O SR. ADELMIR SANTANA (DEM - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, comemoramos ontem o Dia do Trabalho, comemoração que se deu em todo o País, e, não poderia ser diferente, também ocorreu aqui, no Distrito Federal. Uma comemoração que teve a participação popular nas praças, no Centro de Convenções, nas ruas, onde se festeja o dia mundial do trabalho.

            Para nós do Distrito Federal, foi de grande alegria a participação na festa promovida pelo Governo local, aliado às confederações e às federações do comércio, da indústria, da agricultura, das associações comerciais do Distrito Federal, da CDL, com a distribuição de prêmios e shows para os trabalhadores.

            Havia, no Centro de Convenções, mais de cinco mil trabalhadores. Naquela oportunidade, o Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e o Vice-Governador Paulo Octávio, que se faziam presentes naquela festa, assinaram alguns decretos e alguns projetos de lei, objetivando, cada vez mais, a geração de emprego e de renda para a população do Distrito Federal, criando mecanismos de incentivo ao setor produtivo.

            Mas voltando um pouco ao mês anterior, o mês de abril foi de comemoração pelo aniversário de Brasília. E essa comemoração se deu desde o primeiro dia do mês de abril, uma comemoração diferente, em que o Governo fez uma programação de inaugurações de obras durante todo o mês. Foram mais de trinta obras inauguradas, em cada dia do mês de abril. Obras ligadas à área social, ligadas à área hospitalar, à limpeza pública e ao desenvolvimento da cidade como um todo.

            A primeira inauguração foi a da Campanha Brasília Limpa. O objetivo dessa campanha é retirar o lixo e o entulho das ruas da cidade e recuperar os equipamentos públicos, como bancos, calçadas, meios-fios e pontos de ônibus. Esse foi o primeiro gesto, no primeiro dia de abril. Desde então, até finalizar o mês, o Governo do Distrito Federal montou um cronograma de pelo menos uma inauguração por dia, como disse, nas áreas da saúde, da educação, dos transportes púbicos, do esporte e do lazer.

            Quero destacar que foram inauguradas a Estação de Metrô na 108 sul e quatro estações complementares na Ceilândia, que passou a contar com mais quatro quilômetros e meio de trilhos naquela cidade satélite.

            O Governador José Roberto Arruda inaugurou ainda centros de saúde no Gama e no Plano Piloto, creches, espaços ampliados e unidades de saúde. O Hospital de Base ganhou um banco de sangue e um centro cirúrgico ambulatorial; o GDF também entregou à população quadras esportivas, praças, vias pavimentadas, parques infantis e inúmeras outras obras. E, no último dia 30, tivemos a oportunidade de presenciar a inauguração do Hospital de Santa Maria, com 384 leitos, inauguração esta que complementava as festividades pelo aniversário de Brasília.

            Complementando toda essa comemoração e essas inaugurações, ontem, no Dia do Trabalhador, além dessas festividades já enumeradas, os ambulantes do Distrito Federal foram contemplados e ganharam, no centro da cidade, nas proximidades da Estação Rodoferroviária, o Shopping Popular de Brasília.

            Essa inauguração não tem apenas o sentido físico da sua própria existência. Ao inaugurarem um shopping popular, o Governador José Roberto Arruda e o Vice-Governador Paulo Octávio têm um objetivo muito maior, qual seja, o de, retirando das ruas de Brasília os vendedores ambulantes, abrir-lhes a oportunidade de se transformarem em micro e pequenos empresários, uma vez que só lhes seria cedido o ambiente físico mediante a regulamentação como empresa, com CNPJ, enfim, com dignidade. Com essa inauguração, cerca de 1.500 ambulantes irão deixar as ruas da cidade para ganhar dignidade como microempresários.

            Fico muito feliz em poder compartilhar com os Srs. Senadores e com a população do Distrito Federal essas inaugurações. É uma prova de que Brasília, mesmo perto de fazer 50 anos, continua se reinventando, se renovando, assim como as novas gerações de brasilienses, que terão a nobre missão de cuidar dessa cidade nos próximos 50 anos.

