Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração pelo desempenho da economia brasileira, através de um crescimento expressivo e continuado.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIO ECONOMICA.:
  • Comemoração pelo desempenho da economia brasileira, através de um crescimento expressivo e continuado.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2008 - Página 7810
Assunto
Outros > POLITICA SOCIO ECONOMICA.
Indexação
  • COMENTARIO, DADOS, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), CRESCIMENTO ECONOMICO, CONTINUAÇÃO, AUMENTO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), TAXAS, INVESTIMENTO, PRODUÇÃO, EMPREGO, RENDA, EXPANSÃO, CREDITOS, DEMANDA, CONSUMO, FAMILIA, DEMONSTRAÇÃO, SEGURANÇA, PERIODO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, CRESCIMENTO, MERCADO INTERNO, EFEITO, PROTEÇÃO, ECONOMIA NACIONAL, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL.

     O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, O IBGE divulgou, no dia 12 deste mês de março, o crescimento da economia brasileira em 2007. Nosso Produto Interno Bruto aumentou em 5,4%, o que representa a maior expansão desde 2004. Há, contudo, uma diferença importante em relação àquele ano: o aumento então verificado, de 5,7% se deu em relação há um ano, o de 2003, em que o PIB cresceu pouco, não mais que 1,1%.

O que verificamos agora, Senhor Presidente, é uma série de quatro anos consecutivos em que o PIB aumenta de modo expressivo, em taxas superiores a 3%. Podemos constatar, Senhoras e Senhores Senadores, um crescimento contínuo e sustentado da economia, que se espelha em outros índices bastante animadores.

Consideremos, por relevante exemplo, a taxa de investimentos. O investimento na produção, medido pela formação bruta de capital fixo (FBCF), teve um aumento de 13,4%. Esse aumento anual é o maior desde que essa taxa começou a ser calculada, em 1996. E esse expressivo crescimento, traduzindo um maior aporte do capital ao processo produtivo, é decisivo para que a economia continue a crescer.

O Brasil do ano de 2007, Senhor Presidente, foi capaz de fazer crescer o número de postos de trabalho (com maior participação do emprego formal), de aumentar a massa salarial e expandir o crédito.

Esses fatores conjugados levaram a um robusto crescimento da demanda, que se reflete no aumento

de 6,5% por cento no consumo das famílias, consumo este que vem crescendo significativamente pelo quarto ano consecutivo.

O crescimento da demanda, associado ao aumento de produtividade na indústria e ao já referido aumento dos investimentos, demonstram o aumento da capacidade produtiva da economia, que corresponde ao PIB potencial.

Todos esses resultados positivos, alguns até surpreendentes, significam que tudo vai bem na economia brasileira? O Presidente Lula recomendou, não sem boas razões, que os resultados fossem comemorados com “euforia comedida”.

Podemos observar, em outros países emergentes, inclusive alguns latino-americanos, maiores taxas

de crescimento do PIB.

Também a taxa de investimento brasileira, mesmo crescendo significativamente e alcançando o recorde de 17,6% do PIB, permanece bem abaixo da de diversos países em desenvolvimento.

Se isso é verdade, Senhor Presidente, não podemos deixar de enfatizar que a condução da economia,

nos dois governos do Presidente Lula, tem priorizado não a busca de resultados rápidos e impressionantes, mas a consistência e a continuidade do processo de crescimento. A seqüência de resultados favoráveis, sobretudo nos quatro últimos anos, vem mostrando que o caminho trilhado é seguro e é o mais correto.

A distribuição da renda no Brasil, como há pouco declarou o Presidente do IBGE, Eduardo Nunes, à Comissão de Assuntos Econômicos, ainda é muito baixa, ficando próxima de países com precário desenvolvimento econômico. Enquanto estamos consolidando a posição de 10a maior economia do mundo, ficamos em 62º lugar quando se trata de distribuição de renda.

Se isso é certo, há outras estatísticas que demonstram, de modo claro e incontestável, a tendência positiva dos indicadores sociais no Governo Lula. Para restringir-me à série histórica de um relevante indicador, o da taxa de pobreza no Brasil, verificamos que em quatro anos (de 2003 a 2006), ele caiu 35%, bem mais que nos dez anos anteriores (de 1992 a 2002), quando o decréscimo foi de 24%. Graças a essa queda, temos, pela primeira vez no País, uma taxa de pobreza que alcança menos de 20% da população.

Constatamos também, como já referido, que aumentou a renda da população, aumentou o poder aquisitivo e o consumo. Esses fatores é que estão puxando o crescimento da economia, e concedendo-lhe um conteúdo social que tem sido raro, se não único, em nossa História. Podemos dizer, junto com o Ministro Guido Mantega, que estamos vivendo um novo ciclo de desenvolvimentismo social.

Por fim, Senhor Presidente, podemos nos perguntar se a economia brasileira continuará crescendo com as incertezas, e mesmo com as nítidas tendências negativas, do cenário internacional.

No que toca a essa questão, devemos ressaltar, mais uma vez, a consistência de nossa política econômica, envolvendo o crescimento seguro e a solidez dos resultados.

Em um momento em que a demanda de outros países por nossas mercadorias tende a diminuir, é muito importante que o mercado interno se mostre pujante, como atualmente ocorre. Por outro lado, o aumento de nossas importações tem refletido, de modo muito expressivo, o crescimento do investimento em bens de capital, bens que serão empregados para aumentar, ainda mais, a produtividade da indústria.

A consistência do crescimento econômico resulta no que se tem chamado de blindagem da economia

brasileira. Essa blindagem não deve ser entendida como uma completa invulnerabilidade aos eventos

econômicos externos, urna vez que estamos, de fato, em uma economia globalizada. O que a economia brasileira mostra, atualmente, é uma solidez que a faz bem menos sujeita às oscilações externas.

Temos, portanto, Senhor Presidente, um crescimento econômico expressivo e continuado, associado

ao crescimento do mercado interno e a indicadores sociais positivos e promissores. A tendência de crescimento tem grandes chances de se manter em patamares elevados, mesmo com perspectivas não de todo animadoras no cenário externo.

Há, portanto, Senhor Presidente, reais motivos para comemorarmos o desempenho da economia brasileira, sem que isso implique em comprometer, por excesso de otimismo, a orientação lúcida e o pragmatismo social-desenvolvimentista que a têm conduzido.

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2008 - Página 7810