Discurso durante a 44ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Atesta compromisso em defesa do Senado Federal e da democracia.

Autor
Virginio de Carvalho (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Virginio José de Carvalho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Atesta compromisso em defesa do Senado Federal e da democracia.
Aparteantes
Lúcia Vânia, Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2008 - Página 8059
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, DEFESA, DEMOCRACIA, BENEFICIO, PAIS, EXPECTATIVA, CONTRIBUIÇÃO, ORADOR, PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, CONEXÃO, MUNDO, ELOGIO, ATUAÇÃO, SENADO, DEMONSTRAÇÃO, HONRA, OPORTUNIDADE, MANDATO PARLAMENTAR.
  • AGRADECIMENTO, POPULAÇÃO, ESTADO DE SERGIPE (SE), ACOLHIMENTO, ORADOR, POSTERIORIDADE, TEMPO, RESIDENCIA, PAIS ESTRANGEIRO.
  • AGRADECIMENTO, MARIA DO CARMO ALVES, SENADOR, JOÃO ALVES FILHO, EX GOVERNADOR, ESTADO DE SERGIPE (SE), ELOGIO, VIDA PUBLICA, PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, REGIÃO NORDESTE, SAUDAÇÃO, MEMBROS, IGREJA EVANGELICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO SOCIAL CRISTÃO (PSC), FAMILIA, COLABORAÇÃO, VIABILIDADE, ATUAÇÃO, ORADOR, SENADO, SUPLENCIA, TRATAMENTO, SAUDE, TITULAR.
  • AGRADECIMENTO, LUCIA VANIA, SENADOR, CONVITE, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, COMISSÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, TURISMO.

O SR. VIRGÍNIO DE CARVALHO (PSC - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, meu povo sergipano, após décadas peregrinando pelos quatro cantos do mundo, aprendendo e ensinando em escolas, universidades e templos, por mais que relutasse, vejam só, não pude evitar trazer comigo um cesto enorme de dúvidas e apenas um punhado de convicções. Desses poucos grãos de certezas, entretanto, aprendi a cultivar com cuidado e apreço aquele que diz que, para o bem de uma nação, um homem não vale pelo que pensa nem pelo que diz, mas, sim, pelo que faz.

O que se quer dizer com isso, senhoras e senhores, é que nesta pequena, mas não fútil; modesta, mas não simplória nova etapa da minha jornada, seja eu submetido ao olhar rigoroso da Nação como alguém que adentra esta Casa apenas com o desejo sincero de contribuir, ou seja, de contribuir fazendo.

Se aqui espero com algo contribuir, não pode haver forma melhor senão associando-me por inteiro à luta das senhoras e dos senhores para proporcionar mais ordem e mais progresso a este País precisado e altaneiro. Não deve haver forma melhor senão juntar-me a essa nobre causa, tão freqüentemente incompreendida, às vezes desprezada e constantemente mal falada. Tudo isso fruto do duro mas salutar ofício de construir algo a cada dia sem perder de vista os sólidos altares da benfazeja democracia, a qual as senhoras e os senhores, é verdade, vêm construindo com especial denodo ao longo dos anos. Não há quem possa negar isso. É mérito de V. Exªs.

Se a poeira dos anos, porém, presenteou-me com cestos de dúvidas e xícaras de convicções, não posso esquecer que forjou também em mim uma porção mais compacta e firme de um produto imaterial. Um produto valioso que os cientistas intérpretes da alma humana denominam de “otimismo”, e eu, em consonância mais estreita com as multidões populares, chamo apenas de “fé”.

Sim, não temo dizer, sem meias palavras, que estou aqui porque tenho fé nesta Nação, tenho fé na missão deste País, não apenas em relação ao seu desenvolvimento interno, mas também em sua contribuição para o desenvolvimento de toda a América do Sul, e algumas contribuições para o restante do mundo.

Tenho fé, Sr. Presidente, em que esse gigante, outrora adormecido, começa a despertar e a demonstrar a sua força no cenário mundial. Tenho fé em que já estamos dando os primeiros e necessários passos em direção ao futuro brilhante de nossa gente. Tenho fé, inclusive, em que este caminho não tem volta. Tenho fé também em que isso é apenas o mais tênue começo, pois creio firmemente que o melhor ainda está por vir.

