Discurso durante a 58ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Prestação de contas das ações empreendidas por S.Exa. em favor do setor da indústria têxtil e de confecções.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL. ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Prestação de contas das ações empreendidas por S.Exa. em favor do setor da indústria têxtil e de confecções.
Publicação
Publicação no DSF de 23/04/2008 - Página 10372
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL. ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • REGISTRO, ATUAÇÃO, ORADOR, ESPECIFICAÇÃO, DEFESA, INDUSTRIA TEXTIL, COMENTARIO, PARTICIPAÇÃO, SENADOR, DEPUTADO FEDERAL, GRUPO PARLAMENTAR, PRESERVAÇÃO, SETOR, APRESENTAÇÃO, DADOS, DEMONSTRAÇÃO, RELEVANCIA, CRIAÇÃO, EMPREGO, SUPERIORIDADE, PRESENÇA, MULHER, OPORTUNIDADE, TRABALHO, JUVENTUDE.
  • COMENTARIO, AUDIENCIA, SECRETARIO ADJUNTO, MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA E DO COMERCIO EXTERIOR (MDIC), COMPROMISSO, PRIORIDADE, REESTRUTURAÇÃO, SETOR, INDUSTRIA TEXTIL.
  • REGISTRO, AUDIENCIA, CELSO AMORIM, MINISTRO DE ESTADO, ITAMARATI (MRE), NECESSIDADE, URGENCIA, MELHORIA, ACORDO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, ESPECIFICAÇÃO, FISCALIZAÇÃO, PRODUTO, ENTRADA, BRASIL, COMPROMISSO, ACOMPANHAMENTO, ENTENDIMENTO, GOVERNO BRASILEIRO, GOVERNO ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), IMPORTANCIA, AUMENTO, EXPORTAÇÃO, ALCANCE, OBJETIVO, CRIAÇÃO, EMPREGO, SETOR.
  • DEMONSTRAÇÃO, SUPERIORIDADE, CRESCIMENTO, SETOR, CONSTRUÇÃO CIVIL, AUMENTO, DESENVOLVIMENTO, QUANTIDADE, EMPREGO, COMPROVAÇÃO, LIDERANÇA, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Agradeço a V. Exª, Sr. Presidente.

            Quero cumprimentar o Senador Geovani, que se apresentou aqui na tribuna com um belíssimo discurso, e dizer que o me traz à tribuna é a prestação de um pouco de contas de algumas atividades entre as várias que temos no Congresso Nacional e, de forma muito especial, no Senado, defendendo setores importantes para o País. E eu não poderia deixar de fazê-lo, porque são setores importantíssimos também para o meu Estado. Tivemos uma atuação muito exitosa na construção civil. Os resultados estão aí para não deixar dúvida do desempenho desse setor.

Agora, mais recentemente, fomos convidados e estamos participando, de forma muito ativa, da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Têxtil e de Confecções, que iniciou os seus trabalhos há menos de um mês e congrega mais de 250 Deputados e Senadores. Tenho a honra de ter sido escolhida para coordenar a Frente no Senado. O Deputado Rodrigo Rocha Loures a coordena na Câmara. Para nós, essa Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Têxtil e de Confecções é absolutamente imprescindível e relevante, porque esse é um setor que emprega, de forma direta, nada mais, nada menos do que 1,7 milhão de brasileiros e brasileiras - aliás, muito mais brasileiras do que brasileiros, até porque, nesse setor, empregam-se nada mais, nada menos do que 75% de trabalhadoras, ou seja, mulheres.

Esse também é o setor que mais oferece o primeiro emprego. Então, se não bastassem tantas outras qualidades, como sua importância e relevância, o fato de três quartos dos seus trabalhadores serem mulheres e a maior oferta de primeiro emprego ser exatamente no setor têxtil e de confecção, só por essas duas qualidades esse já é um setor que deveria merecer de todos nós absoluta prioridade. E é por isso que nós incorporamos, estamos trabalhando, já tivemos alguns eventos, e eu queria deixar aqui o relato.

O primeiro deles aconteceu logo em seguida à constituição da frente. Fomos recebidos pelo Dr. Ivan Ramalho, Secretário Adjunto do MDIC, e tiramos, em uma importante reunião, um compromisso. Tão logo o Governo apresente a proposta de política industrial - que deverá ser apresentada à Nação agora no mês de maio -, o primeiro setor que terá o fórum de competitividade reestruturado e implementado será exatamente o setor têxtil e de confecção no nosso País.

O fórum de competitividade é muito importante, porque é um organismo coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mas que contempla a participação de todos os setores na esfera do Governo Federal que tenham a ver com o desenvolvimento daquele setor produtivo. Portanto, é uma mesa de encaminhamento de soluções para o setor, que, no caso da construção civil, se demonstrou extremamente eficiente, eficaz, com resultados que depois eu gostaria de realçar.

