Discurso durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo ao Governo Federal por envio urgente de ajuda à Paraíba, em razão do excesso de chuvas. (como Líder)

Autor
Efraim Morais (DEM - Democratas/PB)
Nome completo: Efraim de Araújo Morais
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA.:
  • Apelo ao Governo Federal por envio urgente de ajuda à Paraíba, em razão do excesso de chuvas. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 02/04/2008 - Página 7529
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA.
Indexação
  • COMENTARIO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, REGIÃO NORDESTE, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DA PARAIBA (PB), EXCESSO, CHUVA, PROVOCAÇÃO, MORTE, SUPERIORIDADE, PERDA, HABITAÇÃO, ELOGIO, ATUAÇÃO, EXERCITO, POLICIA MILITAR, DEFESA CIVIL, BOMBEIRO, EMPENHO, MELHORIA, ASSISTENCIA, POPULAÇÃO.
  • SOLICITAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, URGENCIA, DETERMINAÇÃO, LIBERAÇÃO, RECURSOS, FACILITAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DA PARAIBA (PB), AUMENTO, ATUAÇÃO, BENEFICIO, POPULAÇÃO.

            O SR. EFRAIM MORAIS (DEM - PB. Pela Liderança da Minoria. Sem revisão do orador.) - Agradeço a V. Exª, Senador Nery.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como sertanejo e nordestino, muitas vezes vim a esta tribuna, como também na Câmara dos Deputados, pedir socorro ao Governo Federal para a seca no Nordeste, principalmente no meu Estado da Paraíba. Mas, hoje, em sentido contrário, Senador Mão Santa, venho a esta tribuna solicitar do Governo Federal apoio para o meu Estado da Paraíba, que já se encontra em estado de emergência pelo excesso de chuvas.

            Sr. Presidente, para que se tenha uma idéia, as chuvas na Paraíba já mataram 11 pessoas até o último domingo e deixaram 4 mil desabrigados no meu Estado.

            É lamentável que isso venha a ocorrer, embora exista aquele momento de alegria do sertanejo, do nordestino, com as chegadas das chuvas, mas elas vieram em grande quantidade. A partir daí, Senador Mão Santa, aqueles que plantaram no tempo certo, no tempo correto, da mesma forma que quando falta chuva, na seca, perdem, agora, por excesso de água, também perderam as suas plantações.

            Sr. Presidente, o governo estadual solicitou o auxílio do Exército brasileiro, que já se encontra presente em algumas cidades. Eu posso garantir a presença do Exército na minha cidade de Santa Luzia, porque tive a oportunidade de contatar com o Juiz de Direito de lá, Dr. Brasilino Leite, onde foi proibido pelo próprio Exército aquele famoso banho de açude, pois já houve vítimas em Santa Luzia. E o que temos de informação é a tendência de novas precipitações na Paraíba, no Nordeste. Corre risco de rompimento de barragens. Os rios estão transbordando.

            E a nossa preocupação é pedir ajuda, e rápido. Observamos que o Governo Federal precisa, de imediato, chegar a essas vítimas.

            Há BRs na Paraíba, obras federais, que foram rompidas. É verdade que o Dnit de pronto chegou até essas obras e as estão recuperando. Da mesma forma, as estradas estaduais que romperam o DER também esteve presente. E aqui eu queria parabenizar o governo do Estado e louvar sua ação, por intermédio do Vice-Governador que está governando o Estado, em exercício, em função do afastamento do Governador Cássio Cunha Lima para tratar de assuntos de saúde da sua família.

            Observamos o seguinte, para que V. Exª tenha uma idéia: no fim de semana, cinco pessoas morreram na cidade de Itabaiana.

            Em Itabaiana [...], seis homens que nadavam no rio Paraíba foram levados pela força da correnteza. [...]

No domingo, um corpo foi encontrado e, até o final da tarde de ontem, mais quatro corpos haviam sido localizados pelos bombeiros [...].

