Discurso durante a 58ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração pelo transcurso do Dia da Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira. (como Líder)

Autor
Romeu Tuma (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA INDIGENISTA.:
  • Comemoração pelo transcurso do Dia da Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 23/04/2008 - Página 10377
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA INDIGENISTA.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, AVIAÇÃO, CAÇA, ELOGIO, ATUAÇÃO, OFICIAL GENERAL, COMANDANTE, COMANDO MILITAR DA AMAZONIA (CMA), PRESERVAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, RELEVANCIA, TRABALHO, FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), COMENTARIO, HISTORIA, GRUPO DE AVIAÇÃO DE CAÇA (GAVCA).
  • COMENTARIO, CONFLITO, REGIÃO AMAZONICA, RESERVA INDIGENA, ESTADO DE RORAIMA (RR).

O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pela Liderança do PTB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, assumo a tribuna para comemorar o Dia da Aviação de Caça. Mas, antes, Senador Jefferson Péres, eu jamais me atreveria a discutir qualquer problema da Amazônia com V. Exª. Eu sempre ouviria seus conselhos e suas colocações diante de tudo o que acontece naquela região que tanto preocupa a Nação e as autoridades, como não o faria com o General Heleno. Conheço o General Heleno. Não vou entrar no mérito nem discutir o assunto que ele levantou, porque vamos fazer um convite para que ele venha à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, para nos relatar realmente qual é a situação na Região Amazônica. O Governador do Amazonas é o Braga, não é, Senador Jefferson Péres?

O Sr. Jefferson Péres (PDT - AM) - Eduardo Braga.

O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP) - Eduardo Braga. Na última reunião da Fiesp, ele me disse que foram detectadas plantações de cocaína, não mais do epadu, mas de cocaína mesmo, de primeira linha, na região de fronteira, do lado brasileiro com a Colômbia, escondidas por entre as plantações de mandioca. Isso está identificado. Ele já recebeu o relatório, e eu espero que ele nos forneça.

Acerca da discussão sobre a Raposa Serra do Sol, desde quando o Senador Líder do Governo era o Presidente da Funai, discutia-se esse assunto. Então, esse assunto já está há mais de 15 anos em discussão: se se faz ilha, se é demarcação contínua ou não...

O Presidente José Sarney e o Ministro Saulo Ramos fizeram um projeto para demarcação de ilhas em vários pontos do País. Então, não vou entrar no mérito.

Mas quero dizer que o General Heleno é um homem correto, digno, chefiou as forças brasileiras no Haiti e conseguiu restabelecer um pouco de paz. Hoje, está voltando uma agressividade novamente, como protesto pelo aumento do preço dos alimentos naquele país. Ele fazia a logística de distribuição daqueles produtos de que a população mais carente precisava, ao tempo do Presidente Collor.

Então, eu não poderia deixar de ser testemunha da dignidade e do respeito com que o General Heleno cuida das causas públicas, e, como Comandante da Amazônia, ele tem razões para ter conhecimento profundo de tudo o que lá ocorre, inclusive com respeito ao comportamento das ONGs que estão sendo investigadas aqui na CPI.

Senador Alvaro Dias, era isso que eu queria falar sobre o General Heleno, prestar a minha homenagem a ele, sem entrar no mérito da disciplina. O caráter dele merece nosso respeito e nossa admiração.

Vou tentar ser rápido, Sr. Presidente.

Toda vez que o Senado da República comemora uma data alusiva às Forças Armadas, rememoramos a FEB, mas não podemos deixar de destacar o trabalho da Força Aérea Brasileira, o justo reconhecimento pelo que, nos céus da Itália, conseguiu realizar em nome da Pátria. E é este o momento certo para que o façamos, ao comemorarmos o Dia da Aviação de Caça.

Mas, por que esta data foi assinalada em reverência à FAB? Encontramos uma das melhores respostas na matéria “O Mais Longo dos Dias”, de autoria do Tenente Alessandro Silva e publicada na Revista Aerovisão nº 213, de abril de 2005.

Devido ao preciso relato produzido pelo autor, ilustre oficial de nossa Força Aérea, seguirei o seu raciocínio como roteiro do que tenho a dizer, pois o Dia da Aviação de Caça coroa uma história de heróis, e poderia perder-me pela emoção ao procurar destacar seus principais acontecimentos.

Descrevo aqui, Sr. Presidente, visto que meu tempo se esgotou, a operação, no início da Primavera, de fuga do Exército alemão, que pretendia estabelecer uma nova linha de resistência no Vale do Rio do Pó.

Aqui, há algumas passagens de comportamento da Força Aérea Brasileira, comportamento reconhecido pelo comandante do pelotão aéreo americano. A única força aérea que recebeu prêmio dos Estados Unidos foi a Força Aérea Brasileira.

Então, eu deixaria para ser publicado, se V. Exª permitir, e leria aqui o porquê do “Senta a Pua”, o nome da designação do Esquadrão Aéreo que trabalhou na Itália.

O grito de guerra "Senta a Pua" surgiu na Base Aérea de Salvador em 1943/44, quando lá servia o 1º Tenente-Aviador Firmino Ayres de Araújo. Zé Firmino, como era conhecido, era um paraibano, todo desengonçado, do tipo que chama todo mundo por "Zé".

Nessa época, surgiu no Nordeste a gíria "Senta a Pua", e Zé Firmino a utilizava para apressar os motoristas nas suas viagens. Isso obrigava o homem a correr um pouco acima do limite.

Quando veio o voluntariado para o 1º Grupo de Aviação de Caça que combateria na Itália, esse grito foi levado para o Panamá junto com três candidatos cedidos por Salvador. Do Panamá, onde o grupo fez seus primeiros treinos, ele foi levado para os Estados Unidos, onde os voluntários tiveram o primeiro contato com os P-47 Thunderbolt, suas principais armas contra o nazi-fascismo.

Já na Itália, o "Senta a Pua" foi ganhando corpo e se transformou no grito de guerra “Jambock”, nome código do 1º Grupo de Caça.

Agora só faltava um símbolo, que surgiu no deslocamento dos Estados Unidos para Livorno, na Itália, a bordo do UST Colombie, pelas mãos do Capitão Fortunato Câmara de Oliveira.

A idéia básica é o avestruz, que retratava a velocidade e a maneabilidade do avião de caça P-47, como também o estômago dos veteranos devido à péssima comida recebida a bordo do UST Colombie. O boné do avestruz representava a robustez do P-47 e proteção ao piloto, e o céu do Brasil com o Cruzeiro do Sul em destaque. A pistola insinua a potência de fogo do Thunderbolt, que possuía oito metralhadoras "ponto cinqüenta",...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP) - Só mais um segundo, Sr. Presidente.

            ... quatro em cada asa; duas bombas de quinhentas libras, uma bomba de napalm ou gasolina gelatinosa e seis foguetes de cento e cinco milímetros. Ao fundo vermelho, que eterniza o sangue derramado pelos pilotos mortos e feridos em combate, vê-se uma nuvem cúmulo, que representa o espaço aéreo, e uma bolota de fumaça negra e os estilhaços, que é a artilharia inimiga. E, circulando o símbolo, a faixa dupla verde-amarela lembrando a nossa Pátria Brasil. Por fim, a exclamação "Senta a Pua", o grito de guerra dos pilotos de caça... Os de ontem e os de hoje.

Peço ao Presidente da República: senta a pua, para melhorar a aviação de caça brasileira, principalmente nesta hora de necessidade para a sua defesa.

Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/04/2008 - Página 10377