Discurso durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da realização da Conferência sobre a Cooperação contra os Crimes Cibernéticos. (como Líder)

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Registro da realização da Conferência sobre a Cooperação contra os Crimes Cibernéticos. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2008 - Página 7916
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, CONFERENCIA INTERNACIONAL, COOPERAÇÃO, COMBATE, CRIME, INFORMATICA, INTERNET, COMENTARIO, ATRASO, BRASIL, ADESÃO, CONVENÇÃO INTERNACIONAL, TRAMITAÇÃO, MATERIA, COMISSÃO, SENADO, DEMORA, EXAME, ITAMARATI (MRE).
  • DEFESA, MODERNIZAÇÃO, LEGISLAÇÃO PENAL, COMBATE, CRIME, INTERNET, ESPECIFICAÇÃO, EXPLORAÇÃO SEXUAL, MENOR, COOPERAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, JUSTIFICAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, RECEBIMENTO, COLABORAÇÃO, DEBATE, SOCIEDADE CIVIL.
  • CRITICA, PERDA, QUALIDADE, DEBATE, POLITICA NACIONAL, CONFLITO, GOVERNO, OPOSIÇÃO, ANALISE, MELHORIA, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, INFERIORIDADE, INDICE, AMERICA LATINA, RECONHECIMENTO, CONTRIBUIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, APREENSÃO, AUMENTO, GASTOS PUBLICOS, ATUALIDADE, EFEITO, CRESCIMENTO, TRIBUTAÇÃO, PREJUIZO, EMPREGO, INVESTIMENTO, DEFESA, ESTABILIDADE, ECONOMIA NACIONAL.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pela Liderança. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero aqui fazer um relato, ainda que breve, da realização da Conferência sobre a Cooperação contra os Crimes Cibernéticos, os crimes cometidos com as novas tecnologias. A presença brasileira - tive a honra de representar o Senado, juntamente com o Deputado Colbert Martins - nos mostra, entretanto, que estamos muito atrasados no encaminhamento do assunto.

A Conferência teve a presença de 150 representantes de 58 países. Países com economia ou importância política menor que o Brasil aderiram há mais tempo à Convenção de Budapeste, que é a Convenção Internacional que trata da questão do combate aos crimes, que estão cada vez mais aumentando, cometidos via Internet, via redes de comunicação como um todo.

A orientação final da Conferência é no sentido de que novos países façam parte dessa Convenção. Tenho aqui comigo o mapa que mostra que todos os países da Europa já a assinaram, bem como os Estados Unidos, o Canadá, a África do Sul e o Japão, enquanto que, na América, o México e a Costa Rica já estão com o pedido de participação em andamento. Quanto ao Brasil, a proposta parlamentar está sendo aqui discutida. Ela já foi aprovada na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática e foi aprovada, também, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte. No momento, está na Comissão de Assuntos Econômicos, e o Senador Aloizio Mercadante me afiança que, nos próximos dias, poderemos colocá-la em votação.

Entre os diversos crimes que estão agora sendo tipificados, está a posse de material de pornografia infantil, que, inclusive, neste momento, é objeto de uma CPI no Congresso Nacional, da qual participo. É fundamental que tenhamos uma legislação adequada para podermos enfrentar uma questão como a pedofilia. Se não a tivermos, teremos dificuldade de ter a troca de informações, já que muitos desses crimes são cometidos transfronteiras, a partir de outros países e do próprio Brasil.

Estamos com uma proposta já bem avançada, depois de ter havido vários mal-entendidos e de terem sido aceitas por nós várias alterações. Hoje, já tenho um projeto que altera oito instrumentos legais, com treze tipos de crimes que estão sendo incluídos na nossa legislação penal.

A participação brasileira, portanto, além de ser no sentido de acelerar a votação aqui no Congresso - na Comissão de Assuntos Econômicos e, posteriormente, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania -, deve dar-se na instância do Governo Federal.