Como não poderia deixar de ser, Sr. Presidente, devo afirmar resoluto, com suprema e insofismável sinceridade, que também tenho fé e admiração profunda e especial pela instituição do Senado Federal brasileiro. Esta Casa é um pilar admirável da nossa adolescente democracia. Não posso, portanto, perder a oportunidade de afirmar que é uma honra incomensurável poder servir à Nação brasileira no âmbito deste lugar. É um privilégio. Se é um privilégio, todavia, servir ao Brasil no âmago desta Casa, o que dizer da honra inaudita de poder representar o meu pequeno, mas caloroso Estado de Sergipe. Tal sentimento não pode ser descrito em palavras.

Sim, após viver com minha família em culturas díspares, em nações distintas como França, África do Sul, Suécia e outros países, e há dezoito anos ser abraçado de volta pelo meu povo sergipano, não há sentimento maior em mim do que a gratidão. Gratidão porque Sergipe é um lugar especial, acolhedor, sereno, hospitaleiro e, com o perdão do deslumbramento deste sergipano da gema, posso dizer ainda que é um lugar bonito, muito bonito!

E, falando em gratidão, não posso furtar-me, por fim, de deixar registrado o nome de algumas pessoas que são responsáveis diretas pela minha presença nesta Casa. E, de antemão, peço já minhas desculpas a tantas outras que, de forma não menos decisiva, também contribuíram para que eu aqui estivesse e que, pela falta de tempo necessário - pois não quero abusar deste momento -, não poderia naturalmente citá-las, o que espero fazer de outro modo, em tempo e ocasião mais propícios. Assim, devo agradecer, primeiramente, à Senadora Maria do Carmo Alves, que, por motivo de força maior, precisou se afastar, temporariamente, dos trabalhos desta Casa. O agradecimento é pela confiança e pelo apreço que sempre demonstrou por mim, pela minha família e pela instituição que presidimos em nosso Estado.

Tenho certeza, Sr. Presidente, de que não será, para mim, um fácil empreendimento substituí-la à altura da sua notória experiência e do modo peculiar com que se entrega, de maneira quase sacerdotal, à luta contra as desigualdades sociais do Estado de Sergipe e do Brasil. Não é por demais lembrar seu reconhecido trabalho, ao longo dos anos, nas regiões periféricas da capital de Sergipe, na cidade de Aracaju e nos demais Municípios sergipanos também.

É fato histórico naquele Estado, e ainda não se falava no assunto, quando a então Primeira-Dama, D. Maria do Carmo, infundiu a noção de desenvolvimento sustentável no lugar de assistencialismo, promovendo uma reestrutura de pensamento político na administração pública regional.

Foi dela também a coordenação da construção de conjuntos residenciais, reduzindo a índices pífios o problema da favelização em nossa capital, naquele período. Implantou ainda sistemas funcionais de emprego e renda para as populações carentes e gerenciou a implantação da Fundação do Desenvolvimento Comunitário de Sergipe, um órgão de formulação, planejamento, coordenação e execução de políticas públicas, criado com a missão exclusiva de erradicar a miséria no Estado. É por esses e inúmeros outros motivos que o nome da Senadora Maria do Carmo já está gravado nos Anais da história nacional e, especialmente, de Sergipe.

Não há como deixar de agradecer também ao meu amigo escritor, intelectual refinado, ex-Ministro do Interior, Prefeito de Aracaju, três vezes Governador de Sergipe, o Sr. Dr. João Alves Filho, ao qual tive a honra de assessorar em uma de suas subsecretarias estaduais, no seu mais recente mandato de governo.

Seria, portanto, uma redundância inútil tentar, aqui neste exíguo espaço de tempo, discorrer sobre a contribuição desse homem ao progresso do Nordeste e do restante do Brasil. Pensador arguto, pesquisador profundo, administrador competente, o Dr. João Alves Filho faz parte de uma safra de governadores desenvolvimentistas que transformaram o então esquecido Nordeste brasileiro numa região viável. Por vários anos, fruto de sua férrea determinação e impactante administração, o pequeno Estado de Sergipe deteve o primeiro lugar em renda per capita do Nordeste. Certamente, um feito primoroso para o menor Estado da Federação brasileira! Devo dizer, agradecidamente, que a participação do Sr. João Alves Filho foi decisiva para eu estar aqui, hoje. A ele, assim, presto meus sinceros reconhecimentos.

