Discurso durante a 64ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do Quadragésimo Oitavo Aniversário de Brasília.

Autor
Adelmir Santana (DEM - Democratas/DF)
Nome completo: Adelmir Santana
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do Quadragésimo Oitavo Aniversário de Brasília.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2008 - Página 10981
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESENÇA, AUTORIDADE, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, ANIVERSARIO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), ELOGIO, HISTORIA, CONSTRUÇÃO, NOVA CAPITAL, ESFORÇO, PIONEIRO, INTEGRAÇÃO, CULTURA, BRASIL, REGISTRO, DADOS, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), BUSCA, INCLUSÃO, ENTORNO, CIDADE SATELITE.

            O SR. ADELMIR SANTANA (DEM - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Alvaro Dias, Exmº Sr. Governador José Roberto Arruda, Exmº Sr. Dr. Ernesto Silva, pioneiro desta cidade, em nome do qual saúdo todos os pioneiros presentes, nesta manhã, a esta sessão.

            Quero saudar também o Exmº Sr. Vice-Governador, que acaba de adentrar o plenário.

            O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB - PR) - Peço licença ao Senador Adelmir Santana para convidar o Senador e Vice-Governador Paulo Octávio para assumir um lugar à mesa. (Palmas.)

            O SR. ADELMIR SANTANA (DEM - DF) - Srs. Senadores, Srªs Senadoras, Srs. Deputados, em nome do Deputado Osório Adriano, também pioneiro desta cidade, saúdo a todos; senhores convidados, meus senhores e minhas senhoras, um bom-dia a todos!

            Fico emocionado ao ver este plenário lotado para homenagear uma cidade que surgiu do sonho de um homem admirável: Juscelino Kubitschek.

            Quarenta e oito anos se passaram desde o dia da inauguração da nova capital do País.

            O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB - PR) - Senador Adelmir Santana, desculpe interrompê-lo.

            Gostaria de anunciar uma delegação que nos honra com sua visita. Está-nos visitando o vice-presidente eleito do Paraguai, Sr. Federico Franco, que nos honra com sua presença, ao lado da sua comitiva, a quem solicitamos aplausos, agradecendo a visita. (Palmas.)

            O SR. ADELMIR SANTANA (DEM - DF) - Sr. Presidente, quero aproveitar essa interrupção, também para saudar os Srs. Embaixadores, os quais tive a oportunidade de cumprimentar e que estão presentes a esta sessão.

            Eu dizia, Sr. Presidente, que 48 anos se passaram desde o dia da inauguração da nova Capital do País. Uma cidade construída em pouco mais de mil dias, graças à coragem dos milhares de pioneiros que chegaram aqui no final da década de 50.

            Seja seguindo um sonho, uma intuição, seja para viver uma aventura ou vencer um desafio...

            São inúmeras as razões que motivaram a chegada dos pioneiros à nova Capital do País.

            Desde o início de sua construção, Brasília significou a esperança de novos dias.

            O empreendedorismo dos brasileiros foi, sem dúvida, um fator determinante para que os primeiros pioneiros viessem para Brasília quando aqui era apenas um sonho.

            É muito bom ver que muitos desses pioneiros estão hoje aqui conosco, participando desta homenagem a Brasília. Uma homenagem que não se limita à cidade, à nossa Capital, mas é também extensiva aos nossos bravos e corajosos pioneiros e às famílias que formaram aqui.

            Pioneiros porque foram os primeiros trabalhadores das mais diversas áreas. Pessoas que iniciaram de forma obstinada suas atividades na nova Capital e contribuíram de forma decisiva com o desenvolvimento econômico e a geração de emprego e renda no Distrito Federal.

            Hoje, com quase 50 anos, Brasília pode ser descrita tanto pelo ousado planejamento urbanístico de Lúcio Costa e a arquitetura extraordinária, curva e mágica de Oscar Niemeyer, como pelas pessoas que aqui construíram as suas histórias e são o coração desta cidade.

            Parece lugar comum, mas é preciso reafirmar: Brasília não está restrita à Esplanada dos Ministérios, ao Palácio do Planalto e ao nosso Congresso Nacional.

            Ainda há quem diga que Brasília não tem gente. Isso porque não conhecem a nossa personalidade, formada e adquirida em menos de cinco décadas, a partir do caldo de cultura de brasileiros de todos os Estados que vieram para cá.

            Ao olharmos para o verdadeiro universo que nasceu e se esparramou em torno do Plano Piloto, podemos ver e sentir um núcleo urbano vibrante que chega a 4 milhões de habitantes - 2,5 milhões no Distrito Federal e mais 1,5 milhão no chamado Entorno.

            Esta Brasília é realmente exemplar e traz um orgulho para os seus filhos: possui o maior índice de Desenvolvimento Urbano do País.

            Afinal, já somos a quarta cidade brasileira em população - à frente de Belo Horizonte e Fortaleza - e a terceira cidade mais rica, com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$80,5 milhões, o que representa 3,75% do PIB nacional.

            Assim, possuímos níveis de qualidade de vida idênticos aos de países desenvolvidos da Europa. O uso da linguagem digital por parte da nossa juventude é extraordinário e superior até ao das principais capitais brasileiras.

            Temos o terceiro aeroporto brasileiro em movimento de passageiros e aeronaves, com viagens diretas para a Europa e Estados Unidos; somos o terceiro mercado de barcos de passeio do Brasil e o nosso Lago Paranoá está a 1.200 quilômetros da praia mais próxima; e hospedamos em nosso território todos os países do mundo que mantêm relações diplomáticas com o Brasil.

