Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Critica o Senador Álvaro Dias que não esclareceu as informações de que seria o responsável pela divulgação na imprensa do dossiê sobre os gastos em cartão corporativo do ex presidente Fernando Henrique Cardoso.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.:
  • Critica o Senador Álvaro Dias que não esclareceu as informações de que seria o responsável pela divulgação na imprensa do dossiê sobre os gastos em cartão corporativo do ex presidente Fernando Henrique Cardoso.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2008 - Página 7759
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.
Indexação
  • ANALISE, ESPIONAGEM, BANCO DE DADOS, GOVERNO FEDERAL, GASTOS PUBLICOS, CARTÃO DE CREDITO, EXECUTIVO, REPASSE, DOCUMENTO SIGILOSO, CRITICA, SENADOR, AUSENCIA, ESCLARECIMENTOS, FONTE, INFORMAÇÃO, REPUDIO, ORADOR, TENTATIVA, PREJUIZO, REPUTAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL, SECRETARIO EXECUTIVO.

            O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, eu não quero entrar em debate com o Senador Alvaro Dias. Mas o Senador Alvaro Dias tentou fazer um contorcionismo político para tentar explicar algo que, na verdade, começa a se delinear como um fato completamente diferente do que foi inicialmente tratado.

            O que ouvimos aqui, em outras palavras, foi que o Governo tem um banco de dados, o Governo reafirmou que tinha um banco de dados. Então, o Governo fez um banco de dados sobre as contas do atual Governo e sobre as contas do governo passado e esse banco de dados foi espionado. Temos aqui um fato de espionagem. Alguém espionou e repassou informações sigilosas para serem divulgadas contra o Governo, e o Governo cobra explicações e fará averiguações para descobrir quem praticou esse ato criminoso. Divulgar essas informações foi um ato criminoso.

            E, se o Senador Alvaro Dias não quer que se punam inocentes, se amanhã a investigação chegar a alguém que ele ache que é peixe pequeno, ele deveria declinar do nome da pessoa que fez a espionagem e vazou a matéria.

            Efetivamente, o que temos aqui é: o Governo tem dados, o Governo não inventou esses dados, o Governo não divulgou esses dados, o Governo ia encaminhar, como encaminhou, para a CPI os dados que não são sigilosos e aguardava a discussão da questão do sigilo na CPMI. E alguém de dentro do Palácio ou de dentro do Governo - não se sabe -, um funcionário, um servidor, pegou esses dados e os repassou, segundo a imprensa, para o Senador Alvaro Dias, a fim de que ele os repassasse à imprensa para publicação.

            Nós não vamos cobrar do Senador Alvaro Dias o nome da fonte. Agora, se ele achar amanhã que a investigação do Governo não chegou à pessoa certa, creio que, por questão de consciência, deve dizer ou não para se fazer justiça.

            É um fato grave. Assim como vazou essa matéria específica e se fez espionagem nela, pode-se fazer em qualquer outra. Então, esse clima não constrói. A disputa política não tem que ser feita dessa forma. A disputa política deve ser feita de forma diferente. Nós, portanto, repudiamos qualquer afirmativa de que o Governo fez dossiê e insistimos que o Governo foi vítima de uma espionagem, de uma divulgação de um mau-caráter, mal feita que desfez o interesse do Governo e efetivamente colocou sob suspeição pessoas que não merecem este tipo de suspeição. São pessoas honradas, trabalhadoras, a começar pela Ministra Dilma e a Secretária Executiva Erenice.

            Então, era o registro que eu gostaria de fazer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2008 - Página 7759