Discurso durante a 52ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Contradições do PT no governo. Alerta para a necessidade de planejamento e melhoria do transporte urbano nas metrópoles brasileiras.

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO TRABALHISTA. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Contradições do PT no governo. Alerta para a necessidade de planejamento e melhoria do transporte urbano nas metrópoles brasileiras.
Publicação
Publicação no DSF de 16/04/2008 - Página 9468
Assunto
Outros > MOVIMENTO TRABALHISTA. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • ANUNCIO, NOTICIARIO, DECISÃO, GOVERNO FEDERAL, CORTE, FREQUENCIA, FUNCIONARIOS, GREVISTA, ADMINISTRAÇÃO FEDERAL, CONTRADIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PERIODO, EXERCICIO, OPOSIÇÃO, GOVERNO, APOIO, MOVIMENTO TRABALHISTA.
  • CRITICA, OMISSÃO, GOVERNO FEDERAL, TRANSPORTE COLETIVO URBANO, PARALISAÇÃO, OBRAS, METRO, CAPITAL DE ESTADO, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), ANUNCIO, VISITA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INAUGURAÇÃO, INTEGRAÇÃO, ONIBUS, COBRANÇA, ORADOR, AGILIZAÇÃO, PROVIDENCIA, COMBATE, ENGARRAFAMENTO, REGIÃO METROPOLITANA.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Está ótimo, Sr. Presidente. Haverá também uma reunião do Congresso dentro de alguns minutos, não é isso?

Sr. Presidente, quero só comentar mais algumas contradições do Partido dos Trabalhadores no Governo. O noticiário todo mostra que o Governo vai cortar o ponto de funcionários em greve. Quem diria! O PT sempre incentivou essas greves, sempre brigou muito com outros partidos que estavam com a responsabilidade de governar e sempre criticava arduamente o fato de se cortar o ponto quando chega o momento de impasse. Agora estamos vendo o Governo do PT cortando o ponto de funcionários públicos em greve. Eu quero salientar essa contradição.

Da mesma maneira, Sr. Presidente, existe também uma contradição na viagem que o Presidente Lula fará a Belo Horizonte, na próxima quinta-feira, onde, evidentemente, ele será muito bem-vindo. É o Presidente da República e o que ele for levar de benefício será sempre importante. Mas um dos objetivos desta viagem dele, do Presidente, é inaugurar um terminal de integração do metrô. Nós já estamos no mês de abril de 2008. O Presidente Lula já está no governo há cinco anos e quatro meses, e o metrô de Belo Horizonte não tem um metro sequer de trilho a mais desde o início do Governo Lula. E o PT era extremamente ácido nas críticas, era um cobrador permanente: “Não é possível, esse metrô de Belo Horizonte começou em 1972 e não avança nada, está faltando vontade política!”

Aí o PT vira governo e o metrô pára mesmo. Se já estava devagar, agora parou. As obras não estão evoluindo de maneira alguma. Existe um ramal, Barreiro-Calafate, onde vai se instalar a nova rodoviária, que está abandonado mesmo. Algumas estações já sofreram depredação, e essa que é uma solução em todos os lugares do mundo para transporte de massa acaba ficando relegada a segundo plano.

Eu não estou falando apenas do metrô de Belo Horizonte, mas dos metrôs como um todo no Brasil. Não é possível que continuemos com os engarrafamentos constantes nas grandes cidades brasileiras, cada vez mais concentração, e não há um plano efetivo, que seja de médio, de longo prazo, para enfrentar essa situação. A solução, em qualquer grande cidade, é o transporte sobre trilhos, exatamente um transporte que tem maior capacidade de passageiros. Lamentavelmente, aqui no Brasil, os nossos projetos estão todos ou parados, ou como esse de Belo Horizonte em que não se colocou nenhum metro a mais de trilho e que está sendo inaugurado agora.

É uma obra importante, sim, que é a integração de ônibus com metrô na ponta da linha que funciona hoje em Venda Nova, mas não podemos deixar de trazer aqui esta lembrança de mais uma contradição do PT, que brigava muito pelo metrô quando outros estavam no poder. Agora no poder, simplesmente, o ritmo é pior do que antes, quando efetivamente já tinha um ritmo meio lento. Falo isso com conhecimento de causa porque pude acompanhar essa obra de perto e espero que, ao fazer esta crítica, esteja colaborando para que o Governo realmente desperte para este tema tão importante que é o transporte urbano nas metrópoles brasileiras.

Sr. Presidente, o que eu queria trazer hoje eram essas palavras de alerta para que o transporte de massa no Brasil, na área urbana, tenha um plano que efetivamente nos permita enfrentar os congestionamentos nas nossas grandes cidades.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PTB - SP) - Senador Eduardo Azeredo, nós sabemos o que São Paulo está sofrendo com isso! Uma cidade que se diz limpa, mas cujos congestionamentos estão envenenando sua população. Um medidor de saturação do ar na hora de um congestionamento de 200 quilômetros na cidade mostrará níveis em que a sensação que se tem é a de se estar respirando com o rosto dentro de uma chaminé.

E isso leva à morte. Talvez V. Exª esteja se referindo a um dos elementos principais, o transporte de massa, para se tentar resolver.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Sim. Essa situação vai só piorando, quer dizer, não tem alternativa. Temos que acordar para o transporte sobre trilhos.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PTB - SP) - Não tenha dúvida. Todos os Estados brasileiros sofrem do mesmo mal.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/04/2008 - Página 9468