Discurso durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação a respeito do pronunciamento da Senadora Serys Slhessarenko.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Manifestação a respeito do pronunciamento da Senadora Serys Slhessarenko.
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2008 - Página 7912
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • RESPOSTA, CARTA, EDUARDO SUPLICY, SENADOR, ESCLARECIMENTOS, AUSENCIA, DISCRIMINAÇÃO SEXUAL, DISCURSO, COMPARAÇÃO, ATUALIDADE, PERIODO, HISTORIA, NAZISMO, AMBITO, PROPAGANDA, GOVERNO, CRITICA, LIDER, BANCADA, GOVERNO FEDERAL, TENTATIVA, INTIMIDAÇÃO, ORADOR, INJUSTIÇA, ALEGAÇÕES, DESRESPEITO, MULHER, AMEAÇA, PROCESSO, CORREGEDORIA, CONSELHO, ETICA.
  • REGISTRO, ENCAMINHAMENTO, MESA DIRETORA, LIVRO, BIOGRAFIA, LIDER, NAZISMO, PAIS ESTRANGEIRO, ALEMANHA, SUBSIDIOS, DISCURSO, ORADOR, DEFESA, VALORIZAÇÃO, ESTUDO, CONHECIMENTO, HISTORIA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Suplicy, V. Exª nos procurou, fez uma carta, e eu esclareci.

Atentai bem: não vim aqui por medo de chantagem emocional. Tenho 65 anos de idade, e, ao longo desses 65 anos, minha cidade, meu Piauí e o Brasil sabem da estima que tenho pelas mulheres. Atentai bem: fiz o que tinha de fazer, fiz um paralelo entre um tempo que existiu - e sou profundo conhecedor da história, dos tempos da Alemanha nazista, de Goebbels, de Hitler, da Segunda Guerra - e o nosso tempo. Isso houve. Houve aquele imbróglio em que a Líder, useira e vezeira de ser agressiva e de querer intimidar, agrediu-nos ontem, atemorizando-nos de que iam nos processar. Podem processar!

Tive o cuidado de reler o discurso. Senador Mozarildo, nunca pensei que fosse capaz de fazer um pronunciamento de tanta profundidade, fazendo um paralelo da história que existiu - e eu a conheço - com o que vivemos hoje. Eu disse que havia, no partido de Hitler, Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores, uma semelhança. Peguei o livro escrito por ele, em que ele dizia que escolheu o vermelho. O vermelho é adotado pelos que estão no poder. Disse que eles não são como Sarney: “Brasileiras, brasileiros”; “Meus senhores, minhas senhoras”; “Minha gente, meu povo”; “Companheiros e companheiras”. E, naquele tempo, todo mundo sabe - quem estuda, e estou no meio deles, porque acredito no estudo e no saber, atentai bem! -, existiu um comunicador que iludiu Hitler. Goebbels disse que uma mentira repetida se torna verdade. E analisei a semelhança. Eles tinham um grupo - atentai bem! - que cacarejavam, e são as galinhas que cacarejam antes de pôr ovo e depois de pôr ovo.

Então, o que fiz? Peguei o pronunciamento e o entreguei ao Corregedor da Casa, com cem e-mails de mulheres bem-amadas, maravilhosas, felizes, como foi minha mãe e como são minha esposa Adalgisa, minhas três filhas mulheres e minhas quatro netas. Tenho uma vida dedicada à especialização de Obstetrícia e de Ginecologia.

Mas a ignorância é audaciosa. O livro é alemão. Sei que aqui se diz que “galinha” é namoradeira, não sei o quê. Mas nunca nem as namoradeiras eu atingiria. Nunca, na minha vida, eu faria isso! Podem vasculhar! Linguagem é um ponto de desentendimento - Antoine de Saint Exupéry.

Camata, aqui chegou Flávio Arns, um dos mais puros dos nossos, e disse: “Eu me canso de dizer para a minha mulher: ‘Você é uma galinha choca’”. É porque gosta dos filhos. É uma expressão, como “galinha dos ovos de ouro”. Pode uma pessoa dizer: “Dona Adalgisa é a galinha dos ovos de ouro dos votos do Mão Santa”. Longe de imaginar qualquer outra coisa! Mas se a carapuça serviu... Essa senhora, todo mundo a respeita, e respeito todo mundo e ela.

O autor do livro, quando diz “cacarejar”, compara com a galinha que põe ovos. Mas é um militante! O Luiz Inácio, com todo o respeito, é uma galinha cacarejadora, pois fica falando... É isso o que quero dizer. Refiro-me a homens e a mulheres; não há sexo nisso. Jamais foi essa minha intenção. Desafio... As mulheres me conhecem. Eu as amo.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Suplicy. Bloco/PT - SP) - Vou dar mais um minuto para V. Exª concluir, Senador Mão Santa.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Peguei o discurso, e o Mozarildo estava do lado. Ô discurso bem-feito! Quero que publique - é um dos melhores discursos - essa analogia. Perfeito! No dia 12, recebi cem e-mails de mulheres do Brasil. Eu sei o que digo. Eu preparei e estudei. É esta a linguagem da interpretação que se deu: a do simbolismo. Não há questão de sexo nisso, não.

O Demóstenes, que é culto, na hora da confusão, gritou dali: “O Luiz Inácio é galinha cacarejadora”. É um militante do Goebbels. Estou dizendo que S. Exª quis dizer, no raciocínio dele, que não há questão de sexo nisso. É um militante do Goebbels.

Peguei o livro e, como disse ontem, entreguei-o à Casa, ao Corregedor. Então, isso compete ao Corregedor.

Pensei e vim dizer isso, mas estou vendo que não é só o Luiz Inácio que não gosta de ler e de estudar, não, mas são todos eles. A ignorância é audaciosa. Sócrates disse: “Só há um bem, o saber. Só há um grande mal, a ignorância”.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Suplicy. Bloco/PT - SP) - Peço que V. Exª conclua.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Isso eu dei ao Corregedor. Que nos levem para o Conselho de Ética!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2008 - Página 7912