A SRª ROSALBA CIARLINI (DEM - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e, por que não dizer, toda a comunidade acadêmica potiguar encontram-se em festa desde o dia 18 de março. Nesse dia, com aula inaugural e a recepção aos mais de quatro mil calouros que preencheram as vagas dos 62 cursos de graduação, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte deu início às comemorações pelo seu cinqüentenário, que vai ocorrer no dia 25 de junho.

Tenho, Sr. Presidente, um especial carinho por essa cinqüentenária instituição, não apenas por ter ali me forma em Medicina, período do qual guardo as mais gratas recordações, mas também pelo que ela representa na disseminação do conhecimento, na formação das novas gerações, na contribuição para a eficácia das políticas públicas, na geração de empregos, de renda e de tecnologias e no combate à exclusão social.

O exame mais acurado da trajetória e do papel dessa renomada instituição requer que remontemos aos seus primórdios, ao ano de 1958, quando ela foi criada, originalmente como Universidade do Rio Grande do Norte, a partir da aglutinação de várias faculdades e escolas de ensino superior então existentes na capital potiguar, como a Faculdade de Medicina, a Escola de Engenharia, a Faculdade de Direito e a Faculdade de Farmácia e Odontologia.

Instalada em 25 de março de 1959, seria logo federalizada, em 18 de dezembro do ano seguinte.

Até então, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Natal era uma bela e acolhedora cidade - continua bela e acolhedora -, que carecia, porém, de políticas e de instituições que fomentassem a cultura, o saber científico e a tecnologia. Aliás, o Rio Grande do Norte, em que pesem suas tradições culturais e políticas, ressentia-se de uma política ou de uma instituição que incentivasse as artes, que propiciasse a incorporação e o desenvolvimento de tecnologias, que viesse a agregar as ações isoladas e fragmentadas de produção do saber.

Essa política e essa instituição se concretizaram na criação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sonhada e planejada por muitos potiguares ilustres, entre os quais destaco o folclorista Luís da Câmara Cascudo. Ela frutificou pela obstinação e descortino do Senador Dinarte Mariz, que, por tantos anos, honrou com sua presença e sua dignidade esta Casa legislativa, e do professor e médico Onofre Lopes, ainda hoje reverenciado, com toda justiça, por toda a comunidade acadêmica potiguar.

O ano de 1968, quando ocorreu a reforma universitária, seria também um marco na história da UFRN, com o fim das faculdades e implementação de uma nova estrutura, ainda vigente, contemplando os departamentos de acordo com a natureza dos cursos e das disciplinas.

Mais adiante, na década de 70, a construção do Campus Central, com moderno complexo arquitetônico, ensejaria uma nova etapa na trajetória do estabelecimento.

Na recepção aos novos alunos da UFRN, o Reitor José Ivonildo do Rêgo não escondeu o seu entusiasmo com as perspectivas da instituição. Lembrou que, há pouco mais de uma década, em 1995, a universidade tinha cerca de onze mil alunos e que hoje são mais de trinta mil.

Esses números são eloqüentes também se retrocedermos a um passado mais recente: no período de 2003 a 2006, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte expandiu suas ações no ensino, na pesquisa e também na atividade de extensão.

O número de vagas registrou um crescimento de 66%, Senador Efraim, com a oferta de 2.400 vagas nos cursos de educação à distância e de 3.817 nos cursos presenciais. Nesse mesmo período, houve um incremento de 8,3% nos cursos de mestrado e de 66,7% nos de doutorado.

A pujança da Universidade Federal do Rio Grande do Norte se revela também com a oferta de dezoito programas de residências médicas e a significativa produção de 96 teses de doutorado e 433 dissertações de mestrado registradas só no ano passado.

Reconduzido ao cargo no ano passado, para o quadriênio 2007/2011, o Reitor José Ivonildo do Rêgo destaca também, a justificar o seu otimismo, a implementação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o Reuni, que começa a vigorar este ano e que permitirá elevar a 45 mil o número de alunos da instituição.

Não se trata, porém, de aumentar simplesmente o número de vagas, mas também de expandir a estrutura física, de contratar docentes e de aprimorar o ensino naquela unidade.

Por sua vez, a Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz destaca o auspicioso fato de que 93% de toda a pesquisa realizada no Rio Grande do Norte tem como origem a Universidade Federal.

É conveniente lembrar, Srªs e Srs. Senadores, que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, demonstrando plena sintonia com a comunidade potiguar, tem concentrado suas pesquisas em áreas estratégicas para o Estado, como a carcinicultura, por meio do projeto do genoma do camarão, e ainda nas áreas de gás e de petróleo, contribuindo de modo decisivo para o desenvolvimento dessas atividades.

Não é de admirar que, além da comunidade acadêmica, todo o povo potiguar se orgulhe da Universidade Federal do Rio Grande do Norte por ocasião do seu cinqüentenário; não é de surpreender que alunos, professores e servidores da instituição estejam desde já comemorando essa efeméride, cujo programa, iniciado com as boas-vindas aos calouros, se estenderá até o mês de dezembro, quando se encerrará a Programação do Museu Câmara Cascudo para o Ano Ibero-Americano dos Museus. Até lá, entre outras atividades, a comunidade acadêmica poderá participar de eventos como congressos e seminários diversos, coletivas com artistas contemporâneos, conferências, workshops e espetáculos artísticos.

Sr. Presidente, os cinqüenta anos de criação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mais do que uma ocasião a ser festejada, representam um motivo de orgulho para todos nós e uma razão para acreditarmos no potencial das nossas universidades.

Na verdade, a história e a trajetória dessa instituição nos fazem crer mais convictamente no futuro do nosso povo e da nossa Nação.

Ao congratular-me com o povo potiguar, formulo meus votos aos alunos, ao corpo docente, aos servidores administrativos e à direção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para que a instituição homenageada continue buscando o aprimoramento no ensino, a disseminação do conhecimento, a formação de profissionais íntegros e competentes, a consolidação da nossa cidadania.

Aqui estamos não apenas para parabenizar e reverenciar todos - do mais simples funcionário aos doutores - que, com sua dedicação, seu trabalho, sua luta, construíram a nossa universidade, mas também para reafirmar o nosso compromisso de apoio às lutas da nossa universidade.

Não poderia ser diferente. Nessa luta, coloco o meu coração, porque tenho gratas recordações. A minha profissão, tudo o que recebi dessa universidade espero poder retribuir nesta Casa, no Congresso Nacional, para apoiar e fazer valer, cada vez mais, a força da nossa universidade potiguar, porque, somente pelo caminho da educação, Sr. Presidente, Senador Romeu Tuma, somente pelo caminho da educação, repito, conseguiremos as transformações sociais tão necessárias a este País.

Parabéns ao Rio Grande do Norte por essa universidade, que tem a marca da excelência!

Muito obrigada, Sr. Presidente.