Discurso durante a 70ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Associação à homenagem do Senador Efraim Morais ao jornal O Norte. Debate sobre a recriação da Sudene.

Autor
Carlos Dunga (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/PB)
Nome completo: Carlos Marques Dunga
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Associação à homenagem do Senador Efraim Morais ao jornal O Norte. Debate sobre a recriação da Sudene.
Publicação
Publicação no DSF de 08/05/2008 - Página 12334
Assunto
Outros > HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, CENTENARIO, JORNAL, O NORTE, ESTADO DA PARAIBA (PB).
  • SAUDAÇÃO, FAMILIA, IRMÃO, EFRAIM MORAIS, SENADOR, PUBLICAÇÃO, LIVRO, HISTORIA, PAI, EX-DEPUTADO, EX-COMBATENTE, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, RECRIAÇÃO, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE (SUDENE), EXPECTATIVA, AGILIZAÇÃO, EFICACIA, ATUAÇÃO, POSTERIORIDADE, INSTALAÇÃO, CONSELHO DELIBERATIVO, MELHORIA, SITUAÇÃO, REGIÃO NORDESTE, EQUIPARAÇÃO, REGIÃO SUDESTE, REGIÃO SUL, REGIÃO CENTRO OESTE.
  • DESCRIÇÃO, HISTORIA, CRIAÇÃO, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE (SUDENE), PERIODO, GESTÃO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, BENEFICIO, POPULAÇÃO, REGIÃO NORDESTE, CRESCIMENTO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), MELHORIA, INFRAESTRUTURA.
  • EXPECTATIVA, ATUAÇÃO, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE (SUDENE), VIABILIDADE, PROJETO, AQUISIÇÃO, RECURSOS, PROGRAMA, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, CREDITO RURAL, OBRAS, LIGAÇÃO, BACIA, CONSTRUÇÃO, CAMPUS UNIVERSITARIO, INTERIOR.

            O SR. CARLOS DUNGA (PTB - PB. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de fazer referência ao meu pronunciamento, eu queria que também fossem minhas as palavras aqui proferidas pelo ilustre Senador Efraim Morais. A Paraíba, hoje, está em festa por esta homenagem que nós, paraibanos, prestamos ao jornal O Norte, pelos seus cem anos de vida. O jornal O Norte é uma evidência, é uma história, é uma célula dentro da Paraíba na sua vida de comunicação.

            Por isso, Senador Efraim Morais, V. Exª presta, com muita justiça, esta homenagem ao povo paraibano. Associo-me ao pronunciamento de V. Exª por ocasião da passagem do aniversário do jornal O Norte, nos seus cem anos. Também não poderia deixar de parabenizar V. Exª, sua família, seu irmão Joácio, que amanhã vai entregar à Paraíba o livro em memória de S. Exª o ex-Deputado Inácio Bento de Morais, O Expedicionário. Parabenizo V. Exª e Joácio Bento de Morais por esse grande feito para a sua família e para o povo paraibano.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no dia três de janeiro de 2007, por meio da Lei Complementar nº 125, foi recriada a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste. Nascia naquela data a chamada “nova Sudene”. E todos saudamos, com entusiasmo, a volta da sigla que tem um lugar muito especial no coração dos brasileiros e, mais particularmente, no dos nordestinos.

            Desde então, Srªs e Srs. Senadores, estamos na torcida para que a Sudene comece a atuar com força total. E foi com grande satisfação, portanto, que vimos a instalação do seu Conselho Deliberativo, no último dia 30 de abril. Mais felizes ainda ficamos com a informação de que, no mesmo dia, o Conselho já teve a sua primeira reunião, paralelamente ao Fórum de Governadores do Nordeste.

            Não era sem tempo! A Sudene tem pressa, Sr. Presidente. O Nordeste tem pressa.

            Todos nos lembramos das condições em que foi implantada a primeira Sudene, aquela do notável Celso Furtado, meu conterrâneo da cidade de Pombal. O Nordeste tinha sido castigado pelas terríveis secas de 1952 e 1958. Soluções para os problemas da Região eram estudadas pelo Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste, o GTDN.

            Angustiado com a situação, em janeiro de 1959, o Presidente Juscelino Kubitscheck convoca uma reunião com os principais estudiosos da questão nordestina. E nessa reunião, Srªs e Srs. Senadores, Celso Furtado fala apaixonadamente durante trinta minutos; o suficiente para que o Presidente Juscelino resolva nomeá-lo comandante daquela que foi batizada de “Operação Nordeste”. Estavam lançados ali os alicerces da Sudene, criada finalmente em dezembro de 1959.

            As conseqüências do esforço concentrado em prol da diminuição de nossas desigualdades regionais não demoraram a surgir.

            Nas décadas de 1960, 1970 e 1980, as taxas médias de crescimento do PIB, no Nordeste, foram as maiores do País. Suplantaram as das demais Regiões em cerca de 10%.

            Para ilustrar a magnitude dessa decolagem rumo ao progresso, basta citar o que aconteceu em alguns setores da economia. Em 1960, Sr. Presidente, apenas 1,5 milhão de nordestinos tinham instalações sanitárias em suas residências; em 1980, já eram 17 milhões. Em 1960, a extensão das rodovias pavimentadas na Região Nordeste não chegava a 1,5 mil quilômetros; em 1980, já estava próxima dos 25 mil quilômetros.

            E por que chegamos a tais resultados, Sr. Presidente? Simplesmente porque os governantes daquele período decidiram dar atenção prioritária aos problemas do Nordeste. Decidiram contemplar a Sudene com recursos humanos de inquestionável qualificação, para definir os programas e projetos mais adequados ao desenvolvimento da Região.

            Em quase todos os quesitos, Srªs e Srs. Senadores, o Nordeste continua em desvantagem, principalmente quando comparado às Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

            Sr. Presidente, no primeiro pronunciamento que fiz nesta Casa, no último dia 2 de abril, eu disse que tinha interesse em debater, de maneira muito especial, quatro temas, atribuindo a todos o mesmo nível de importância.

            Em primeiro lugar, até por minha condição de representante da área do semi-árido paraibano, do Cariri paraibano, representante da região do semi-árido, a interligação de Bacias. Em segundo lugar, a questão de crédito para o produtor rural. Um terceiro tema que pretendo trazer ao debate diz respeito à interiorização da universidade. E em quarto lugar, o trabalho na busca de recursos para o meu Estado, em especial aqueles do PAC.

            Pois bem! Em todos esses temas - interligação de bacias, crédito para o produtor rural, interiorização da universidade, recursos do PAC -, a atuação da Sudene pode ser decisiva. Se ela estiver forte, Sr. Presidente, tenho certeza de que muito mais facilmente as nossas demandas sejam atendidas.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/05/2008 - Página 12334