Discurso durante a 69ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre o ingresso do Brasil no seleto clube dos países seguros para investimentos, e sustentação de que esta situação também é devida ao Governo FHC.

Autor
Lúcia Vânia (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Lúcia Vânia Abrão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Considerações sobre o ingresso do Brasil no seleto clube dos países seguros para investimentos, e sustentação de que esta situação também é devida ao Governo FHC.
Publicação
Publicação no DSF de 07/05/2008 - Página 12124
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, MELHORIA, CLASSIFICAÇÃO, BRASIL, AMBITO INTERNACIONAL, ESTABILIDADE, ECONOMIA NACIONAL, RECEBIMENTO, INVESTIMENTO, CAPITAL ESTRANGEIRO.
  • IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, GOVERNO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, MODERNIZAÇÃO, SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL, MELHORIA, CONTAS, SETOR PUBLICO, CONFIANÇA, BOLSA DE VALORES, GARANTIA, CUMPRIMENTO, ACORDO INTERNACIONAL, ESTABILIDADE, ECONOMIA, AUTONOMIA, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), PREVISÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, AMPLIAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, POPULAÇÃO.

            A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu não poderia deixar, mesmo sendo Oposição, de vir a esta tribuna para comentar a notícia de que o Governo Lula, ao abraçar a política monetária iniciada no governo anterior, conseguiu fazer o Brasil ingressar no seleto clube dos países de primeira classe como destino de investimentos.

            Isso significa, em outras palavras, que essa é uma vitória não apenas da oposição ou do governo, mas de toda a sociedade.

            Este é o momento em que o País realiza o sonho de ser considerado entre aqueles países que levam a sério a condução da coisa pública e, principalmente, entre aqueles países que, pelas suas excepcionais condições, vislumbram dias melhores para as futuras gerações.

            O Brasil festeja a elevação do seu conceito pelas agências de risco. E o Presidente tem todo o direito de comemorar. Esse é um esforço de todos.

            O País conseguiu modernizar seu sistema financeiro, melhorar suas contas públicas, oferecer garantias legais, ao assumir e cumprir acordos internacionais, e oferecer uma bolsa de valores classificada entre as mais inovadoras e confiáveis do mundo.

            Trata-se, de fato, de um momento histórico.

            No meio de uma crise financeira que tem como epicentro a maior economia do mundo, e na iminência de uma onda de instabilidades provocadas pelo aumento dos preços de alimentos básicos, a conquista de um dos mais elevados graus de investimento coloca o Brasil em condições de se lançar num longo processo de desenvolvimento.

            As agências avaliadoras perceberam que a política econômica do Brasil é uma política de Estado e não uma política de governo. As instituições são permanentes e independem de quem está no comando.

            É importante frisar que a gestão do Governo anterior foi a responsável, em 1999, pela implementação da política de metas de inflação, câmbio flutuante e superávits primários, que vigoram até hoje.

            Foram consolidadas instituições econômicas propícias à estabilidade macroeconômica, sem a qual não crescem o investimento privado nem a economia.

            O Banco Central virou baluarte da estabilidade, ao deixar de ser apenas um provedor de crédito de fomento, ao dividir as funções de autoridade monetária com o Banco do Brasil. O Banco Central passou a ser, com real autonomia, o verdadeiro gestor da política monetária do País.

            Tais mudanças institucionais se devem às reformas, como a extinção da “conta de movimento do Banco do Brasil”, a unificação do Orçamento e a criação da Secretaria do Tesouro Nacional.

            A abertura da economia, com a criação do Copom (1996), a Lei de Responsabilidade Fiscal (2000) e o Plano Real (1994) são marcos dessa nova realidade.

            Sr. Presidente, após dez anos de política econômica austera, depois de quatorze anos do Plano Real, chegamos à ante-sala do Primeiro Mundo.

            Com o crescimento do PIB nos últimos anos, retomamos um patamar mais próximo da média histórica de 5% do que dos 2,5% dos últimos anos. E, provavelmente, melhoraremos nossos indicadores em relação aos demais países do bloco dos emergentes.

            Mas, por enquanto, a alegria é de poucos. O Brasil ainda não tem uma estratégia sustentável de desenvolvimento que assegure uma distribuição melhor de oportunidades, não podendo ficar à mercê de políticas meramente distributivistas.

            A palavra de ordem é crescer. O mercado está em festa, e a sociedade espera ser convidada. Se isso acontecer, teremos um verdadeiro desenvolvimento social.

            Portanto, deixo aqui os meus cumprimentos a todos aqueles que colaboraram para que nós pudéssemos chegar a este momento. E quero deixar aqui a minha satisfação de, como brasileira, poder estar aqui nesta tribuna não apenas para criticar, não apenas para apontar os erros, mas principalmente também para comemorar, neste momento que é um momento de todos, que não é o momento nem de Oposição nem de Situação, mas é um momento da sociedade brasileira.

            Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/05/2008 - Página 12124