Discurso durante a 61ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios ao trabalho desenvolvido pela Embrapa. Importância de o Congresso Nacional priorizar a reforma tributária.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA. REFORMA TRIBUTARIA.:
  • Elogios ao trabalho desenvolvido pela Embrapa. Importância de o Congresso Nacional priorizar a reforma tributária.
Publicação
Publicação no DSF de 25/04/2008 - Página 10803
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA. REFORMA TRIBUTARIA.
Indexação
  • CONGRATULAÇÕES, SERVIDOR, PESQUISADOR, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, BRASIL, SAUDAÇÃO, ANUNCIO, AMPLIAÇÃO, RECURSOS, APOIO, DECISÃO, GOVERNO BRASILEIRO, COMPROMISSO, INSTALAÇÃO, UNIDADE, CONTINENTE, AFRICA.
  • DEFESA, PRIORIDADE, DEBATE, REFORMA TRIBUTARIA, CONGRESSO NACIONAL, PARTICIPAÇÃO, SOCIEDADE CIVIL, BUSCA, JUSTIÇA, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA, TRIBUTAÇÃO, IMPOSTOS, ARRECADAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, RECURSOS, INFORMAÇÃO, DESIGNAÇÃO, ANTONIO PALOCCI, DEPUTADO FEDERAL, EX MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), PRESIDENTE, COMISSÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS.
  • ANALISE, RESULTADO, POLITICA SOCIO ECONOMICA, REDUÇÃO, POBREZA, AMPLIAÇÃO, APLICAÇÃO DE RECURSOS, INFRAESTRUTURA, DESENVOLVIMENTO, AUMENTO, INVESTIMENTO, CAPITAL ESTRANGEIRO, RESERVAS CAMBIAIS, IMPORTANCIA, REFORMA TRIBUTARIA, CONSOLIDAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente Mão Santa. Serei rápido.

Primeiro, quero congratular-me com os servidores e pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), essa grande instituição de pesquisa, essa empresa brasileira que tem presença nos campos desse imenso território brasileiro. A presença da Embrapa é importante sob o ponto de vista do conhecimento, da pesquisa e das contribuições que aquela empresa vem dando, principalmente nesses últimos anos.

Eu estava ouvindo o Senador Sibá falar da importância do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e de mais recursos que o Presidente Lula apresentou na tarde de ontem. Quero falar da minha alegria. A Embrapa merece, sim, mais recursos. Os servidores e os pesquisadores da Embrapa merecem um salário melhor. A Embrapa cumpre um papel estratégico dos mais importantes e é uma empresa que orgulha todos nós. Há muita coisa boa neste Brasil, e uma delas é a presença da Embrapa, principalmente o resultado dos estudos e das pesquisas dessa empresa, que está no meu Estado, em Roraima e no Pará.

Faço menção aqui à postura do Presidente Lula em atravessar o Atlântico e colocar a Embrapa nos países africanos. Agora mesmo, o Presidente veio de Gana e reafirmou o compromisso da presença da Embrapa naquele país, como já está na África do Sul. Ou seja, é importante que essa empresa pesquise e estude o campo nos países irmãos da África.

Sr. Presidente, fiz esse registro, mas vou falar da importância de a Câmara dos Deputados, de o Congresso Nacional entender que a prioridade, neste exato momento, é enfrentar e travar o debate da reforma tributária. Penso que, até julho - estaremos aqui até 17 de julho, antes do recesso do meio do ano -, essa é a prioridade da Casa. Precisamos travar um debate sobre a reforma tributária não apenas internamente, mas também com a sociedade brasileira.

Há pouco, ouvi o Senador Renato Casagrande propor, de forma concreta, uma Comissão Mista para dar início aos trabalhos da reforma política. A reforma política é necessária, é tão urgente quanto a reforma tributária. A reforma tributária é o encontro de um vácuo, de uma distância da sociedade brasileira com a distribuição de renda. Precisamos fazer justiça do ponto de vista da distribuição de renda, da tributação, dos impostos, dos índices a serem arrecadados, enfim, da distribuição, da descentralização dos recursos. E isso só acontecerá por meio da reforma tributária.

