Discurso durante a 37ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Alerta para a importância do aumento na liberação de crédito para a atividade industrial, por parte do BNDES.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Alerta para a importância do aumento na liberação de crédito para a atividade industrial, por parte do BNDES.
Publicação
Publicação no DSF de 27/03/2008 - Página 7092
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • ELOGIO, EVOLUÇÃO, ECONOMIA NACIONAL, IMPORTANCIA, ESTABILIDADE.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), LIBERAÇÃO, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), CREDITOS, ATIVIDADE INDUSTRIAL, FINANCIAMENTO, MAQUINA, EQUIPAMENTOS, REGISTRO, DADOS, CRESCIMENTO, SETOR, ANALISE, PROCESSO, MODERNIZAÇÃO, AMPLIAÇÃO, CAPACIDADE, INDUSTRIA.

            O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, nos últimos anos, a economia de nosso País vem dando repetidos sinais de pujança e - o que talvez seja ainda mais importante - de equilíbrio e maturidade. A tal ponto, Senhor Presidente, que, mesmo neste cenário de incertezas e receios que o mundo vive atualmente, conseguimos manter um padrão razoável de tranqüilidade.

            Nessas circunstâncias, Senhoras e Senhores Senadores, as boas notícias já não nos surpreendem. Ao contrário, são recebidas com certo ar de “coisa vista e sabida”.

            Ainda assim, gostaria de chamar atenção para uma notícia divulgada no início deste mês de março, e que dá conta do aumento da liberação de crédito, para a atividade industrial, por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. A notícia foi publicada n’O Estado de S. Paulo e em alguns outros meios de comunicação. Mas não teve, a meu ver, repercussão à altura de sua relevância.

            De acordo com a matéria publicada no Estadão, os financiamentos do BNDES para a produção de máquinas e equipamentos industriais, realizados por meio do Finame, fecharam o primeiro bimestre na marca inédita de 3,3 bilhões de reais; um valor 53% maior que aquele registrado no mesmo período do ano passado.

            O resultado foi tão expressivo, Senhor Presidente, que se fez sentir até em fevereiro - um mês atípico, com apenas 18 dias úteis. Naquele mês, o banco havia provisionado 1,3 bilhão de reais para o Finame, quantia que já era considerada otimista, visto que em fevereiro de 2007 tinham sido liberados somente 895 milhões. Pois bem. O banco não só liberou o valor previsto como teve de injetar, ainda, mais 300 milhões de reais.

            No BNDES, Senhoras e Senhores Senadores, já se trabalha com a estimativa de que os recursos aplicados no financiamento de máquinas e equipamentos industriais ao longo deste ano sejam 50% maiores que em 2007.

            Um crescimento que se torna ainda mais significativo quando se observa que 2007 esteve longe de ser um ano ruim para a indústria. Pelo contrário! No ano passado, a produção subiu 6%.

            Além disso, o próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE -, que acompanha oficialmente a evolução da indústria, enfatiza que a expansão de 2007 tem características mais positivas que a de 2004, ano que apresentou, até agora, o melhor desempenho da década. Isso, Senhor Presidente, porque o crescimento de 8,3% registrado em 2004 se deu em cima de uma base zero, já que em 2003 o setor permanecera estagnado. Ademais, o bom resultado de 2004 foi baseado no desempenho de alguns poucos setores, como a construção civil e a produção agrícola.

            Em 2007, Srªs. e Srs. Senadores, a gama de setores que puxaram a demanda por máquinas e equipamentos foi muito mais diversificada. A começar pelo segmento de alimentos e bebidas, que viu crescer em 81% o volume de empréstimos tomados ao Finame. Também tiveram ótimo desempenho os setores ligados ao etanol, à construção civil pesada e às máquinas rodoviárias, como retroescavadeiras.

            Até mesmo os setores atingidos pelo câmbio deram mostras de recuperação. A indústria têxtil, por exemplo, que em 2006 tomara apenas 52 milhões de reais em financiamentos junto ao BNDES, no ano passado chegou a 115 milhões. Um aumento, portanto, superior a 120%.

            Enfim, Sr. Presidente: todos esses números, a meu ver, são dignos de comemoração. Principalmente porque, conforme lembra a reportagem d’O Estado de S. Paulo, os investimentos na produção de bens de capital são aqueles que modernizam a indústria ou ampliam sua capacidade; e, por isso mesmo, dão consistência ao crescimento.

            Resta-nos, pois, pedir a Deus que mantenha o Brasil nessa trilha virtuosa, calcada no desenvolvimento econômico e na justiça social.

            Era o que tinha a dizer. Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/03/2008 - Página 7092