A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sei que ontem o Senador Sibá Machado fez referências ao resultado de mais uma pesquisa da CNT/Census, que apresenta uma evolução extremamente positiva para o Presidente Lula e para o seu Governo.

            Essa evolução está atingindo números extremamente significativos. Por exemplo, a avaliação do Governo do Presidente Lula pulou de 52,7% na última pesquisa, em fevereiro, para nada mais, nada menos do que 57,5%. Portanto uma evolução bastante impressionante para dois meses, de 52% para 57%. E a avaliação pessoal do Presidente também atingiu um percentual extremamente significativo, pulando de 66,8% para 69,3%. É uma avaliação inédita para um Presidente, principalmente em segundo mandato.

            E aparece a questão do terceiro mandado, Senador Gerson Camata, até como algo natural. Se quase 70% aproximadamente avaliam o desempenho do Presidente como bom, e 57%, o Governo como ótimo e bom, é natural as pessoas quererem que ele continue, não é?

            Quando um jornalista me pediu para fazer uma avaliação sobre como eu entendia essa resposta, que apareceu, de forma tão contundente, na pesquisa sobre o terceiro mandato, disse, de forma muito clara: “Se fizerem uma pesquisa sobre a pena de morte, tenho certeza de que boa parte da população será favorável a ela, principalmente se não fizermos um bom debate sobre o assunto, mas, nem por causa disso, apoiaremos a pena de morte”.

            Então, já há uma definição muito clara por parte do PT, e o Presidente Lula já declarou, alto e bom som, que é terminantemente contrário a qualquer modificação na Constituição para isso.

            Tenho brincado com alguns jornalistas - e o Senador Zambiasi, que está adentrando o plenário, como jornalista, vai entender - e dito o seguinte, Senador Zambiasi: se o Presidente Lula, com esses índices de popularidade, de avaliação positiva do Governo, tem condição, cada vez mais, de fazer o sucessor, por que vai trocar o sucessor mais a possibilidade, se quiser, de voltar em 2014 - e, depois, se não for mudada a regra, de se reeleger - por um terceiro mandato, que, inclusive, seria uma afronta à Constituição?

            Então, até por essa lógica, tenho brincado e dito que isso parece mais um complô da Oposição, para trocar um por três. Assim, cada vez mais, a situação que se está configurando é a do trabalho todo para que o Governo realmente termine, em 2010, com grandes possibilidades de o Presidente fazer o seu sucessor.

            O Sr. Sérgio Zambiasi (PTB - RS) - Senadora Ideli, V. Exª me concede um aparte?

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Concedo um aparte ao Senador Zambiasi.

            O Sr. Sérgio Zambiasi (PTB - RS) - Eu não poderia deixar de cumprimentá-la pela abordagem do assunto. Acho que mais uma vez ele vem à tona e, mais uma vez, exige do próprio Governo uma manifestação. Todavia, o tema surge, parece-me, primeiro, realmente é o reconhecimento de um momento extremamente positivo que o Governo vive. É óbvio que o Presidente recolhe todo esse calor humano que brota das mais diversas direções, o que é muito importante. Estou aqui com um material - e, se houver tempo, ainda quero manifestar alguma coisa a respeito - sobre, por exemplo, um programa que dará ainda mais popularidade ao Presidente que é o Programa Territórios da Cidadania. Não tenho nenhuma dúvida disso.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Pena que o PFL não quer, como não quer o Programa Universidade para Todos (ProUni), como não quer a demarcação dos terrenos dos quilombos - vai para o Supremo Tribunal Federal tentar derrubá-la -, mas vai ser feita. E tudo isso vai ser feito porque é muito bom para o povo, é muito bom para a população, e eu tenho certeza de que V. Exª vai explicar isso muito bem.

            O Sr. Sérgio Zambiasi (PTB - RS) - Não sei como os programas estão organizados nos demais Estados do Brasil, mas, no Rio Grande do Sul, o foco do Programa Territórios da Cidadania é a zona sul, a nossa metade sul, que é uma região historicamente excluída, com sérios problemas de desenvolvimento...

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Grandes problemas sociais que precisam ser atacados.

