Discurso durante a 35ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Resposta ao Senador Eduardo Suplicy acerca de suas referências à Ministra do Turismo.

Autor
Heráclito Fortes (DEM - Democratas/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Resposta ao Senador Eduardo Suplicy acerca de suas referências à Ministra do Turismo.
Publicação
Publicação no DSF de 26/03/2008 - Página 6877
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • INFORMAÇÃO, AUSENCIA, OFENSA, EDUARDO SUPLICY, SENADOR, OBSERVAÇÃO, ORADOR, CONDUTA, AEROPORTO, MARTA SUPLICY, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO TURISMO, ESCLARECIMENTOS, GOVERNO.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Meu caro amigo, pessoa que admiro muito, Senador Eduardo Suplicy, V. Exª naturalmente está tentando convencer São Paulo de que é vítima de uma citação que fiz, mas não de um caso particular, nem privado. Citei a Ministra do Turismo do Brasil, Srª Marta Matarazzo, que insiste em ser Suplicy.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Marta Teresa Suplicy.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Suplicy, pronto, como queira!

            Não tratei de assunto privado. Tratei de comportamento anunciado na imprensa que envolvia a Ministra, por quem tenho o maior apreço. Lamentavelmente, o Partido de V. Exª não se manifestou em sua defesa. Não pedi a V. Exª, em nenhum momento, que fizesse a defesa da Ministra.

            Eu estranhei que ninguém tivesse feito a defesa. Eu pedi que V. Exª, na reunião que teremos hoje, que pedisse que o Presidente Lula seguisse o gesto do Presidente Fernando Henrique e abrisse o seu sigilo bancário. Não vamos confundir as coisas! Aliás, se eu fizesse isso, Senador Suplicy, seria dentro de uma confiança de amizade, da mesma maneira que fui procurado por V. Exª quando a Ministra Marta Suplicy veio depor numa Comissão e lhe chegou a informação de que eu iria abordá-la de maneira grosseira, referindo-me a um episódio do passado, e eu o tranqüilizei dizendo que não atingiria família e nem questões pessoais.

            De forma que não dormirei hoje com essa pecha nas minhas costas, de maneira nenhuma. Não comentarei sequer as provocações que o hoje marido dela fez no seu blog ao meu partido e ao partido do Senador Arthur Virgílio, o que vem sendo constante. E não vou fazer isso respeitando a presença de V. Exª. V. Exª para mim e para a minha geração foi o “Casal 20” do Brasil. Vou falar desse assunto, porque V. Exª puxou e não sabia: 30 anos!

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Trinta e seis.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Trinta e seis! Tenho certeza de que se se fizesse uma enquete, Senador Suplicy, o Brasil inteiro torceria para que aquela relação fosse indestrutível. Mas não é disso que aqui vamos tratar.

            Outro dia, fomos agredidos, Senador Arthur Virgílio, gratuitamente, por este rapaz que tem um blog e eu respondi e dei graças a Deus que V. Exª não estivesse em plenário. Quando terminei, chamei o blogueiro, Sr. Favre, de segurança de bailarina do Moulin Rouge, pela maneira como ele se porta no blog. V. Exª já viu, Senador Arthur Virgílio? Ele com a camisa fechada, uma gola rolê, em uma pose soberana, a dar aula de moral ao Brasil. E hoje está nos jornais acusando a imprensa e defendendo-se de um episódio para o qual, se ele estava envolvido, era como penetra. Eu não trato desse assunto. Eu trato da vida pública.

            E o episódio que houve entre a Ministra, se houve ou não, foi de uma Ministra e do exercício da sua função. E aí, meu caro Senador, acho que o Governo tem que ter preocupações com S. Exª quando vai a aeroporto, porque já não é o primeiro episódio desagradável.

            Agora, longe de mim, ofendê-lo. Longe de mim, pelo apreço, pelo respeito, pela admiração que lhe tenho, de lhe colocar em saia justa. Se alguém lhe criou constrangimento foi o Governo Lula, que botou a D. Marta, que tem o seu sobrenome, a compartilhar do mesmo governo. E se assim o fez, é porque quer ela, como administradora, submetida aos vexames, aos prazeres e as alegrias que a função pública possa permitir.

            De qualquer maneira, para que eu durma tranqüilo, V. Exª me desculpe se se sentiu atingido. Eu atingiria V. Exª, familiarmente, se fizesse alguma citação na direção de onde o seu coração hoje se abriga, e não com relação a passado.

            O que nós tratamos aqui foi de uma questão pública que infelizmente misturou-se a sua vida familiar. Mas é coisa do passado.

De forma que quero dormir tranqüilo, Sr. Presidente, porque não é do meu feitio, não é do meu temperamento e não faria uma maldade dessa com duas pessoas que quero muito bem: V. Exª e a Ministra Marta. Lamento apenas o destino ter separado vocês dois. Não é culpa minha.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/03/2008 - Página 6877