            Brasília já formou sua primeira geração de brasilienses, gente que nasceu e cresceu aqui; gente que aprendeu a viver suas distâncias, seu clima intenso de chuvas e de seca; que ama o seu céu infinito; o pôr-do-sol magnífico; a diversidade de árvores e plantas e a vegetação do cerrado. Essa geração já é mais da metade da população brasiliense e seus exemplos florescem Brasil afora. Hoje já se fala, inclusive, de um sotaque próprio, o sotaque brasiliense, que vem sendo estudado a fundo pela Universidade de Brasília.

            Eu mesmo, maranhense de nascimento e brasiliense de coração, cheguei aqui aos dezenove anos, onde conheci a minha amada esposa Maria José - Maria José que está aqui entre nós -, e aqui formei a minha família. Meus filhos são todos brasilienses e meus cinco netos também trazem em suas certidões de nascimento Brasília como sua cidade de origem.

            Quis o destino e a divina providência que a minha pessoa fizesse parte deste enredo. Primeiro, como um jovem, como milhares de outros que vieram para o Distrito Federal dar vida e luz ao sonho de JK. Conheço bem as dificuldades e os obstáculos que precisamos vencer para fazer de Brasília uma cidade digna e motivo de orgulho para todos que vivem aqui.

            Agora, como Senador da República e representante dos moradores do Distrito Federal, tenho condições de refletir sobre essa laboriosa e digna aventura e contribuir em todos os níveis para que Brasília não somente se sustente no atual patamar de desenvolvimento, mas que alcance outros degraus ainda mais altos.

            Posso afirmar, sem medo, que Brasília hoje é um exemplo para o Brasil.

            Somente aqui, motoristas respeitam a faixa de pedestre. Em Brasília, o pedestre tem prioridade.

            É com orgulho também que anuncio que, em poucos meses, o Distrito Federal será a primeira unidade da Federação a oferecer água e esgoto tratados em 100% das residências.

            Brasília, como acontece em todo o Brasil, é dividida por um imenso fosso social. É uma cidade desigual, como o Brasil é um país desigual. Mas o governo local tem investido pesado nas áreas mais pobres.

            As áreas degradadas, invasões que surgiram a partir da falta de fiscalização dos governos que passaram pela cidade, estão sendo transformadas em cidades. São localidades como Pôr do Sol, Sol Nascente, Arniqueiras, Vila São José, Porto Rico, Itapoã - todas com nomes que remetem ao paraíso, mas sem a menor condição de abrigar as milhares de famílias que se amontoam em barracos paupérrimos. Os moradores vão ganhar água potável, esgoto, captação de água pluvial, asfalto, meios-fios e calçadas. São R$287 milhões que estão sendo investidos apenas nessas áreas degradadas.

            Outro programa, igualmente em execução, aplica R$67 milhões na urbanização de outras duas localidades paupérrimas, Vila Estrutural e Varjão.

            O compromisso do governo do Distrito Federal com o futuro vai além das fronteiras geográficas. Estão sendo investidos R$30 milhões em cidades goianas que formam o Entorno do DF - e é bom lembrar que os moradores dessas cidades usam os serviços públicos do Distrito Federal, numa conta que alcança dezenas de milhões.

            É claro que a nossa Capital tem problemas, como todas as grandes cidades brasileiras, mas são problemas que ainda não estão sedimentados e podem ser combatidos. É o que está sendo feito, de forma responsável e bem sucedida, pelo nosso Governador José Roberto Arruda, que não tem medo de assumir medidas impopulares, desde que sejam para o bem da sociedade como um todo e a garantia de uma sociedade mais organizada no futuro.

            É essa Brasília que festejamos neste 48º ano de sua existência. A Brasília que levou à Esplanada dos Ministérios mais de um milhão de pessoas no dia 21 de abril deste ano, uma festa como há muito tempo não se via, uma cidade empreendedora desde o seu berço, com suas oportunidades de trabalho, educação, saúde, esporte, lazer e cultura.

            Para finalizar, vale lembrar as palavras de Juscelino Kubitschek ao inaugurar a cidade que tanto amamos:

Ela foi fundada porque sabíamos estar forjada em nós a resolução de não mais conter o Brasil civilizado numa fímbria ao longo do oceano, de não mais vivermos esquecidos da existência de todo um mundo deserto, a reclamar posse e conquista.

            Não podemos recuar um milímetro sequer no rumo do desenvolvimento, com emprego, educação e bem-estar para todos.

            Tudo isso com muito humanismo e cultura.

            Essa é a receita para chegarmos ao primeiro cinqüentenário sem trairmos o ideário de JK.

            É bom ver este plenário! Presentes aqui não apenas pioneiros, como Ernesto Silva, mas pioneiros que preservaram esta cidade, que construíram esta cidade e que foram sempre homenageados pelas autoridades locais. Tivemos a oportunidade de cumprimentar aqui, hoje, pioneiros homenageados pelo governo local no último dia 21 de abril e que orgulhosamente ostentam suas condecorações, demonstrando o amor que todos sentimos por esta cidade; cidade que aprendemos amar, que escolhemos como nossa pátria, não de nascimento, mas de escolha pessoal. Isto nos orgulha muito: ver este plenário com a presença de pessoas tão importantes, importantes para a cidade, importantes para nós, pioneiros, importantes para nós que ajudamos a construí-la.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado. (Palmas.)

 

            


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2008 - Página 10981