Em dezembro de 2006, a requerimento meu, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional solicitou informações ao Ministério das Relações Exteriores, que informou, em março, que ainda estava analisando. A posição continua a mesma ainda hoje: continua analisando a adesão do Brasil, ou não, à Convenção de Budapeste. Enquanto isso, as organizações criminosas se beneficiam da ausência de uma legislação no País.

Sr. Presidente, quero entrar num outro ponto que me preocupa muito. Vemos a situação brasileira, felizmente boa, do ponto de vista da economia, da criação de empregos, do crescimento da classe média, com a chamada classe C. Isso tudo está bem, o Brasil está caminhando bem, o Presidente Lula está com boa aceitação popular; agora, não podemos perder esses momentos, não podemos permitir que haja uma guerra permanente, como temos visto. Não dá para entender como o Presidente Lula, num momento bom para o País, bom para ele, pessoalmente, apresenta um comportamento raivoso, atacando a oposição, querendo envolver o governo do PSDB em fatos. Não podemos deixar que a política fique tão pequena, como está caminhando.

Da minha parte, o Presidente é testemunha, tenho procurado fazer aqui o que chamo de uma oposição inteligente. Recuso-me a fazer uma oposição como a do PT nos seus momentos mais agressivos, aquela oposição de que V. Exª não fazia parte, uma oposição realmente especializada em buscar o “quanto pior, melhor”.

Vemos que existem coisas boas, sim, mas temos aqui, por exemplo, os dados de crescimento da América Latina no último ano. O Brasil cresceu 5,12%. Ótimo! Agora, vamos ver os outros países: a Argentina cresceu 8,5; o Chile, 5,8%; a Colômbia, 6,6%; o México, o único a menos do que nós, 3,1%; o Peru, 8,3%; o Uruguai, 7,25%; a Venezuela, 8,4%.

Portanto, estamos bem? Estamos, reconheço que o Brasil está bem. Agora, não vamos permitir que se perca essa oportunidade com esse envenenamento das relações com a oposição, ou com essa questão de voltarmos a ter gastos em excesso do ponto de vista de governo.

Tenho aqui comigo também o artigo de Júlio Senna...

(Interrupção do som.)

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - ...em que ele fala da questão da era do crédito e mostra que, realmente, os choques de antes não mais se verificam e que, em conseqüência, a confiança se generaliza: os empresários investem, apostando que vão continuar a vender bem; os banqueiros emprestam, acreditando que não haverá calote; e as famílias não temem contrair dívida, porque não vêem mais o fantasma do desemprego. É fato, isso está acontecendo no Brasil. Agora, está acontecendo por uma ação de todos, não só do Presidente Lula. É do Presidente Lula, inclusive, reconheço que sim, mas também por ações do Presidente Fernando Collor, do Presidente Itamar Franco, que substituiu Collor, e do Presidente Fernando Henrique. São ações que fizeram com que o Brasil se transformasse num país normal.

Não podemos, agora, achar que se vai poder elevar o gasto governamental sem nenhum custo. É evidente que, quanto mais o Governo gasta, mais pesada fica a carga tributária. Ficando mais pesada a carga tributária, são menos empregos, menos investimentos.

Quero fazer aqui, Sr. Presidente, aproveitando essa...

(Interrupção do som.)

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Aproveitando o tema que trago aqui, que é a necessidade de um andamento mais rápido das questões ligadas aos crimes cibernéticos, aos crimes de informática, inclusive à pedofilia, que tenhamos a visão de que o Brasil está, realmente, num momento de respeito, mas não pode perder esta oportunidade que a situação internacional propiciou, que é a continuidade de políticas de estabilidade no País.

Não dá para termos um clima de guerra, em que o Governo acusa a oposição, em que o Governo quer gastar o mais possível e não quer mais que se investiguem sindicatos. Quer que volte a existir uma linha trabalhista, que já é ultrapassada, com excesso de regulamentações, ao contrário do que o mundo tem demonstrado. Temos que ter mais liberdade para mais investimentos, para que haja, com isso, a continuidade do crescimento econômico do Brasil.

Lembro, mais uma vez, que o Brasil, conforme mostrei, cresceu, sim, mas menos do que quase todos os outros países da América Latina.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2008 - Página 7916