Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a pesquisa "Redes de Aprendizagem - Boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender", sobre os municípios paranaenses que se destacam por buscarem soluções para melhora do ensino.

Autor
Flávio Arns (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • Considerações sobre a pesquisa "Redes de Aprendizagem - Boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender", sobre os municípios paranaenses que se destacam por buscarem soluções para melhora do ensino.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2008 - Página 7813
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, RESULTADO, PESQUISA, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), FUNDO INTERNACIONAL DE EMERGENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFANCIA (UNICEF), IDENTIFICAÇÃO, EXPERIENCIA, QUALIDADE, APRENDIZAGEM, ELOGIO, MUNICIPIO, MARILENA (PR), JESUITAS (PR), PINHAIS (PR), REALEZA (PR), SÃO JOÃO DO OESTE (SC), ESTADO DO PARANA (PR), DETALHAMENTO, MODERNIZAÇÃO, METODOLOGIA, ENSINO, AVALIAÇÃO, GESTÃO, GOVERNO MUNICIPAL, VALORIZAÇÃO, PROFESSOR, TRABALHADOR, EDUCAÇÃO, ALUNO, DEMONSTRAÇÃO, POSSIBILIDADE, PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL.

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srª e Srs. Senadores, na semana passada, os veículos de comunicação do país noticiaram com grande destaque o resultado da pesquisa "Redes de aprendizagem - Boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender", elaborada por uma parceria entre o Ministério da Educação, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação). O levantamento teve como principal objetivo identificar boas práticas de redes municipais de ensino e resultou em uma lista, na qual são citados 37 municípios por todo o Brasil com iniciativas para solucionar problemas que são comuns à maioria de nossas escolas. Dentre eles, cinco são municípios paranaenses: Marilena, Jesuítas, Pinhais, Realeza e São Jorge do Oeste, cada qual se destacando em vários dos pontos considerados boas práticas na pesquisa.

Realeza, que fica no Sudoeste do Paraná, destacou-se em pontos como consciência e prática de rede, planejamento solidário, valorização de professores e da leitura. Uma de suas iniciativas citadas na pesquisa é o “Arrastão do Aprendizado” promovido nas escolas do município. Vejamos o que diz o estudo sobre Realeza: “Lá, a sólida e estreita relação entre os gestores municipais de ensino e as escolas fica evidente em algumas ações da secretaria. Uma delas é o chamado ‘arrastão’. Uma vez por mês, a dirigente municipal de Educação e sua equipe vão às escolas, olham os cadernos dos alunos, fazem observações sobre a evolução deles e carimbam os dizeres: ‘Olá! Voltei para ver seu progresso”.

Pinhais, por sua vez, é citado no relatório como exemplo no quesito avaliação em função do monitoramento integrado das práticas e das condições de aprendizagem realizado no município que pertence à Região Metropolitana de Curitiba. Implantado em 2001, o sistema avalia os alunos, o corpo docente e a infra-estrutura das escolas do município. O supervisor de cada unidade escolar pode acompanhar as aulas, discutir metas e traçar estratégias. Também pela ferramenta, é possível avaliar a infra-estrutura das escolas e serviços como alimentação, por exemplo.

            Além de se destacar no item avaliação, o município de Marilena, no Noroeste do Estado, também foi citado pelo compromisso com a formação de seu corpo docente. “Do total de 44 docentes efetivos e seis contratados de Marilena, 39 fizeram algum curso de pós-graduação e apenas três não têm formação superior completa”, diz o estudo que também destacou o acompanhamento individualizado da aprendizagem dos estudantes do município.

            São Jorge do Oeste, no Sudoeste, também se destacou neste item. Lá, “os alunos que apresentam dificuldades são encaminhados para avaliação oftalmológica, psicológica e psicopedagógica. Os especialistas não identificam os problemas da criança, apenas. Eles também orientam o professor sobre a melhor maneira de superar as dificuldades do aluno e dão apoio às estratégias de aprendizagem e recuperação”.

            Por fim, cito o exemplo do município de Jesuítas, na Região Oeste, que se destacou pelo planejamento solidário, em que professores de diversas áreas compartilham experiências e “assumem uma postura de cooperação e sentem-se motivados e úteis quando suas idéias são aproveitadas por outros educadores”.

            Como vemos, são iniciativas que estão ao alcance de todos os municípios. Basta haver o entusiasmo e o comprometimento com um ensino de qualidade, focado no aprendizado dos alunos, na construção de uma escola acolhedora, com professores e funcionários valorizados.

            Muitas vezes pensamos que a educação pública de qualidade pode ser uma utopia, um objetivo longe de ser alcançado no Brasil. No entanto, estas iniciativas nos mostram o contrário. As escolas públicas de qualidade estão em Realeza, em Pinhais, em Marilena, em São Jorge do Oeste, em Jesuítas e em muitos outros municípios brasileiros que colocam a educação como prioridade por meio de boas práticas como as apontadas pelo estudo.

            Fico muito feliz em poder destacar nesta tribuna cinco municípios de meu Estado que estão neste caminho. No caminho da formação de cidadãos melhores, pois a educação é a saída para um Brasil mais desenvolvido e igualitário.

            Parabéns aos professores, gestores da educação, funcionários das escolas, alunos e para as comunidades destes municípios. Vocês estão fazendo a diferença e ajudando a construir um Brasil melhor para todos nós!

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2008 - Página 7813