Fala da Presidência durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Critica os rumos que alguns líderes querem dar ao debate no Senado e mantém sem compromisso de ler, na terça-feira, o requerimento de criação da CPI dos cartões corporativos.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Critica os rumos que alguns líderes querem dar ao debate no Senado e mantém sem compromisso de ler, na terça-feira, o requerimento de criação da CPI dos cartões corporativos.
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2008 - Página 7957
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • QUESTIONAMENTO, LIDER, AUSENCIA, ACEITAÇÃO, PROPOSTA, ORADOR, DECISÃO, MANUTENÇÃO, PROXIMIDADE, DATA, LEITURA, REQUERIMENTO, CRIAÇÃO, SENADO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.
  • COBRANÇA, COMPROMISSO, LIDER, SENADO, PARTICIPAÇÃO, REUNIÃO, DISPOSIÇÃO, BUSCA, SOLUÇÃO, PAUTA, INTERESSE NACIONAL.

            O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Srs. Senadores, definitivamente, às vezes não entendo os rumos que alguns Senadores Líderes querem dar ao debate nesta Casa.

            Vejam bem. Estamos debatendo por nada, por absolutamente nada. O que é que vai trazer em prejuízo à Oposição que esse requerimento seja lido terça-feira? Eu já garanti que vai ser lido. Só não será se eu perder meu mandato daqui para terça-feira, o que acho pouco provável. Não vejo nenhum prejuízo à Oposição por atender ao meu apelo, que foi o apelo primeiro que fiz. Acho que um apelo do Presidente... Infelizmente, estou sendo um Presidente pouco compreendido, mas acho que um apelo do Presidente deveria ter maior consideração de seus Pares. Mas, infelizmente, vejo que cada vez que apelo, mais difícil a situação fica. Então, é melhor nem apelar mais.

            Eu diria a V. Exªs e também ao Governo que não vai modificar a situação daqui para terça-feira. Se alguém pode dizer que vai ser beneficiado daqui para terça-feira, sou eu, porque daqui para lá, certamente, os Srs. Líderes, tanto os da Oposição, que estão aqui vigilantes, quanto os do Governo, que aqui não estão, esfriarão a cabeça, de modo que possamos ter uma reunião produtiva, porque também me preocupo com o fato de que é melhor não realizar uma reunião que caminhar para uma reunião que não seja produtiva.

            Eu até pediria aos Senadores, pediria primeiro a eles, com quem estou aqui debatendo... Não se deve nem debater com o Presidente, pois o Regimento não permite, mas vou abrir esta exceção, além de outras que tenho aberto no sentido de usar da mesma franqueza e da mesma sinceridade. Por que essa queda de braço? Se vai ser lido hoje, se vai ser lido terça-feira, se vão atender ao apelo do Presidente, ou o Presidente não pode nem ter seu apelo atendido...?

            Sinceramente, devemos ter consciência de que a sociedade está querendo que se apure, mas não está querendo que a CPI seja dominada por este ou por aquele. Ela está querendo ver uma CPI como já viu a CPI dos Anões do Orçamento, da qual fui sub-relator, está querendo ver uma CPI como foi a CPI dos Correios, que funcionou.

            Se meu apelo não for atendido hoje, não será atendido terça-feira. Eu só queria que os Líderes não me enganassem, não me levassem à situação constrangedora de convocar uma reunião para terça-feira e nela não chegarmos a nenhum consenso. Se não chegamos ao consenso para marcar a leitura de uma CPI que estou garantindo que, se depender de mim, vai funcionar... Se depender de mim, vai funcionar.

            Não estou aqui para segurar nenhuma CPI. Quero dizer isso logo porque, senão, pode ser que alguém possa pensar que estou começando a fazer isso para segurar a CPI. Eu não tenho nenhum instrumento aqui para segurar a CPI. Os instrumentos de que disponho são o Regimento e a Constituição, e nenhum deles me mostrou até agora como é segurar uma CPI.

            Agora, não me enganem! Se não for para haver uma boa vontade com relação ao diálogo na terça-feira, não vamos fazer, construir um espetáculo, uma reunião que não vai engrandecer a história que todos temos atrás de nós. Então, eu gostaria de fazer um apelo: será que o Presidente desta Casa, por mais humilde que seja... Porque eu sou um Presidente “tampão”. Já há quem esteja fazendo as contas dos dias para me ver pelas costas nesta Presidência. Esta é a verdade!

            Será, meus senhores, minhas senhoras, quem estiver nos assistindo - agora, vou dar uma de Mão Santa, que gosta de se dirigir aos que nos estão assistindo pela televisão -, será que eu não tenho autoridade? Será que, por amor de Deus, eu, como Presidente desta Casa, não tenha condições de fazer um apelo para que seja lido um requerimento que está parado aqui há quarenta, cinqüenta, sessenta dias? Se eu estou dizendo que vai ser lido na terça-feira, ele o será, doa a quem doer, custe o que custar! Se não for para me atender neste requerimento, não vamos nos reunir na Casa do Presidente do Senado, porque minha não é.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2008 - Página 7957