O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, serei breve.

            Quero aqui reivindicar algo, que é importante. O Senador Heráclito Fortes fez uma referência de natureza pessoal, familiar. Quero dizer, com o maior respeito, que a provocação que fez não deveria levar em conta certos aspectos, como aqueles que acredito que esteja dizendo em relação à Ministra Marta Suplicy, que foi comigo casada por 36 anos e que é mãe de meus filhos. A maneira como ele se referiu a mim, há pouco, foi com sentido, avalio, que não deva caracterizar o embate político.

            Com respeito ao episódio registrado pela revista Veja e pela imprensa de que, no aeroporto, quando ela estava embarcando, alguns passageiros se incomodaram, quando disseram a ela que não passasse pela máquina de raios X, que faz a averiguação, ou seja, que alguns se ressentiram, perguntando “Por que ela não passa por isso? Por ser Ministra?”, e que o comandante da aeronave da Air France, em resposta, resolveu dizer que todos os passageiros deveriam fazê-lo, afirmo que isso pode acontecer com qualquer autoridade, com Senadores. Eu próprio já vi, muitas vezes, aqueles responsáveis no aeroporto dizerem: “Você é um Senador, pode passar por aqui mais rapidamente”. Isso acontece, por vezes, no aeroporto de São Paulo. O Senador Romeu Tuma, que foi Diretor da Polícia Federal, sabe que os responsáveis pelo sistema de passaportes, ao verem S. Exª, dizem: “O senhor pode passar mais depressa por aqui”.

            Então, imagino que deve ter sido algo que aconteceu assim. O episódio faz com que todos nós, Senadores, autoridades e Ministros, prestemos sempre muita atenção no sentimento da população, que espera de nós um comportamento igual ao de qualquer cidadão. Avalio que a Ministra Marta, diante desse episódio, ficará mais atenta às conseqüências dos seus atos em relação à percepção do povo. O Senador Heráclito Fortes considerou o fato tão grave, que pediu uma explicação. A explicação é essa.

            Mas espero que o caro Senador Heráclito Fortes não tenha a intenção de provocar-me pelo fato de eu ter sido casado com a Ministra Marta Suplicy, que leva o meu nome. Como ela passou a maior parte de sua vida com meu sobrenome e com ele ficou conhecida como autora, Parlamentar e Prefeita, achei perfeitamente justo que assim permanecesse.

            Então, aqui respondo, sim, ao que ele colocou, mas avalio seja importante que guarde o devido respeito. Notem que ele não pediu explicação aos Senadores ou à Líder do Partido, mas a mim. E por quê? Porque sabia que fui com ela casado. O Senador Heráclito Fortes saberá avaliar que obviamente há maneiras de se estabelecerem críticas e polêmicas entre Situação e Oposição.

            Falo isso com amizade em relação a ele. Ele sabe do respeito que tenho tido por ele. Ainda hoje eu próprio acompanhei os Senadores da Bolívia a seu gabinete, e tivemos ali um diálogo de respeito, como sempre temos tido e espero que continuemos a ter no Senado Federal.