            Tivemos a oportunidade, aqui no Senado, de fazer uma sessão de homenagem a Brasília, e, naquela oportunidade, o Governador do Distrito Federal fez um discurso emocionado, em que mostrou claramente que o País, após a inauguração de Brasília, passava por um momento de redescoberta. Um país que vinha dos anos 50 com baixo nível de auto-estima, primeiro com o suicídio do Presidente Vargas; depois, com a própria derrota do Brasil, em casa, frente ao Uruguai na Copa do Mundo de 50, decepcionando naquela oportunidade 200 mil espectadores e uma população inteira. A construção de Brasília, um sonho de JK, efetivamente aumentou a auto-estima de todos nós, brasileiros. E começamos uma era de progresso, com a instalação de indústrias, construção de hidrelétricas, abertura de estradas. E, aí, começa novamente o sonho de um país grande, um país, como disse, que é redescoberto pelo sonho de Juscelino Kubitschek, aliado à esperança de um povo decidido, no caminho do desenvolvimento.

            Brasília, portanto, ao comemorar 48 Anos, no decorrer de todo o mês de abril, prova que é possível administrar um Estado e uma Nação, mesmo com pequenos recursos, mas aplicando-os em o benefício da população. O Governador José Roberto Arruda, ao assumir o Governo do Distrito Federal, tomou medidas duras, impopulares, mas com o objetivo de angariar recursos para aplicá-los a favor de toda a população.

            O surgimento de Brasília, como ficou claro para todos nós, representou efetivamente uma redescoberta do País, País que até os anos 50 se limitou ao seu litoral, a uma estreita faixa e, parece-me, que de costas para o resto do País. Com a inauguração de Brasília, portanto, houve uma redescoberta do Brasil, e hoje temos um País cujas fronteiras agrícolas tomam a dimensão do Centro-Oeste e da região Norte do País.

            Brasília representou um sonho para JK, mas, ao mesmo tempo, uma realidade para todos nós que para cá viemos. Brasília modificou a vida de cada um de nós, queiramos ou não, e modificou, certamente, a vida do Brasil.

            Quero, portanto, parabenizar o Governador José Roberto Arruda, que faz um governo compartilhado com o Vice-Governador Paulo Octávio, que, além de Vice-Governador, é Secretário de Desenvolvimento. Quero parabenizá-los pelo volume de obras que foram inauguradas no decorrer do mês de abril em comemoração ao aniversário da cidade, obras essas que têm por objetivo dar uma melhor qualidade de vida ao povo de Brasília, proporcionando-lhe maior segurança, melhor assistência médica e melhoria sensível nos transportes coletivos.

            Haveremos de ter, bem proximamente, inaugurações outras voltadas à melhoria dos transportes, uma vez que avenidas são alargadas e são construídas novas unidades de atendimento à população no que diz respeito a pontos de ônibus e a vias de acesso ao metrô. Haverá um processo de integração entre ônibus e metrô que, efetivamente, melhorará a vida de todos nós.

            Quero aproveitar, Sr. Presidente, para dizer que todas essas inaugurações tiveram a presença marcante da população, que vibra com o verdadeiro canteiro de obras em que se transformou o Distrito Federal, obras que têm por objetivo a melhoria da qualidade de vida de toda a população.

            É importante ressaltar que todos esses acontecimentos se sustentaram na forte base de apoio ao Governador na Câmara Distrital e em toda a bancada na Câmara e no Senado.

            É, portanto, motivo de orgulho para todos nós a forma como vem sendo conduzida a gestão do Distrito Federal: com seriedade, com respeito à população e dedicada a resolver as questões que afligem a população.

            Concedo um aparte ao Senador e ex-Governador do Distrito Federal Cristovam Buarque.