            O Sr. Sérgio Zambiasi (PTB - RS) - Sim; brutais problemas sociais, áreas enormes sem produtividade e que poderiam hoje manter a população em seus locais e se desenvolvendo. E com essa programação que prevê a inclusão de oitenta ou noventa municípios da metade sul do Estado nós vamos dar um salto de desenvolvimento realmente fantástico e que ajudará inclusive as obras do Porto do Rio Grande, onde está sendo concluída a P-53. Ali se verifica um boom de desenvolvimento fantástico, graças ao dique seco que está sendo construído e a outros investimentos. Então, à medida que esses programas que o Presidente vem lançando caem no gosto popular, porque a população percebe que é uma forma de ascender socialmente e melhorar suas condições de vida, é claro que tem alguns setores da sociedade que reagem, numa expectativa de que o Presidente aproveite esse seu grande momento, que entendemos que continuará até o final do mandato, para anunciar algo casuístico, que não vai acontecer, pois confiamos na palavra do Presidente.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Certamente, Senador Zambiasi. Eu queria exatamente fazer como V. Exª fez, eu queria exemplificar, porque ninguém tem 69,3% de aprovação pessoal e ninguém tem 57% de avaliação ótimo/bom para seu governo se os resultados não fossem palpáveis, concretos. As pessoas não vivem um ano, dois anos, três anos apenas na expectativa de vir a acontecer. Não. Depois do primeiro, segundo e terceiro ano, ou acontece, ou então não tem quem se sustente em popularidade nem em avaliação positiva no sexto ano de mandato.

            Quando V. Exª coloca o Programa Territórios da Cidadania, eu queria dar dois exemplos. Sexta-feira, tivemos a visita do Ministro Fernando Haddad em Santa Catarina. Começamos por Concórdia, na Escola Agrotécnica de Concórdia, uma escola que tem quase 50 anos. E fomos lá inaugurar obras importantíssimas, como o alojamento feminino, porque, como é uma escola que recebe alunos de mais de cem municípios, não só de Santa Catarina, como do Paraná, do Rio Grande do Sul e de outros Estados, se não tem como dar condição de alojamento para os alunos, eles não têm como estudar. Havia lá o alojamento para os meninos, mas não tinha para as moças. Então, fomos lá inaugurar o alojamento feminino, o prédio administrativo da escola. Só de emenda minha ali, nos últimos três anos, foram R$3,2 milhões. O Ministro foi lá, conheceu as obras, extremamente importantes, porque a Agrotécnica de Concórdia vai ser um dos campi do Instituto Federal Tecnológico, que também vai ter lá no Rio Grande do Sul, como em todos os Estados. Portanto, a partir do ano que vem, já teremos, naquela escola como em todas as unidades de ensino profissionalizante, metade das vagas de ensino médio e metade das vagas de ensino superior. Portanto, estivemos pela manhã fazendo essa visita e importante inauguração.

            Depois nos deslocamos para Joinvile, a maior cidade do Estado de Santa Catarina, para o lançamento da pedra fundamental do campus da Universidade Federal. A Universidade Federal de Santa Catarina, Senador Zambiasi, tem 47 anos, ficou ilhada até a chegada do Presidente Lula - e olha que já tivemos Ministro da Educação do nosso Estado, já tivemos Ministro de Ciência e Tecnologia em governos anteriores, e Santa Catarina é um dos raros Estados, não conheço quais outros, que só têm uma universidade federal.

            O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB - ES) - O Espírito Santo.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Mas veja o tamanho de Santa Catarina e veja o tamanho do Espírito Santo, e a nossa, só na ilha.

            Então, agora, com o Governo Lula, estamos colocando para o interior, com o campi de 15 pólos e, agora também, com a nova Universidade da Fronteira que vai pegar parte do Rio Grande do Sul, parte do Paraná e parte de Santa Catarina, o que vai brindar toda aquela região, onde a base da agricultura familiar é tão forte, sendo, pois, tão importante ter uma universidade.

