O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Gostaria de fazer uma reflexão que considero muito importante para o Senado. Ainda hoje, com respeito ao episódio de ontem...

            O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB - ES) - V. Exª sabe que regimentalmente não é “pela ordem”, mas quer continuar?

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Sim.

            O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB - ES) - Mesmo sendo anti-regimental.

            Pois, continue.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Há ocasiões em que os destinos do Senado precisam que falemos, Sr. Presidente.

            Ainda hoje, escrevi uma pequena carta ao Senador Mão Santa, por quem tenho tido respeito e admiração. Temos tido, nós dois, uma relação sempre de respeito, de amizade. Transmiti a S. Exª que, ainda que, conforme me explicou, não tivesse tido a intenção de fazer qualquer ofensa, de utilizar palavras que pudessem ser ofensivas à Ministra Dilma Rousseff, que, tenho certeza, é uma pessoa... Ele próprio me diz que tem estima e respeito por ela. Tenho convicção de que a Ministra Dilma Rousseff é uma pessoa da maior integridade, que vem agindo com muita seriedade. Vem granjeando respeito de toda a equipe de governo e da população brasileira; é a principal responsável pelo Programa de Aceleração de Crescimento.

            No que diz respeito a esse episódio dos cartões corporativos, tenho convicção de que ela poderá, da forma mais clara possível, demonstrar que não houve qualquer ação indevida. Ela, inclusive, teve a iniciativa de telefonar à Srª Ruth Cardoso, explicando que não houve qualquer intenção do Governo de fazer qualquer denúncia seja à Srª Ruth Cardoso, seja ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, expressando que tem apreço pelo ex-Presidente, pela Srª Ruth Cardoso, inclusive no que diz respeito à seriedade de suas ações.

            Então, como alguns Senadores e algumas Senadoras... A própria Senadora Patrícia Saboya ontem fez uma recomendação ao Senador Mão Santa sobre, quem sabe, S. Exª retirar a expressão. A Senadora Patrícia Saboya observou que, na opinião dela, será próprio e adequado que a Ministra Dilma Rousseff venha ao Senado para dialogar conosco. Também tenho esse ponto de vista. Acho que podemos construir um clima civilizado, de respeito entre as partes.

            Senador Pedro Simon, V. Exª, como um dos mais antigos e experientes Senadores, que viveu nesta Casa as situações mais difíceis, poderá aqui recomendar um caminho de bom senso, de civilidade.

            Se construirmos um ambiente de civilidade, quem sabe possa o Senador Mão Santa - que me explicou que ficou bravo com a atitude da nossa Líder, Senadora Ideli Salvatti, que, no seu entusiasmo por defender a Ministra Dilma Rousseff, avaliou que precisaria, então, entrar com uma representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, ou algo assim -, quem sabe possa o Senador Mão Santa - S. Exª conversou com inúmeros colegas -, pelo menos explicar que não teve qualquer intenção de fazer qualquer ofensa à Ministra Dilma Rousseff.

            Pedi a palavra, não sei se pela ordem ou por qual motivo, porque senti a necessidade de expressar o sentimento de que o Senado volte a ser uma Casa em que a civilidade e o respeito entre todos nós seja a característica maior.