O SR. JARBAS VASCONCELOS (PMDB - PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, no próximo dia 13, faz vinte anos do desaparecimento do Senador Antônio de Farias, que morreu em pleno exercício do seu mandato. Como Senador de Pernambuco, juntamente com os companheiros Marco Maciel e Sérgio Guerra, nós lembramos essa data. De forma que peço a V. Exª para dar como lido o pronunciamento que faço.

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR JARBAS VASCONCELOS.

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O SR. JARBAS VASCONCELOS (PMDB - PE. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho hoje a esta tribuna para prestar uma homenagem a alguém que também representou o Estado de Pernambuco aqui, nesta Casa. Trata-se do economista e industrial Antônio Arruda de Farias, que nos deixou há 20 anos, no dia 13 de abril de 1988, no exercício do mandato, pouco mais de um ano após tomar posse como Senador da República.

Naquela ocasião, desenvolviam-se os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, e Farias atuava na Comissão de Sistematização.

Vereador, Deputado Estadual, Prefeito da Cidade do Recife, Deputado Federal e, finalmente, Senador, Antônio Farias construiu uma trajetória de sucesso, quer seja como empresário do setor sucroalcooleiro, quer seja no exercício da vida pública.

No entanto, talvez acima de todas essas expressivas conquistas, está a construção de uma família exemplar, que dá continuidade ao nome e ao empreendedorismo de Antônio Farias, por meio do Grupo Farias.

Hoje, sob o comando da viúva de Antônio Farias, Geralda, e do filho Eduardo, o Grupo tem unidades sucroalcooleiras nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Goiás, São Paulo e Acre. Diversificou suas atividades e atua também nas áreas da pecuária, venda de automóveis e fruticultura.

Sr. Presidente, todos esses diversos caminhos tiveram início no Município de Surubim, localizado no Agreste Pernambucano, a 124 quilômetros do Recife, onde Antônio Farias nasceu em 28 de novembro de 1932. Ainda jovem, administrou uma usina de beneficiamento de algodão, do seu pai, Severino Farias.

Já na década de 1960, Antônio Farias adquiriu, com a participação de outros sócios, o controle da Usina Pedroza, no Município de Cortês, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Foi a primeira de várias usinas, que hoje se espalham por cinco Estados da Federação.

Paralelamente a esse espírito empreendedor, Antônio Farias ingressou na vida pública em 1955, quando se elegeu Vereador em Surubim. Oito anos depois, chegava à Assembléia Legislativa de Pernambuco, onde exerceu o mandato de Deputado Estadual até 1971.

Em 1975, foi indicado para exercer o mandato de Prefeito da Cidade do Recife. Sua passagem pelo cargo foi marcada, entre outras obras, pela urbanização de ruas do centro comercial da Capital Pernambucana; pela conclusão do prédio-sede da Prefeitura e por obras de ampliação da rede de abastecimento d’água e saneamento.

Quatro anos após deixar a Prefeitura do Recife, Antônio Farias assumia o mandato de Deputado Federal.

Em 1986, com cerca de 1,2 milhão de votos, foi eleito, com nosso apoio - então como prefeito da Cidade do Recife - Senador pelo Estado de Pernambuco.

Srªs e Srs. Senadores, o desaparecimento de Antônio Farias, com apenas 56 anos de vida, foi muito lamentado, aqui, neste Plenário, e também no seu Estado natal, onde construiu amizades sólidas.

Como bem salientou Renato Cunha, atual Presidente do Sindiaçúcar de Pernambuco, em recente artigo, “Antônio Farias dignificou e honrou a vida pública de Pernambuco e do País. Era um homem sério, introspectivo, ético nas dimensões pública e privada (...) Tinha espírito público diferenciado e era um administrador diligente, competente e com antevisão dos fatos”.

Duas décadas após a sua passagem, quero aqui me unir à família nas homenagens que serão prestadas à memória de Antônio Farias.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.