Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

A importância da vinda da Ministra Dilma Rousseff ao Senado para esclarecer as denúncias que envolvem seu nome com o dossiê dos cartões corporativos.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.:
  • A importância da vinda da Ministra Dilma Rousseff ao Senado para esclarecer as denúncias que envolvem seu nome com o dossiê dos cartões corporativos.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2008 - Página 7784
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.
Indexação
  • ACUSAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL, RESPONSABILIDADE, IRREGULARIDADE, DOCUMENTO SIGILOSO, DIVULGAÇÃO, IMPRENSA, CRITICA, RECUSA, COMPARECIMENTO, SENADO, ESCLARECIMENTOS.
  • COMPARAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, NAZISMO, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, OBJETIVO, APROVAÇÃO, SUPERIORIDADE, PROPAGANDA, OBRAS, ESPECIFICAÇÃO, CONDUTA, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Presidente Romeu Tuma, Deus não iria desproteger o Senado: botou V. Exª na Presidência neste instante.

Atentai bem. Olha, ô Tião, para onde levamos a nossa formação profissional. Somos médicos, buscamos a etiologia. Só há uma causa de doença. Está todo mundo confuso aí, mas só há uma. Isso é o que nos interessa. Ô Flexa, não importune o nosso Presidente. (Pausa.)

Senador Romeu Tuma, como V. Exª é do crime, procura o responsável, o causador. E atentai bem, Tião. Só há uma culpada nisso tudinho: é a Ministra Dilma. Não há dois, não. Esse negócio de ela ser mãe de PAC é outra história. Se nós formos buscar lá na história de Hitler - nazista, socialista, partido do trabalhador lá -, eles dizem que o Goebbels orientava o partido dele e até uma galinha cacarejadora podia ficar gritando: as obras, as obras, as obras... antes de fazer e depois. Esse negócio de apelido é outro. Ela pode ser muito bem a deste Governo. A história se repete.

É o seguinte: nós temos que ser o pai da Pátria. Atentai bem. V. Exª tem que trazer uma experiência. Senador Romeu Tuma, eu fui Prefeitinho, a Ministra é Ministra, não foi... Eu tenho essa experiência e quero contar. É por isso que nós estamos aqui. Foi longo e sinuoso.

Ô Demóstenes! Demóstenes, atenção! De repente, eu estava na Alemanha, numa viagem de uma multinacional. Quando cheguei, havia um Vereador muito competente da minha cidade, médico como eu, Dr. Arióstenes, e era aquela confusão. O Prefeito foi, tirou a diária dele e da mulher. Aí, eu fui à Câmara esclarecer como foi. Isso faz parte da democracia. Eu, Prefeito - tinha Vereador -, fui e esclareci. Esse convite foi de uma multinacional, da Merck. Deram tudo. Nunca antes tinha um Prefeito de Parnaíba feito uma viagem internacional a convite. E olhei lá. Só eram previstas diárias para o Brasil. As maiores eram São Paulo e Rio. Tiramos dez dias eu e minha esposa, que era secretária do Município. Chegando, levei os Vereadores, aquele negócio, e disse: “Eu acho que eu deveria estar aqui sendo convidado se eu tivesse levado a mulher dos outros”. Essa diária não dava nem o dólar, que, naquele tempo, era altíssimo. E estou aqui.

Isso. E orientei a vida toda a todos os secretários, quando tinha: “Compareçam”. Quando governei o Estado do Piauí, dava a mesma orientação.

Quero dizer aqui, a bem da verdade, da luta - daí estar aqui como um pai da Pátria. Outro dia condenei um Ministro da Defesa, porque, ao tomar posse, disse: “Não se queixe. Não se explique. Não se desculpe. Aja ou saia. O que vale é o resultado”. Não eram dele essas palavras. Essas palavras foram pronunciadas pelo Ministro Benjamin Disraeli, Primeiro Ministro da Rainha Vitoria. “Aja ou saia.”

Mas quero dar aqui um testemunho: outro dia houve um imbróglio desses, Tião Viana. Atentai bem; um imbróglio desses. Heráclito Fortes, diligenciar a dor como Presidente da Comissão de Relações Exteriores do imbróglio Colômbia, Equador, Venezuela e Farcs. Acusações mútuas. Acusações de que as Farcs mandaram dinheiro para candidatos do Brasil, ditas pelo Deputado Fraga.

Então, S. Exª o Ministro da Defesa, com visão política, democrática, ele mesmo, ele mesmo, se apresentou aqui, veio na mesma hora, e acabou. Então, eu entendo, entendo que a Ministra, diante essa confusão toda, deveria ter vindo aqui e tudo tinha se esclarecido. Nós estamos em um momento democrático do presidencialismo. Nós não tínhamos força nenhuma para derrubar a Ministra, que hoje tem força até de primeira-ministra. Mas ela deveria fazer como o seu companheiro, que outro dia eu condenei, mas que mostrou a grandeza. E quis Deus...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - E quis Deus... Agora eu sei que vai dar imbróglio, mas eu citei foi o Livro Mein Kampf , de Adolf Hitler que eles tinham...Tem no livro.

Ô Senadora Ideli Salvatti, eu trouxe outro livro. Não é ela não. Ela tem que ler... Eu admiti o Luiz Inácio não ler, mas Senadora não. O Livro Mein Kampf? Professora que não sabe, eu não admito não. Tem que fazer aquele concurso.

Não está no livro que, no esquema socialista, comunista, partido do trabalhador, tinha a espécie. Tinha uma função lá para divulgar. É na história da Alemanha nazista, quando Hitler teve 96% de preferência. Não vem aqui.. .Eu não temo negócio de coisa, não. A ignorância é audaciosa, mas ninguém vem abrir, não. Eu abri foi o livro.

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - MS) - Eu li foi o livro todinho: Mein Kampf. E o Partido do Hitler usava esse artifício. Aqueles que ficavam a mando de Goebbles, só falando das obras, das obras - antes de nascer - das obras, das obras, todo o tempo. Então, essa é uma situação histórica. E nós não temos medo de nada aqui, não. Nós temos medo de ter medo; medo de nos agacharmos diante da corrupção que está aí. Então, eu quero dizer o seguinte, essa é a verdade: nesse imbróglio todo, por uma falta de decisão - como ele - aqui quis Deus, veio o Ministro da Educação, Paulo Renato. Eu perguntei quantas vezes ele tinha vindo aqui. Paulo Renato saiu agora e disse “Quase vinte vezes”. Quase vinte vezes, Paulo Renato atendeu os chamamentos e esclareceu. Então, o erro... E um erro, uma desgraça nunca vem só, a Mãe do PAC atinge a Mãe da Decência, a Mãe da Dignidade, a Mãe da Virtude, que é a Srª Ruth Cardoso.

Feliz do país que não precisa buscar na história de outros países, de outros tempos. O exemplo está aí. Governei o Estado quando Fernando Henrique Cardoso era Presidente da República. Nunca votei nele. Eu votei no PMDB, em Quércia; depois votei em Ciro Gomes, meu vizinho. Mas quero dizer que o que estão fazendo com essa senhora, isso não existe! Então, a Ministra Dilma tem de vir aqui para salvaguardar a honra, a grandeza da mulher brasileira, representada nas virtudes da Mãe da Decência, que é Ruth Cardoso.

E um mal, como diz Padre Antônio Vieira, nunca vem só: mete agora um Senador nosso...

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Alvaro Dias, símbolo da decência, da pureza, da dignidade.

Agora, a ignorância é audaciosa. Nós não tememos ignorância, não!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2008 - Página 7784