            O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - Senador Adelmir Santana, quero manifestar minha satisfação de vê-lo, como nosso Senador por Brasília, retomando aqui o debate que tivemos esta semana em uma solenidade dedicada a comemorar os 48 anos de nossa cidade, solenidade essa que foi convocada por sua iniciativa. É preciso que o Brasil inteiro saiba que Brasília é mais do que a capital, como o senhor próprio está colocando ao citar e se referir diversas vezes ao nosso Governador, que não é mais, como no passado, nomeado pelo Presidente da República: é eleito pela população. Quero também lembrar ao Brasil inteiro que Brasília tem um papel que vai além daquele que teve na reorientação do desenvolvimento brasileiro, internalizando um desenvolvimento que era, todo ele, concentrado na costa, fazendo o Brasil descobrir esse imenso território escondido, que foi desbravado muito timidamente pelos bandeirantes e, definitivamente, pelos candangos e pelos pioneiros. Isso se deu não apenas em função da cidade em si mesma, mas também em função das ramificações de estradas a que ela deu origem, graças, inicialmente, a Juscelino e, depois - e não podemos deixar de dizer a verdade histórica -, ao Regime Militar, que também teve um papel importante na construção da infra-estrutura apesar de todo o preço político, familiar etc. que a sociedade brasileira pagou. Brasília, além de ser um vetor fundamental do progresso do País, hoje também é uma cidade importante, com gente de carne e osso, com os mesmos problemas que temos nas outras cidades, embora - gostaria de ressaltar isso - com qualidade de vida muito superior; com desigualdade menor; com uma escola que, se não é a ideal, é melhor; com sistema de saúde que, apesar de todos os defeitos, é melhor do que o da maior parte das cidades do Brasil. Quero também que o povo brasileiro que nos assiste saiba que os brasilienses não são apenas nós, Senadores e Deputados, e a cúpula do Governo. O brasiliense é, sobretudo, brasileiro, como você que está me assistindo, assistindo ao senhor, fora do nosso Distrito Federal. Parabéns a V. Exª por ter convocado aquela sessão e por estar retomando o assunto. Espero que retornemos a este assunto muitas vezes aqui para que o povo brasileiro saiba que Brasília foi e é importante como capital, apesar dos desvios de muitos servidores da alta cúpula do Brasil, de governo em governo, mas Brasília é um vetor importante do progresso e é uma cidade; é uma cidade mais do que a capital do Brasil.

            O SR. ADELMIR SANTANA (DEM - DF) - Muito obrigado, Senador Cristovam Buarque.

            Quero, tomando a sua colocação, dizer o seguinte: temos governadores eleitos hoje - V. Exª foi um dos que se elegeu Governador -, mas não se pode efetivamente esquecer que, mesmo no período militar, passaram por aqui governadores nomeados que mostraram grande capacidade de administração. Não podemos deixar de citar aqui o Governador Plínio Cantanhede - na época ainda prefeito -, o Governador Wadjô Gomide, o Governador José Ornellas e o Governador Elmo Serejo, que teve uma participação importante na questão da infra-estrutura no Distrito Federal, e, posteriormente, os governadores eleitos, começando com o Governador Roriz, depois V. Exª e o Governador José Roberto Arruda - Roriz por mais de uma vez.

            V. Exª faz uma afirmação que me chama muito a atenção. De fato, muitos associam Brasília apenas ao Congresso, à Esplanada, aos hotéis, não a conhecem como verdadeira cidade. O 48º aniversário serviu muito claramente para demonstrar a pujança da população de Brasília: uma festa na Esplanada dos Ministérios com mais de um milhão de pessoas. No dia de ontem, uma festa de 1º de Maio com centenas de milhares de trabalhadores nas ruas, com mais de cinco mil trabalhadores no Centro de Convenções, além de outras festas que aconteceram em várias cidades satélites, em movimentos isolados de trabalhadores freqüentando unidades, por exemplo, do Sesc, do Senai e do Sesi. Todas essas manifestações populares demonstram claramente que esta é uma cidade como qualquer outra, que tem clubes de serviços, que tem associações de classes, que tem maçonaria, que tem Rotary, que tem Lions, que tem bares, que tem restaurantes e que tem, naturalmente, todo um movimento social por trás disso. A nossa cidade não é apenas a sede do Governo Federal, é também uma cidade como qualquer outra, que tem as suas dificuldades - dificuldades que se procura amenizar por meio da ação do poder público.

            Quero, portanto, Sr. Presidente, aproveitar esta manhã para dizer da minha alegria. Primeiro, como bem colocou o Senador Cristovam, pela sessão de homenagem a Brasília que fizemos aqui, com a presença de verdadeiros pioneiros e com a presença da população, que lotaram este ambiente e as galerias, mostrando que Brasília é, para nós, os pioneiros, e para aqueles outros pioneiros, uma cidade que amamos, que aprendemos a admirar e que escolhemos como nossa segunda cidade.

            Agradeço, portanto, e parabenizo o Governador do Distrito Federal, o governo como um todo, pelas inúmeras obras inauguradas e reinauguradas neste mês de abril - como disse, todos os dias - e que se complementaram no dia de ontem, 1º de maio, com a inauguração do Shopping Popular, que visa tirar os ambulantes das ruas, mas, acima de tudo, transformá-los em micro e pequenos empresários regularmente estabelecidos.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.