Fiquei satisfeito. Ontem, eu soube que avançou o entendimento para a definição da Relatoria e da Presidência da Comissão que vai tratar da reforma. O ex-Ministro Antonio Palocci foi designado Presidente da Comissão que vai tratar do assunto na Câmara. Espero que a Comissão comece a trabalhar e que o Congresso Nacional faça um debate profundo sobre a reforma tributária, um debate com compromisso, com olhar democrático, compromissado com as questões sociais e com a distribuição justa da renda no País. Falo, hoje, da importância disso.

Alguns números atuais da nossa economia, do contexto político, social e econômico em que o Brasil vive são animadores. O Brasil precisa, portanto, fazer a reforma tributária. Já existem números importantes. Sr. Presidente Mão Santa, a pobreza no País, nos últimos anos, precisamente nos seis anos do Governo do Presidente Lula, diminui 20% - 19,8%, para ser preciso. Para mim, isso é importante. É uma mazela a pobreza, a exclusão econômica e social de parcela do povo brasileiro, de homens e de mulheres. Para mim, diminuir a pobreza é um índice importante. E o Governo Lula fez isso, nos últimos seis anos.

Quanto ao PAC, Sr. Presidente Mão Santa, nos próximos anos, haverá mais de R$1 trilhão de dinheiro público, com a participação do setor privado brasileiro. Serão recursos de mais de R$1 trilhão, R$1,2 trilhão, destinados para investimento em infra-estrutura - este é outro número importante que aqui registro.

O investimento estrangeiro no Brasil, somente no ano de 2007, em um ano apenas, está na ordem de US$34 bilhões. Em um ano, o investimento estrangeiro no Brasil foi superior ao de uma década de privatizações do Governo passado. Foi uma década de privatizações, a década de 90. Em um ano, o de 2007, os investimentos de US$34 bilhões foram superiores aos obtidos em dez anos de privatizações. São números que me deixam animado com o presente, mas fundamentalmente com o futuro do País, com o futuro da sociedade brasileira.

           Outro número que é importante frisar neste debate e do qual vou fazer o registro são as reservas internacionais, nossas reservas, que, hoje, estão em torno de US$190 bilhões.

Com toda essa situação internacional, com a crise nos Estados Unidos e, agora, com o aumento dos preços dos cereais, dos alimentos - esse preço cresce, porque também há uma distribuição de renda -, com toda essa dificuldade, alguns países começam a comprar alimentos, a ter acesso a eles, e esse é um dos fatores que provocam o aumento dos preços.

Nos últimos anos, o Brasil cuidou com rigor da macroeconomia. Os números que acabei de citar são importantes. O Governo deve continuar nesse caminho, nessa trilha. Esse é o compromisso. E penso que podemos coroar este momento com a reforma tributária. Se a reforma política é importante e é um passo para consolidar e para qualificar nossa democracia, o Congresso Nacional - neste exato momento, a Câmara dos Deputados - não pode deixar de encarar e de travar o debate da reforma tributária com a sociedade civil, não somente no âmbito da Câmara dos Deputados.

Este será um ano rico, se concluirmos o debate até o meio do ano. Depois, haverá as eleições municipais, outro momento importante para reafirmarmos a democracia, a representatividade de Vereadoras e de Vereadores eleitos para as Câmaras Municipais e de novos Prefeitos. O Brasil chegará ao final deste ano, com certeza, com muita alegria, com os números da nossa economia e, acima de tudo, com a reforma tributária e com uma eleição que reafirme o presente e o futuro, com a democracia brasileira elegendo Prefeitos e Vereadores que possam fazer mais pelo povo, principalmente pelo povo simples e pobre do País.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/04/2008 - Página 10803