Discurso durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Crítica à Senadora Serys Slhessarenko por tentar ampliar a dimensão do espisódio da sessão de ontem, uma vez que o termo "galinha cacarejadora" não foi usado em seu sentido pejorativo.

Autor
Heráclito Fortes (DEM - Democratas/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Crítica à Senadora Serys Slhessarenko por tentar ampliar a dimensão do espisódio da sessão de ontem, uma vez que o termo "galinha cacarejadora" não foi usado em seu sentido pejorativo.
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2008 - Página 7911
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • CRITICA, SERYS SLHESSARENKO, SENADOR, TENTATIVA, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, AGRAVAÇÃO, CONCEITO, PALAVRA, CONGRESSISTA, AUSENCIA, OFENSA, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL, SOLICITAÇÃO, ENCERRAMENTO, ASSUNTO.
  • CRITICA, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ATRASO, CHEGADA, SESSÃO, ACUSAÇÃO, VISITA, MINISTERIOS, MOTIVO, INTERESSE, CARGO PUBLICO, LIBERAÇÃO, VERBA.
  • CRITICA, EXCESSO, DEFESA, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL, DIFICULDADE, CONVOCAÇÃO, SENADO.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador) - Agradeço a V. Exª, Sr. Presidente.

            A Senadora Serys, seguindo um marqueteiro do PT, está tentando transformar o episódio no fim do mundo. Evidentemente, Senadora Serys, o termo “galinha” pode ou não ter sentido pejorativo. Não quero crer que o Senador Mão Santa, pela sua formação, tenha usado o termo no sentido pejorativo, mas, sim, para demonstrar que, por escolha do próprio Presidente da República, a Ministra foi a escolhida para anunciar as obras. No Nordeste, fala-se muito da grande diferença entre a pata e a galinha: uma canta; a outra, não. Daí por que ninguém busca o ovo da pata. Então, as mentes sujas e enlameadas de alguns é que levam sempre para o sentido do mal.

            Quero pedir a V. Exª que me desculpe, mas o assunto foi turbinado além do que deveria ter sido. V. Exª há de convir que a dimensão que a ele se deu aqui, fazendo inclusive com que a sessão fosse suspensa, não cabia para o fato. O Senador Mão Santa não teve sequer - o que era seu objetivo e seu desejo - a oportunidade de, ontem, explicar-se sobre o porquê do uso daquele termo. Poderão dizer apenas que a expressão tenha sido infeliz, mas não ofensiva à mulher brasileira! Os defensores da igualdade não podem também, numa hora como essa, usando esse artifício, tentar sensibilizar a opinião pública com um fato que não tem a dimensão que os senhores estão querendo dar.

            Aliás, houve mudança de estratégia: V. Exªs estavam ausentes do plenário, o Dr. Gilberto Carvalho puxou as orelhas do Partido, disse que o Partido estava ausente e não defendia a Base do Governo - isso ocorreu na sexta-feira -, e, de segunda-feira para cá, V. Exªs se transformaram, pois estão todos aqui de plantão, todos atônitos. Hoje, cometeram um pecado grave - Gilberto Carvalho até chamou, e já há gente lá no Palácio para puxar as orelhas: dormiram muito. Estou comprando um despertador e vou entregá-lo amanhã para o Senador Romero Jucá, para lembrar que as sessões da Casa começam às 9h. Chegar às 11h?! Sei que é bem melhor passar pelos Ministérios: lá há cargo, liberação de verba e uma série de coisas, não é, Senadora Serys? Mas a obrigação parlamentar se dá aqui.

            Hoje, foi outra pantomima, Senador Suplicy: aprovaram uma convocação da Ministra, e foi um deus-nos-acuda! V. Exªs estão expondo demais a Ministra Dilma Rousseff. Penso que S. Exª é uma pessoa que se defende sozinha, que tem competência. Essa blindagem excessiva não é própria de quem, segundo a Líder do seu Partido, quer se lançar candidata à Presidência da República. Ora, se quer ser candidata, tem de prestar conta, tem de se aproximar. Essa blindagem, essa tropa de choque de terceira categoria que se colocou para proteger a Ministra não faz bem ao perfil dela. Se S. Exª se defendeu sozinha nos anos de chumbo da ditadura, por que não há de se defender também na democracia? Parem com isso!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2008 - Página 7911