Fala da Presidência durante a 47ª Sessão Especial, no Senado Federal

Balanço do empenho da presidência em recuperar o prestígio do Legislativo, e agradece apoio recebido pela Mesa Diretora e pelos líderes dos partidos políticos.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
SENADO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Balanço do empenho da presidência em recuperar o prestígio do Legislativo, e agradece apoio recebido pela Mesa Diretora e pelos líderes dos partidos políticos.
Publicação
Publicação no DSF de 10/04/2008 - Página 8941
Assunto
Outros > SENADO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • BALANÇO, ATUAÇÃO, ORADOR, PRESIDENCIA, SENADO, EMPENHO, RECUPERAÇÃO, REPUTAÇÃO, LEGISLATIVO, AGRADECIMENTO, DIRETOR, SECRETARIA GERAL DA MESA, LIDER, PARTIDO POLITICO, BANCADA, GOVERNO, OPOSIÇÃO.
  • AGRADECIMENTO, PAULO PAIM, TIÃO VIANA, SENADOR, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, EXTINÇÃO, FATOR, NATUREZA PREVIDENCIARIA, REGULAMENTAÇÃO, EMENDA CONSTITUCIONAL, AUMENTO, RECURSOS, DESTINO, INVESTIMENTO, SAUDE.

            O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Agradeço ao Senador Paulo Paim.

            Ao encerrar esta sessão, quero lembrar que ela foi iniciada exatamente às 14 horas. Digo isso porque, hoje, tive a oportunidade de abri-la. Então, durante oito horas, tivemos toda uma sessão dedicada ao grande debate de problemas como o da saúde em nosso País e o da situação do trabalhador aposentado.

            Esta sessão não se resumiu ao debate. Foi além, redundando na votação dessas matérias, que terminaram envolvendo, claro, todos os Srs. Senadores.

            Quero dizer da minha imensa satisfação. Tenho tido o dever, que, para mim, claro, não é muito agradável, de falar a respeito das dificuldades que estamos encontrando. Ontem, até mesmo tive o dissabor de ouvir um representante desta Casa ou, para falar mais precisamente, uma representante desta Casa dizer que já basta de o próprio Presidente falar mal do Poder Legislativo.

            Ora, Srªs e Srs. Senadores, não estou simplesmente falando mal do Legislativo. Estou permanentemente fazendo uma autocrítica. E essa autocrítica é com a finalidade de fazer com que todos nós possamos ter consciência da situação que atravessamos.

            De nada adiantaria que eu aqui estivesse diariamente exaltando, elogiando o comportamento do nosso Poder, porque isso não iria muito além. Quando saíssemos daqui, o que iriam dizer, Senador Flexa Ribeiro, Senador Mão Santa, Senador Flávio Arns, Senador Paulo Paim? Iriam dizer que o Presidente estava delirando; que o Presidente estava falando de uma coisa realmente imaginária, que não estava acontecendo.

            Mas o dia de hoje nos dá a sensação, permite-nos pensar que podemos realmente nos reabilitar; podemos, usando uma expressão popular, dar a volta por cima; podemos votar, deliberar. A minha linha de atuação, com o apoio de todos os colegas, não é apenas culpar o Poder Executivo pelos males do Legislativo. De nada adiantaria que eu ficasse desta Presidência culpando o Executivo, as medidas provisórias, a ausência da votação dos vetos. De nada adiantaria que ficasse eu, então, a culpar os outros, sem que tivéssemos uma reflexão do que está acontecendo conosco.

            Estamos, portanto, no caminho certo. Eu me permito dizer que, se tenho sido rigoroso para com esta Casa, eu o tenho sido como aquele, permitam-me a expressão, bom pai. Não que eu queira ser uma figura paternal. Tenho sido rigoroso como aquele bom pai, que não permite que o seu filho simplesmente tenha um comportamento desastrado e desastroso, sem chamar a atenção dele.

            De que adianta ser permissivo?

