67 bilhões, mas tem aprovados R$105 bilhões para desembolso. E se transformou nesse banco que nos orgulha e dá sustentabilidade efetiva para que o nosso PIB do ano passado, de 5,4%, neste ano de 2008, continue tendo um desenvolvimento firme, sólido, para a felicidade do povo brasileiro, com distribuição de renda e geração de emprego.

Sr. Presidente, lamento se troquei de assunto, lamento se as discussões a respeito de quem fala, quem não fala, o que acontece aqui nos processos de encaminhamento, se é legítimo ou não nós aplicarmos o Regimento da Casa quando não há acordo... até porque, se não é legítimo aplicar o Regimento da Casa quando não há acordo, então quando vamos aplicá-lo, Senador Garibaldi? Quando? O Regimento da Casa deve valer exatamente quando não há acordo.

Mas eu não poderia deixar de trazer, apesar de respeitar todas as opiniões, reclamações e discussões aqui feitas, não dá para esquecer que há um mundo lá fora e que esse mundo lá fora tem esses números, essa realidade que nos enche de orgulho e nos dá responsabilidade, inclusive, de continuar trabalhando. Apesar de ser uma medida provisória, nós temos de votar a capitalização do BNDES para que, dos R$67 bilhões, possamos chegar aos R$105 bilhões. E talvez, com os R$105 bilhões desembolsados, emparelharmos, chegarmos muito perto do primeiro colocado, que é o banco europeu de desenvolvimento.

Era isso, Sr. Presidente. Agradeço e peço desculpas se passei. Fica tudo por conta de um presente de aniversário do Plenário do Senado Federal.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/03/2008 - Página 6310