            Na minha cidade, Santa Luzia, duas pessoas morreram afogadas. O excesso de água está deixando os reservatórios mais profundos. E chamamos a atenção de crianças, de adultos para que não se aproximem desses sangradores. Mas, lamentavelmente, a Paraíba atravessa este momento. Repito que, para nós, nordestinos, é uma alegria quando chega a chuva, mas, desta vez, meu caro Expedito Júnior, chuva demais, o que vem realmente complicando a questão do nosso Estado.

            A cidade de Sousa está totalmente isolada. Outras cidades de Cajazeiras no alto sertão da Paraíba estão totalmente isoladas pelo excesso de chuva.

            Foi formada uma força-tarefa estadual com a presença de pessoas ligadas às equipes de defesa civil. Queria aqui registrar o trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Corpo de Bombeiros da Paraíba, da Polícia Militar e da Defesa Civil, bem como do Secretário de Infra-Estrutura Francisco Evangelista, que tem desenvolvido um trabalho, dia e noite, em busca de oferecer melhores condições à nossa região.

(Interrupção do som.)

            O SR. EFRAIM MORAIS (DEM - PB) - São mais de quatro mil desabrigados. O Governo começa a distribuir colchões, começa a distribuir alimentos, começa a relocar as pessoas que estão próximas dessas enchentes. Mas, na realidade, os recursos são poucos, e pedimos aqui que o Governo Federal não deixe passar a necessidade maior, que é este momento.

            Um apelo ao Ministro Geddel Vieira: que, de imediato, determine a liberação de recursos, para que o governo de Estado possa, ao lado do Dnit, da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, efetuar a defesa daqueles que mais precisam.

            Então, o Governador José Lacerda, em exercício, intensificou a assistência às cidades, mas, repito, continua chovendo.

            E, antes de vir a esta tribuna - vou pedir mais dois minutos para concluir, Sr. Presidente -, contactei com algumas regiões da Paraíba, e as chuvas continuam torrencialmente. O que significa dizer que se precisa, mais do que nunca, da presença do Governo para que algo venha a acontecer.

            As chuvas chegam a causar até destruição na própria capital do Estado, em João Pessoa. E, nesse final de semana, além das chuvas, ventos fortes destelharam casas, derrubaram árvores. Enfim, é uma situação difícil, e o Governo Federal precisa socorrer imediatamente os nossos irmãos nordestinos do Estado da Paraíba.

            Aqui fica o meu apelo, para que possamos, na realidade, encontrar uma forma de ajudar esses desabrigados. Muitos deles - a maioria - fizeram suas plantações, mas, pelo excesso de água, perderam essas plantações. É preciso que o Governo, neste momento, chegue mais próximo desses irmãos abandonados do meu querido Estado da Paraíba.

(Interrupção do som.)

            O SR. EFRAIM MORAIS (DEM - PB) - Sr. Presidente, lamentavelmente, nós, que esperamos tanto pelas chuvas e que tivemos, no ano passado, nada mais nada menos que nove meses sem chover na Paraíba, quando as recebemos agora, recebemos água demais. São vários - vários! - os açudes que estão sangrando, mas a capacidade já começa a preocupar, em função de cidades. Por exemplo, Cabaceiras, que é a cidade tida como aquela em que menos chove no Brasil, cuja média de chuva é de centos e poucos milímetros por ano, agora, de uma vez, tivemos chuva quase de 300 milímetros em um só dia.

            Lamentavelmente, essa é a situação, e esperamos ajuda do Governo Federal, porque o governo estadual - por meio do Vice-Governador José Lacerda Neto e dos órgãos da Defesa Civil, da Infra-Estrutura, do DER, da Cagepa, da Polícia Militar, enfim, todos - está fazendo a sua parte.

            Deixo aqui o meu apelo, para que, amanhã, o Governo não diga que não houve quem apelasse em nome daqueles que estão precisando. Apelo, repito, ao Governo Federal para que, de imediato, determine uma visita ao nosso Estado e, também de imediato, libere recursos para atender aos desabrigados do meu Estado, a Paraíba.

            Muito obrigado a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/04/2008 - Página 7529