A segunda audiência foi com o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, porque nós temos algumas emergências. A primeira emergência é que o acordo que estabeleceu uma série de regras para a entrada absolutamente afrontosa - e que trouxe grandes prejuízos para a indústria nacional - dos produtos chineses vence agora no final deste ano. Portanto, restabelecer, aprimorar o acordo com a China para a fiscalização, e regras para a entrada dos produtos chineses na área têxtil e de confecções é muito importante.

Então, estivemos debatendo esse assunto, o compromisso do Ministro Celso Amorim com a retomada, o debate e o aprimoramento desse acordo. Saímos também com o compromisso do acompanhamento, agora no dia 29 de abril, em uma reunião importantíssima com o setor têxtil, nos Estados Unidos, para o andamento do acordo bilateral Brasil/Estados Unidos. Para as pessoas terem dimensão do que estamos falando, os Estados Unidos compram nada mais, nada menos do que US$100 bilhões ao ano de têxtil e de confecções; e o Brasil não chega a vender para os Estados Unidos nem meio bilhão, não chega a US$500 milhões ao ano. Portanto, se apenas dobrarmos, de US$500 milhões para US$1 bilhão, com os Estados Unidos, já será possível atingir a meta a que nos propusemos: gerar um milhão de novos empregos nesse setor.

E, por último, ainda saímos da audiência com o compromisso do Ministro Celso Amorim de realizar, no segundo semestre, um grande evento para tratar do comércio do Brasil com os demais países, com os demais mercados, na área de têxtil e de confecções.

Esperamos, efetivamente, o sucesso da Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento da Indústria Têxtil e de Confecção, que emprega 1,7 milhão de brasileiros e brasileiras, que emprega 75% de mulheres e que dá a maior oferta de emprego para os jovens. Que o setor possa ter o mesmo desenvolvimento, o mesmo crescimento que hoje a construção civil está aí demonstrando, de forma inequívoca, com a sua pujança, o seu desenvolvimento, a geração de emprego, de empreendimentos, de riqueza. E isso muito nos dá satisfação, porque tivemos a oportunidade de acompanhar o processo desde a tramitação que modificou o patrimônio de afetação, que modificou significativamente a legislação da construção civil, a questão da desoneração tributária, a cesta básica do material da construção, que foi uma idéia que começou a circular em Santa Catarina, no Município de Jaraguá.

Eu nunca esqueço o almoço que tivemos, ainda na metade de 2004, quando o primeiro empresário da construção civil trouxe a idéia de existir, da mesma forma que a cesta básica de alimentos, uma cesta básica de produtos da construção civil, que foram desonerados. E está aí o resultado, juntamente com o crédito, trazendo notícias extremamente positivas - se o Presidente me permitir mencionar -, como essa de que o consumo do cimento e o nível de emprego mantêm a alta no setor da construção civil:

A indústria da construção civil continua crescendo de forma acelerada neste início de 2008 e dá sinais de que novos recordes históricos serão quebrados neste ano. Dados divulgados pelas organizações setoriais da indústria e por algumas das principais empresas do setor mostram que a demanda, que já vem aquecida desde o ano passado, não está arrefecendo, mesmo com o aumento de alguns insumos.

Dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic) mostram que o consumo do cimento teve uma ampliação de 13% nos três primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2007.

[...]

Na outra ponta, o Sindicato...

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Valadares. Bloco/PSB - SE) - Para concluir, concedo mais um minuto a V. Exª.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Já vou concluir, Sr. Presidente.

Na outra ponta, o Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon) registrou recorde histórico no nível de emprego no setor. Hoje, o número de trabalhadores formais da construção no País está em cerca de 1,9 milhão de pessoas, maior estoque de mão-de-obra registrado desde 1995, quando a atual metodologia do levantamento foi implantada.

[...] Contabilizados os últimos 12 meses, o volume de empregados cresceu quase 16%.

E eu tenho muito orgulho de que Santa Catarina tenha sido um dos Estados que lideraram esse crescimento de emprego na área da construção civil. Foi nada mais, nada menos do que 16,9% de crescimento do emprego formal na construção civil, no meu Estado.

É por isso, Sr. Presidente, que nós ficamos muito felizes quando vemos outras notícias como, por exemplo, a do crédito imobiliário avançando em todo o País: a Região Norte representou 24% do total do crescimento do crédito; a Região Nordeste, 20% do total do crescimento do crédito imobiliário. Portanto, é uma demonstração muito clara de que, quando há política direcionada para o setor no sentido de melhorar as condições de crédito, a desoneração tributária e a legislação, o setor responde.

Portanto, aquilo que foi feito na construção civil nós esperamos que, efetivamente, também possa acontecer no setor da indústria têxtil e do vestuário, pelo volume de empregados e empregadas e de jovens que esse setor acolhe, de forma tão importante, em todos os cantos do nosso País.

Era isso, Sr. Presidente. Agradeço a gentileza dos minutinhos a mais.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/04/2008 - Página 10372