Quero agradecer ainda, Sr. Presidente, aos membros e colaboradores da Missões Internacionais de que participei em diversos países do mundo, cujo apoio foi fundamental na minha jornada.

Não devo esquecer-me também do apoio incondicional das Assembléias de Deus do Brasil, “Ministério da Missão”, e da mesma instituição da qual sou pastor-presidente no Estado de Sergipe. Sem a compreensão dos nossos pastores, dos nossos líderes e membros deste ministério naquele Estado, eu não teria a mais remota condição de poder servir à nossa sociedade no âmbito da política. Esta vitória deve ser repartida com todos eles pela mais corriqueira e simples questão de justiça.

Naturalmente, estendo tal sentimento aos diversos líderes, bons amigos e companheiros de ministério das mais variadas denominações cristãs no Estado de Sergipe. Os senhores também fazem parte desta vitória.

Devo agradecer, evidentemente, ao meu Partido pela indicação do meu nome para tal cargo. Esperamos que a soma do nosso trabalho continue resultando em algum bem para este Brasil imenso.

Agradeço ao povo sergipano, sem distinção de raça, cor ou crença, pois creio, firmemente, que, como a chuva cai para todos, bons e maus, a finalidade última da atuação política deve ser a gloriosa missão de tentar melhorar a cada dia o espaço-nação de cada indivíduo, proporcionando condições para que ele cresça, desenvolva-se e alcance sua integridade como um ser livre, dotado de direitos, deveres e responsabilidades para o bem comum.

Outrossim, não tenho como deixar de fazer um agradecimento íntimo e pessoal à minha família: Rosa Angélica, minha esposa; minhas filhas, Ângela, Eliane e Beatrice; minha neta primogênita, Ângela Sofia, e à recém-chegada e já muito amada, Nicole. Sem a força e sem o amor delas, certamente a vida não seria fácil. Amo-as com amor profundo. Deus esteja sempre com vocês.

E, por fim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, agradeço a Deus, que nos fez homens, com todas as imperfeições, ou melhor dizendo, não imperfeições, mas nossas limitações humanas, nossas fraquezas, nossas ilusões, nossas desilusões; mas também com nossa bondade, nossa generosidade e nossa boa vontade. Não nos fez anjos; homens é o que somos. Por isso mesmo, projetados para sonhar, para realizar, para construir; mas também, por que não admitir, para errar, para magoar e para se arrepender, para, em seguida, voltar a conviver, a sonhar e, outra vez, a realizar;

A Deus este Ser invisível, mas real, honras solenes para todo o sempre, que usou homens e mulheres de boa vontade, mesmo que sem perceberem, para que pudéssemos estar hoje aqui. Que Ele abençoe esta Casa e me ilumine, para que eu possa realizar esta tão nobre missão e sair daqui havendo conquistado grandes amigos.

A Srª Lúcia Vânia (PSDB - GO) - Concede-me um aparte, Senador?

O SR. VIRGÍNIO DE CARVALHO (PSC - SE) - Pois não, Senadora.