            Então, que me perdoem hoje os Senadores que acham que estou tendo uma atuação negativa, negativista. Não estou negando os valores do Poder Legislativo. Estou buscando esses valores que submergiram, que de repente desapareceram, para tristeza nossa.

            E hoje foi um dia de grande esplendor. Um dia que nos levou a esse sentimento de verdadeira euforia. Vi aqui hoje Senadores que não sorriam há muito tempo quando falavam do Poder Legislativo e hoje estavam sorridentes.

            Eu me dou por satisfeito, me dou por feliz, mas não me dou por realizado. Realizado só vou estar quando avançarmos ainda mais, Senador Paulo Paim, Senador Flávio Arns, Senador Eduardo Suplicy, Senador Mão Santa, Senador Flexa Ribeiro.

            Quero agradecer a todos - não quero me prolongar numa sessão como esta; quero agradecer novamente aos funcionários, que são dedicados, que não têm o seu nome referenciado, mas que são verdadeiramente aqueles que nos ajudam a ser os timoneiros dessa viagem que estamos empreendendo para chegar ao porto seguro do Poder Legislativo.

            Quero agradecer à Drª Cláudia Lyra e, agradecendo a ela, agradecer a todos esses que ficam aqui permanentemente com uma grande dedicação e uma vontade muito grande de ajudar a esse Poder.

            Quero agradecer aos líderes, agradecer, como já agradecemos, sobretudo ao Líder do Governo Romero Jucá, e aos Líderes da Oposição, Senador José Agripino, Senador Arthur Virgílio e muitos outros. Tenho medo de cometer injustiça não citando os nomes daqueles que tanto nos ajudaram.

            Quero agradecer nesta oportunidade a todos que aqui estão permanentemente, nos dias como os de hoje e nos dias que apenas nos transmitem uma grande frustração. Quantas vezes saímos daqui e, quando chegamos em casa os nossos familiares nos perguntam: “O que aconteceu no Senado Federal?” E só temos que dizer “nada”, porque não votamos, não decidimos, não cumprimos os nossos deveres.

            Mas hoje, não! Hoje estamos imbuídos daquele sentimento do dever cumprido, e vamos chegar às nossas casas e dizer que valeu a pena estar aqui como Senador da República.

            Muito obrigado, Paulo Paim, (Palmas) muito obrigado, Tião Viana - os heróis desta noite, os dois autores dos dois principais projetos.

            Quero dirigir uma palavra a Mário Couto, não sei nem se ele está me ouvindo, pois a esta altura ele deve estar dormindo, porque ele despendeu muita energia durante esses dias todos com aquela cobrança acalorada que ele fazia a respeito dos aposentados. Os aposentados que vieram até aqui e que hoje devem estar em suas casas dizendo: “Puxa vida, foi mais rápido do que eu esperava!”

            Senador Paulo Paim, V. Exª é testemunha, e todos os outros são, de que nós tínhamos que nos manter comedidos em face das dificuldades que estávamos atravessando.

            Aos aposentados, a certeza de que lutamos. Sabemos que as limitações financeiras sempre se colocaram à nossa frente, e é por isso que quero fazer aqui um apelo ao Governo Federal no sentido de que possamos ter, como dizia o Senador Aloizio Mercadante, uma reflexão mais acurada, levando em conta o sacrifício também dos aposentados.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Sr. Presidente, o Senador Mário Couto vai poder hoje tomar o banho mais gostoso do seu mandato.

            O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Vai tomar um banho pensando no que poderia ter acontecido a ele.

            Portanto, Senadoras, Senadores, quero encerrar esta sessão. Esta não foi uma sessão comum que nós pudéssemos encarar como uma daquelas sessões que acontecem dia após dia. Esta foi uma sessão especial. Não pelo fato de ela ter sido convocada especialmente para isso. Ela foi uma sessão especial porque vai permanecer na nossa memória e nos nossos corações.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/04/2008 - Página 8941