Pronunciamento de Patrícia Saboya em 23/04/2008
Discurso durante a 59ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Repúdio aos abusos e assassinatos praticados contra as crianças no País.
- Autor
- Patrícia Saboya (PDT - Partido Democrático Trabalhista/CE)
- Nome completo: Patrícia Lúcia Saboya Ferreira Gomes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SEGURANÇA PUBLICA.
POLITICA SOCIAL.:
- Repúdio aos abusos e assassinatos praticados contra as crianças no País.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/04/2008 - Página 10640
- Assunto
- Outros > SEGURANÇA PUBLICA. POLITICA SOCIAL.
- Indexação
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- COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, DIARIO DO NORDESTE, ESTADO DO CEARA (CE), DENUNCIA, VIOLENCIA, ESTUPRO, MORTE, CRIANÇA.
- REPUDIO, ABUSO, HOMICIDIO, VITIMA, CRIANÇA, BRASIL, CONCLAMAÇÃO, SOCIEDADE, EMPENHO, COMBATE, VIOLENCIA.
A SRª PATRÍCIA SABOYA (PDT - CE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, peço perdão aos outros Senadores inscritos, mas acabei de tomar conhecimento, em matéria do jornal Diário do Nordeste, do meu Estado, de que mais uma criança, desta vez de três anos de idade, foi estuprada, estrangulada e morta a pauladas por duas pessoas. Logo abaixo, há a notícia de outra criança do meu Estado também vítima, da mesma forma, de estupro que acabou em morte.
Ontem, pronunciei-me, nesta Casa, sobre o que está acontecendo com a sociedade brasileira. Não estou querendo, de forma alguma, generalizar, como se todos os homens e mulheres do nosso País fossem maus e cometessem esse tipo de crime, mas alguma coisa precisa ser feita. Alguma coisa precisa ser feita! Se não está nas mãos das autoridades, dos governantes, dos prefeitos, das prefeitas, do Presidente da República, que esteja aqui, na nossa mão, a possibilidade de fazermos alguma coisa, de darmos um grito de alerta, de basta! Basta de matarem as nossas crianças! Estamos vivendo em um País muito injusto. Já se mata quando estão na barriga da mãe; agora, espera-se crescer.
Esse caso me chocou muito, Sr. Presidente, porque se trata de uma criança de três anos, com a mesma idade que a minha filha Maria Beatriz completa hoje. Isso tem de acabar. Chega! Peço perdão pela minha emoção, peço perdão por estar chorando, mas não agüento mais falar desse assunto, porque parece que ninguém é ouvido! Ninguém escuta o clamor! Estou aqui para falar, mas, nesta hora, milhares e milhares de mães estão sofrendo, como a mãe da Isabella e de tantas outras, como a mãe dessa pequena criança, que é uma faxineira, e o pai um agricultor.
Espero que, agora, este País crie vergonha na cara - vergonha na cara! - e aprenda a cuidar dos nossos filhos, do maior patrimônio que o Brasil pode ter. O nosso patrimônio não é o petróleo. O nosso maior patrimônio é o povo, e estão acabando com o nosso povo.
Muito obrigada, Sr. Presidente.