Discurso durante a 65ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo ao Presidente Lula no sentido da recuperação das estradas no Piauí e em todo o País.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Apelo ao Presidente Lula no sentido da recuperação das estradas no Piauí e em todo o País.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2008 - Página 11024
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • JUSTIFICAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE, ORADOR, VISITA, ESTADO DE RONDONIA (RO), RECEBIMENTO, TITULO, CIDADÃO.
  • VISITA, MUNICIPIOS, ESTADO DO PIAUI (PI), PRECARIEDADE, RODOVIA, ATRASO, RETORNO, SENADO, RECLAMAÇÃO, AGRICULTOR, SOJA, MIGRAÇÃO, ORIGEM, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), DIFICULDADE, ESCOAMENTO, MERCADORIA, REGISTRO, AUMENTO, CUSTO, PAGAMENTO, TRATOR, AUXILIO, CAMINHÃO, TRANSPORTE DE CARGA, SOLICITAÇÃO, ORADOR, PROVIDENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Senador Camata, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros que nos assistem pelo Sistema de Comunicação do Senado, deixei de ir ao belo Estado de Rondônia, bem governado por Ivo Cassol. O Senador Expedito Júnior, com perspectivas invejáveis na política de lá e do Brasil, convidou-me, em nome do povo de Rondônia, para receber o título de cidadão.

            Eu não fui, Expedito Júnior, porque eu tinha um compromisso. Tem aqueles irmãos camaradas. São dois gêmeos, lá do sul do Estado, Prefeitos: um de Uruçuí e outro de Canavieira. Têm uma irmã Deputada. Eu tinha, também, uma missa de sétimo dia de um grande empresário, político cinco vezes, filho de Floriano, Filadelfo Castro.

            Eu fui, Camata. Camata, é tudo cacarejamento, aí, do Governo. É tudo mentira! É aquilo que o Goebbels disse: mentira repetida, repetida, se torna verdade.

            Olha, eu fui, mas irei a Rondônia orgulhosamente, na próxima época. Eu já tinha esse compromisso de aniversário e missa de sétimo dia, e não podia mudar. Saí de Floriano, Regeneração, Bertolínia, Canavieira e voltei por outro.

            Camata, atentai bem!

            Ô meu amigo Presidente Luiz Inácio, Pedro II, 49 anos, só viajou três vezes: uma vez para a Europa, uma para as Américas e outra para os Estados Unidos. Numa delas, ô Senador Eurípedes, ele escreveu: “Minha filha Isabel, lembre-se de que estrada é o melhor presente que você pode dar a um povo.”. D. Pedro II, para a Princesa Isabel, grande mulher, extraordinária mulher. Tem mulheres extraordinárias. No pouco tempo em que assumiu, libertou os escravos.

            Depois, o Camata sabe, porque ele sabe das coisas, houve um Presidente que disse: “Governar é fazer estradas.”. Washington Luís. Aprenda. Não foi Arthur Bernardes, não, Camata. Eu estou aqui para ensinar, mas você é PhD. É que ficou nervoso porque falei, ainda agora, na Rita e comparei-a com a Adalgisa. Camata, Washington Luís.

            Comemoramos, hoje, Brasília. Juscelino, o ícone, médico como eu, cirurgião como eu, de Santa Casa, do Exército, da Polícia Militar, prefeitinho, governador, sorridente, afável, agradável, foi cassado bem aí pela política injusta.

            Brasília, um filho. Meta simples, mas importante mesmo foi onde ele governou. Binômio.

            Ô Luiz Inácio, eu estou lhe oferecendo de bandeja. Eu sou o melhor para você, aqui, da política. Energia e transporte. Energia e transporte. Juscelino.

            Olha, Camata, sabe o que é um sujeito percorrer 100 quilômetros em quatro horas? Eu pensei...

            Na segunda-feira, ontem, eu faltei à sessão. Quando eu estou presidindo, sou generoso, dou tempo para todo mundo e vai até de madrugada.

            Camata, ontem terminou cedinho. Eu não cheguei sabe por quê?

            A festa de aniversário dos gêmeos acabou. Eu vou lá há muitos anos. Chico Filho é de Uruçuí, a capital da soja. Virou um carro e morreu gente. Aí, ele mandou despachar a orquestra, só que as comidas tinha de dar mesmo, porque não iam estragar. Acabou. Então, eu voltei às nove horas da noite. Tinha ido... “Não, tem outra melhor.”. Rapaz, tinha de ter trator para rebocar os carros. Levei, ali, em menos de 100 quilômetros, quatro horas. Eu ia direto para Teresina, mas não agüentava, porque de Floriano a Teresina é asfalto. Tive de ficar no hotel. Daí, eu não vim ontem. Acabou cedo.

            Então, Luiz Inácio, é tudo mentira, estão enganando-o. Eu peguei minhas emendas, muitas delas... As federais estão mais ou menos arrumadas. Agora, aí, vão dizer: “Não, mas e as estaduais?” O Governo estadual é do PT.

            Olha, rapaz, não agüenta, não. Estrada ruim não é brincadeira, não. Aí, uma passageira, Diana, começou a vomitar. Eu não tinha visto mais esse negócio, porque é pior do que aqueles navios antigos, que dão náuseas. Era buraco, caindo, e tivemos, então, de pernoitar na cidade de Floriano para, no outro dia... Eu perdi a passagem de manhã e só vim à tarde. Então, é tudo conversa. E, lá, o aniversário foi triste por isso, porque tinha de virar um carro num negócio desse, numa estrada dessa. Um dos convidados... Uma estrada dessa... Mas essa é a tristeza.

            Eu ouvi atentamente, Senador da República, aqueles plantadores de soja que saíram do Rio Grande do Sul, saíram de Santa Catarina, 11 milhões de hectares. “O senhor é culpado, o senhor nos incentivou. Botou a Bunge. Nós plantamos, mas não tem estrada. Como é que vai nas estradas?”. Existe uma profissão agora, um trator para rebocar as carretas. Para chegar a um lugar, são uns cinco pedágios desses, não sei nem o nome, um trator para rebocar. Sem estradas.

            Venho fazer um apelo, um pedido a Sua Excelência, o Luiz Inácio,. porque o estão enganando. Não é dinheiro. O Governador é do PT, mas não pode.

            A soja. Estão falando aí da fome. Eles plantaram. Era 50 a saca, baixou para 30. Está na contramão do mundo. Não estão aumentando os alimentos? Mas diminuiu. Sabe por que, Expedito Júnior? Porque não tem armazém, eles têm que entregar logo. Porque o transporte é mais caro.

(Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB - ES) - V. Exª dispõe de um minuto para encerrar seu pronunciamento.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Pois é, então eu apelo neste minuto para aquele Cristo, que fez o Pai-Nosso em um minuto. Está escrito pelo próprio Cristo: “Pedi e dar-se-vos-á”. Então, vim pedir a Sua Excelência o Presidente da República, porque os aloprados o estão enganando. Nunca vi tanta desgraceira e tanta pobreza em nosso Estado, o Piauí. Resta-nos a esperança. Como terminei ainda há pouco, Juscelino disse: “Melhor sermos otimistas. O otimista pode errar, mas o pessimista já nasce errado”. Espero que Sua Excelência o Presidente da República atenda a esse apelo do Piauí, que Pedro II já havia ensinado à sua filha Isabel.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2008 - Página 11024