Discurso durante a 48ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do lançamento, amanhã, do livro de Eugênio Bucci, intitulado "Em Brasília, 19 horas: a guerra entre a chapa-branca e o direito à informação no primeiro governo Lula".

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TELECOMUNICAÇÃO. POLITICA EXTERNA.:
  • Registro do lançamento, amanhã, do livro de Eugênio Bucci, intitulado "Em Brasília, 19 horas: a guerra entre a chapa-branca e o direito à informação no primeiro governo Lula".
Aparteantes
Heráclito Fortes.
Publicação
Publicação no DSF de 10/04/2008 - Página 8541
Assunto
Outros > TELECOMUNICAÇÃO. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • COMENTARIO, LEITURA, DISCURSO, POSSE, PRESIDENTE, EMPRESA BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO S/A (RADIOBRAS), ELOGIO, LANÇAMENTO, LIVRO, DETALHAMENTO, DIRETRIZ, GOVERNO FEDERAL, RESTRIÇÃO, INFORMAÇÃO, LIBERDADE DE IMPRENSA.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, COMENTARIO, JORNALISTA, ELOGIO, IMPORTANCIA, QUALIDADE, LIVRO, DETALHAMENTO, CONCEITO, LIBERDADE DE IMPRENSA.
  • REGISTRO, INICIATIVA, CELSO AMORIM, MINISTRO DE ESTADO, ITAMARATI (MRE), REPRESENTANTE, GOVERNO BRASILEIRO, SOLICITAÇÃO, LIBERDADE, PARLAMENTAR ESTRANGEIRO, PRISIONEIRO, GRUPO, GUERRILHA, PAIS ESTRANGEIRO, COLOMBIA.

           O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Garibaldi Alves, muito obrigado pela sua atenção e respeito.

A ética da informação e a ética do jornalismo são inseparáveis da ética republicana, a ética obsessivamente republicana, que deve governar cada instituição de nossa democracia e de nosso país. Não há contradição, ao contrário, há uma complementaridade necessária entre a ética radical da democracia e a idéia de direito à informação. Há com freqüência um equívoco, e esse equívoco é o de achar que pomos no ar as informações que nos interessam e ponto. Isso é um equívoco, porque quando as informações que nos interessam não correspondem às necessidades do cidadão a credibilidade começa a ser ferida. Portanto, as informações que nos interessam veicular são as informações a que o cidadão tem direito. Essa é a construção da credibilidade. Quem está no topo de todo esse trabalho é o cidadão, é aquele que muitas vezes não exige porque não sabe que pode exigir, e o nosso trabalho é ensiná-lo sobre isso, ensiná-lo que ele pode exigir.

           Com essas palavras, Eugênio Bucci, assumiu a presidência da Radiobrás no início de 2003, no início do primeiro mandato do Presidente Lula. Quero recomendar a todos os Senadores e ao povo brasileiro que possam conhecer esse livro que será lançado amanhã em São Paulo, no Sesc da Vila Mariana, “Em Brasília, 19 horas: a guerra entre a chapa-branca e o direito à informação no primeiro governo Lula.

           No livro, ele relata, conforme mostram diversas crônicas que já foram publicadas sobre o livro de Eugênio Bucci, as diversas conversas e os momentos de tensão que aconteceram dentro do próprio Governo do Presidente Lula ao longo do primeiro mandato e início do segundo, quando ele, procurando justamente colocar em prática os princípios do direito à informação do cidadão brasileiro, já que ele dizia que não há democracia onde há miséria de informação, tentou conduzir a Radiobrás. Inclusive, foi ele próprio que, ao final dos quatro anos, sugeriu ao Ministro Franklin Martins que houvesse a fusão da Radiobrás com a TVE, formulando, portanto, a proposta do que depois se tornou a TV Brasil.

Em seu livro Em Brasília, 19 horas, Eugênio Bucci fala de recomendações importantes e, sobretudo, dos pecados capitais do pensamento autoritário, que devemos estar sempre evitando:

1. O esquecimento proposital

Sonegar a história e ocultar os fatos que não convêm ao argumento.

2. O coletivo compulsório.

Dizer “nós” para impor obediência e intimidar a divergência.

3. A futrica instrumental

Semear a intriga palaciana para prejudicar os que pensam diferente.

4. A apologia do aparelhismo

Promover - abertamente ou, se necessário, de forma dissimulada - o uso dos meios de comunicação públicos para fins do grupo de governo.

5. O ódio à imprensa

Banir a reportagem e profetizar que todo jornalismo será castigado.

6. A arrogância sem substância

Desdenhar do outro para desqualificá-lo.

7. Condenar a priori

Acusar pelas costas, na escuridão, sem provas e sem tolerar o direito de defesa.

Avalio, Sr. Presidente, que se trata, conforme muitos dos que fizeram essas primeiras críticas estão anunciando...

O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Regimentalmente, não posso fazê-lo, porque se trata de comunicação inadiável. Agradeço a intenção do aparte de V. Exª.

O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - Desculpe.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Quero requerer que sejam inseridos nos Anais do Senado os comentários feitos por Carlos Eduardo Lins da Silva, do Observatório da Imprensa, e também os feitos por Luiz Antônio Novaes, em O Globo, no dia 5 de abril, ressaltando que esse livro se tornará um clássico de todos aqueles que querem saber o conceito de liberdade de imprensa e o que é a informação bem conduzida quando feita por aqueles que têm responsabilidade na administração pública. Também peço a inserção dos comentários de Daniel Bramatti, publicado em O Estado de S. Paulo, destacando o papel que teve Eugênio Bucci no programa Café com Presidente, que tem tido muita importância ao longo desses anos.

Finalmente, tendo em vista o requerimento da Senadora Kátia Abreu, com o qual estou de pleno acordo, e informando, conforme a Senadora Fátima Cleide o fez, que, na semana passada, no âmbito da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, aprovamos um requerimento solicitando, com urgência, a libertação de Ingrid Betancourt. Avalio, Sr. Presidente, que a Senadora Ingrid Betancourt merece todo o apoio, inclusive o de V. Exª.

Registro que, ontem, o Ministério das Relações Exteriores, por intermédio do Ministro Celso Amorim, fez um apelo, em nome do Governo brasileiro, para que as Farc, de pronto, libertem Ingrid Betancourt e aceitem a proposta de promover uma anistia na Colômbia para todos os envolvidos e, assim, terminar com o problema dos que ainda estão detidos ou seqüestrados.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR EDUARDO SUPLICY EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do inciso I, § 2º, art. 210 do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Comentários sobre o livro de Eugênio Bucci”.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/04/2008 - Página 8541