Discurso durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário sobre a importância da extinção pelo Senado Federal da CPMF. Registra a insatisfação do orador com a aprovação da TV Pública e elogia a atuação de sua excelência o Sr. Presidente do Senado.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
LEGISLATIVO.:
  • Comentário sobre a importância da extinção pelo Senado Federal da CPMF. Registra a insatisfação do orador com a aprovação da TV Pública e elogia a atuação de sua excelência o Sr. Presidente do Senado.
Publicação
Publicação no DSF de 02/04/2008 - Página 7496
Assunto
Outros > LEGISLATIVO.
Indexação
  • REGISTRO, RELEVANCIA, ANTERIORIDADE, EXTINÇÃO, CONTRIBUIÇÃO PROVISORIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF), SENADO.
  • PROTESTO, APROVAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, TELEVISÃO ABERTA, GOVERNO FEDERAL.
  • ELOGIO, ENTREVISTA, GARIBALDI ALVES FILHO, PRESIDENTE, SENADO, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Garibaldi Alves Filho, ninguém escolhe o momento que governa. V. Exª entrou, talvez, em um dos momentos mais tormentosos desta Casa.

            Todos nós vivemos um momento muito feliz quando V. Exª, com muita energia, deixou o Senado se manifestar, e nós enterramos um imposto escorchante que pesava no bolso do povo brasileiro: a CPMF. Nós, preparados, dizíamos que os aloprados não precisavam se preocupar porque melhoraria a arrecadação de impostos, porque aquele dinheiro iria sair das mãos de poucos para ficar na mão das donas-de-casa, dos trabalhadores, enfim, aumentaria o ICMS e o IPI, fatos que já tínhamos observado ao longo da nossa vida de político, quando fomos prefeito e governador de Estado. Mas aqueles que eram o São Tomé, o Governo e o PT, despreparados, ficavam amedrontados com o fato de tirarem dinheiro. Mas, de fato, aumentou. E isso é fruto da experiência, da consciência e do estudo.

            Queremos dizer que nós também vivemos um momento de muita tristeza quando este Congresso aprovou a TV Pública do Brasil. E pior, não nos deixaram falar, nós que realmente tínhamos fundamentos e experiências a relatar ao Partido que aí está.

            Queremos reavivar que a entrevista de V. Exª, por si só, já escreveu uma das mais belas páginas dos Presidentes desta Casa. Quero dizer que Deus me deu a oportunidade, Senador Osmar Dias, de estar ao lado... O Piauí é um Estado tão grandioso, Arthur Virgílio, que até no momento em que se comemorava, de ontem para hoje, o nascimento do período revolucionário, ditatorial, o Piauí saiu-se bem. Para cá veio Petrônio Portella, ícone da redemocratização. Para a Justiça, Evandro Lins e Silva, no STF, libertando presos políticos. Para o jornalismo, Carlos Castello Branco. Ainda hoje nenhum se igualou na sua competência e na sua coragem. Para o Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso. Então, mesmo naquele período que os historiadores chamam de ditadura, o Piauí saiu-se bem.

            Mas, Senador Arthur Virgílio, Deus me permitiu estar ao lado de Petrônio Portella em 1978, quando ele permitiu aqui, Presidente Garibaldi, que se votasse a reforma do Judiciário e não fosse aprovada uma que tinha vindo dos militares. E os canhões vieram e fecharam o Congresso. Arthur Virgílio, eu estava ao lado do Presidente Petrônio Portella quando os jornalistas o entrevistaram - e vi que a força de um poder é moral - e ele só disse uma frase: “este é o dia mais triste da minha vida”. Essa frase chegou aos generais da ditadura e eles mandaram reabrir o Congresso e, sob o comando de Petrônio Portella, foi possível a anistia e o renascer da democracia.

            V. Exª, com aquela entrevista, igualou-se, no comando desta Casa, àquele piauiense de que nos orgulhamos. Foi uma das mais belas páginas escritas no Congresso, porque ali está a verdade, o que buscamos.

            Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/04/2008 - Página 7496