            Depois nos deslocamos para Jaraguá do Sul, outro pólo industrial importante, para inaugurar também obras do Cefet de Jaraguá, onde inauguramos um prédio muito bonito, um prédio grande de dois andares, com auditório, biblioteca, laboratório de informática, sala de atendimento aos alunos, uma obra também importantíssima, numa demonstração clara de que o ensino público federal de qualidade está se espraiando, se instalando, permitindo que os nossos jovens, os alunos possam, cada vez mais, ter o ensino de qualidade que é ministrado tanto nas agrotécnicas, nos colégios agrícolas, quanto nas escolas técnicas federais.

            Ontem, tivemos a presença do Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que também cumpriu uma extensa agenda. Começamos em Florianópolis, mas, por causa do tempo, não houve possibilidade de nos deslocarmos como estava previsto logo no inicio da manhã. Visitamos a Casa Eficiente, que é um Projeto da parceria entre a Eletrosul e a Universidade Federal, onde se mostra como montar uma casa aproveitando todas as possibilidades para a redução do custo energético de aquecimento e diminuição do consumo de energia. Fizemos, então, esta visita com o Ministro Edison Lobão. Depois, fomos visitar as obras que fazem com que Santa Catarina deixe de ser o único Estado brasileiro cuja capital não é integrada ao Sistema Energético Nacional.

            Em 2003, na nossa ilha de Florianópolis, nós tivemos um apagão, tivemos um blecaute, que quase colocou a ponte abaixo - uma das pontes de ligação - porque a linha de transmissão passava embaixo da ponte. Ocorreu uma explosão lá e ficamos sem luz e quase ficamos sem ponte. Agora, finalmente, a obra está para ser concluída em outubro de 2009. É uma subestação no continente, uma subestação na ilha, um cabo aéreo e submarino, com tecnologia de primeiríssimo mundo; e uma obra muito importante para garantir o abastecimento de energia da capital, da nossa querida Florianópolis, como também interligá-la a todo sistema nacional.

            E fomos, posteriormente, fazer uma visita a uma obra de engenharia preciosa, que está sendo realizada em Santa Catarina, que é a Usina Hidrelétrica Salto Pilão, que, não tendo lago, não tendo reservatório, apenas desvia uma parte da água do rio, que cai por um túnel de dez quilômetros dentro da montanha. E, ao cair nesse túnel de dez quilômetros dentro da montanha, perde uma altitude de duzentos metros e, com essa queda, é que ela gera 182 megawatts, que é a potência da Usina.

            A obra também está muito adiantada. Estava prevista a sua inauguração para 2010; mas já foi antecipada para 2009. A obra tem 40% de financiamento do BNDES; atualmente emprega mil funcionários, a maior parte da região do Alto Vale do Itajaí; e é algo digno de ser visto e de ser divulgado por ser uma obra de engenharia, volto a dizer, preciosa, porque, inclusive, não mexe com nada da agricultura, não desapropria pequeno agricultor, não tira um pezinho de milho de lugar nenhum e consegue, com essa tecnologia, gerar 180 megawatts a partir de 2009.

            E, por último, o Ministro Edison Lobão participou da posse da nova diretoria da Eletrosul.

            Portanto, duas agendas importantíssimas, uma na área da educação, sexta-feira, com o nosso Ministro Fernando Haddad, e, na segunda-feira, com o Ministro de Minas e Energia, visitando obras imprescindíveis para o Estado de Santa Catarina, no sentido da garantia do abastecimento e de geração de nova energia.

            É por isto, Senador Zambiasi, porque está mudando efetivamente a vida das pessoas, que o Presidente Lula tem essa avaliação. Eu não tenho nenhuma dúvida. Se tivéssemos ficado exclusivamente, como alguns teimam em insistir, na propaganda, na divulgação de coisas que não acontecessem, fazendo repetidas afirmações que não tivessem amparo na realidade, com certeza, o Presidente Lula não estaria com 57% de “ótimo” e “bom” em termos de avaliação do seu Governo e 69,3% na sua avaliação pessoal. É porque a vida tem melhorado, e muito; é exatamente por essa melhora no cotidiano e na vida das pessoas que todos nós, em todos os nossos Estados, estamos vendo e acompanhando - e contribuímos também para isso -, que o resultado na pesquisa se apresenta dessa maneira.

            Era isso, Sr. Presidente.

            Muito obrigada.