A Srª Lúcia Vânia (PSDB - GO) - Senador Virgínio, eu gostaria de, em meu nome e em nome do meu Estado, o Estado de Goiás, cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento. Sinto que esse pronunciamento tenha sido feito hoje, em uma sexta-feira, no dia em que todos os parlamentares não estão aqui presentes. Mas tenho certeza de que, se tivéssemos outros Parlamentares aqui, V. Exª teria o aplauso de todos que compõem esta Casa, pelo seu discurso firme, pelos seus compromissos com a democracia, por ser um homem de fé, bem externada no pronunciamento de V. Exª. E, aqui, V. Exª vem substituir uma grande mulher: uma mulher serena, discreta, mas, altamente, competente. Fui Secretária Nacional de Assistência Social e pude estar muito próxima da Senadora Maria do Carmo e sei o quanto ela pôde fazer por Sergipe, o quanto ela pôde inovar na área social. Portanto, V. Exª já chega com uma grande responsabilidade. Por isso, tenho a certeza de que V. Exª, que já a conheceu, que já participou do Governo João Alves, deve ter o mesmo estilo, o mesmo compromisso e, sem dúvida alguma, prestará um grande serviço a esta Casa. Desejo sucesso a V. Exª. Que a sua presença seja para engrandecer a Casa, que a ajude a melhorar esse perfil, que precisamos ter aqui, de compromisso com o País, de compromisso com a democracia e, acima de tudo, de compromisso com o povo brasileiro. Obrigada.

O SR. VIRGÍNIO DE CARVALHO (PSC - SE) - Eu que agradeço a V. Exª.

Concedo o aparte ao Senador Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Virgínio de Carvalho, embora o momento não seja propício, por causa da enfermidade da Senadora Maria do Carmo Alves, quero registrar a extraordinária mulher que ela é, em todas as virtudes de mulher, de grandeza, e quero aqui lembrar a sua extraordinária obra social. Exemplo de mulher - mulher mãe, mulher santa, mulher servidora e dedicada - que vive momentos de dificuldades. Dificuldades maiores acho que sofre o seu esposo - nós que amamos as mulheres sabemos sentir isso -, que também é uma figura extraordinária e um dos maiores homens do Nordeste. Além de sua obra política, todos a conhecem no Ministério da Integração. Ele tem a melhor obra sobre o Nordeste. Senador Mozarildo, eu não a li, eu a estudei por ser a melhor obra técnica sobre os problemas do Nordeste, uma obra da autoria do Senador João Alves, ex-Governador e ex-Ministro. Então, ele deve estar sofrendo muito, e o povo de Sergipe também. Mas vamos entregar tudo a Deus. “Deus escreve certo por linhas tortas”. E V. Exª representa este Deus cristão. V. Exª é evangélico, do Partido Social Cristão, e entra fazendo história, por ser, talvez, o primeiro Senador membro deste Partido. Somos um País cristão. Mozarildo, no passado, éramos obrigados, ao assumirmos o mandato de senador, a nos declarar cristãos. Hoje, não. Mas V. Exª representa essa história de tradição. Mas, mesmo assim, se mantém Cristo ali. Então, V. Exª representa o Partido Social Cristão, que está em todo o Brasil, e agora está aqui no Senado da República. São 13 Deputados Federais e vários estaduais. E, graças a Deus, está no Piauí também. No Piauí, a sua Presidente, com muito orgulho, é a minha filha - mulher encantadora, engenheira -, Maria das Graças Moraes Souza, que preside o Partido Social Cristão. Então, V. Exª vem, sem dúvida alguma, engrandecer este Senado e a democracia brasileira, representando este Partido, o PSC, com perspectivas invejáveis na política do Brasil.

O SR. VIRGÍNIO DE CARVALHO (PSDC - SE) - Obrigado, Senador Mão Santa.

Gostaria de deixar claro que, na realidade, estava prevista a minha vinda para o Senado este mês; porém, subitamente, a Drª Maria do Carmo, a nossa Senadora, passa por problemas de saúde. Por tudo isso, não me senti à vontade para fazer um pronunciamento, porque, pelo amor, pelo lado afetivo que dedico a ela e a seu esposo, não me senti corajoso o bastante para falar. Fiquei aguardando a melhora dela. Conforme informação, por intermédio do Dr. João Alves Filho, ela está bem melhor; o quadro está melhorando e ela vai se submeter a uma cirurgia.

Todavia, quero dizer aqui que, por ser a minha gratidão muito grande a ambos, não me senti à vontade para falar, tinha receio de me emocionar.

Agradeço as palavras da Senadora Lúcia Vânia. Tenho grande satisfação em pertencer à Comissão Regional de Desenvolvimento e Turismo, Presidida por S. Exª. Espero poder ser útil àquela Comissão, bem como nas outras em que tive o privilégio de também ser convidado a participar.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2008 - Página 8059