Discurso durante a 47ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do Dia Mundial da Saúde e os 60 anos de fundação da Organização Mundial de Saúde - OMS.

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SAUDE.:
  • Comemoração do Dia Mundial da Saúde e os 60 anos de fundação da Organização Mundial de Saúde - OMS.
Publicação
Publicação no DSF de 10/04/2008 - Página 8453
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, EVOLUÇÃO, SISTEMA UNICO DE SAUDE (SUS), GARANTIA, DIREITOS, SAUDE PUBLICA, ACESSO, CIDADANIA, TOTAL, BRASILEIROS, AVALIAÇÃO, REFORMULAÇÃO, MODELO, ESTADO, BRASIL, REGISTRO, DADOS, PROGRAMA, SAUDE, FAMILIA, REDUÇÃO, MORTALIDADE INFANTIL, DESNUTRIÇÃO, MELHORIA, CONTROLE, CARDIOPATIA GRAVE, INTERNAMENTO, VACINAÇÃO, TRATAMENTO, SINDROME DE IMUNODEFICIENCIA ADQUIRIDA (AIDS), VIGILANCIA SANITARIA, COMENTARIO, AMPLIAÇÃO, ORÇAMENTO, PERIODO, GOVERNO, EXPECTATIVA, REGULAMENTAÇÃO, FINANCIAMENTO, SETOR.

O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Sistema Único de Saúde nasceu com a Constituição de 1988. Avanços significativos foram conquistados em conjunto pelos governos federal, estaduais e municipais. É tempo de comemorar seus 20 anos.

A Carta Fundamental de 88 trouxe cidadania aos brasileiros ao estabelecer o direito à Saúde como dever do estado. A partir da sua promulgação, mais de 70 milhões que brasileiros passaram a ter acesso aos serviços de saúde. Eram brasileiros sem qualquer acesso à saúde porque não tinham emprego formal com carteira assinada. Estavam entregues à caridade, à filantropia e até mesmo à morte, por falta de atendimento.

O Brasil partiu de um sistema totalmente centralizado, sem nenhum controle social, corrupto, privatizado e centrado na atenção hospitalar, para o SUS, um sistema universal, radicalmente descentralizado, com controle social, e que atende a todos os brasileiros sem distinção de cor, credo, idade ou classe social. Temos, hoje, um modelo onde a participação do setor público, principalmente na atenção primária, cresceu muito. Poucos percebem que o SUS, na prática, constituiu uma profunda reforma do estado brasileiro.

Os indicadores de saúde atuais, sob qualquer ponto de vista, demonstram avanços robustos e consistentes. As 27 mil equipes do Programa Saúde da Família cobrem quase 100 milhões de brasileiros. Estudo realizado pelo Ministério da Saúde, entre 1998 e 2004, demonstra que os municípios com maior cobertura desse programa reduziram o registro de óbitos por causas mal definidas em menores de um ano de idade, de 22,3%, em 1998, para 10,9%, em 2003.

No mesmo período, a proporção de recém-nascidos com mães sem nenhuma consulta de pré-natal caiu de 8,54% para 2,95%. O número de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais, reduziu-se de 52,30 para 37,7 por grupo de 10.000 habitantes, refletindo o impacto positivo das ações de atenção básica no controle das doenças hipertensivas. Além disso, destaca-se também que, associado ao Bolsa Família, o programa foi responsável pela diminuição em 52% das desnutrição infantil.

Por ano, o sistema realiza 11 milhões de internações e 130 milhões de doses de vacinas cobrem milhões de brasileiros. Temos, ainda, 184 mil pacientes de aids tratados pelo estado com medicamento anti-retroviral, além dos 2 bilhões de procedimentos ambulatoriais e hospitalares realizados a cada ano. Um sistema gigante, que significa ampliação do acesso das pessoas.

Nos últimos seis anos, o orçamento federal para a Saúde aumentou mais de 80% (de R$ 28 bilhões, em 2002, para os atuais R$ 52,5 bilhões). São recursos ainda insuficientes, mas indispensáveis para garantir a continuidade do acesso de todos os brasileiros às ações e serviços de saúde, da vacinação infantil ao procedimento mais complexo, como o transplante de órgãos.

É chegada a hora de colocarmos em pauta a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29. Definir ações e serviços de saúde, para que, mais de R$ 9 bilhões ingressem no sistema.

O SUS tem uma eficiência brutal, por fazer o que faz, com os recursos de que dispõe. O sistema presta um conjunto de ações que todos os brasileiros, ricos e pobres, usam. Apesar de pensarem que não usam. Por exemplo, a vigilância sanitária, que controla medicamentos, cosméticos e alimentos. A vigilância sanitária é integrante do SUS e garante a qualidade desses produtos.

A saúde é uma das prioridades deste governo e ampliar o acesso aos serviços e melhorar a assistência prestada à população são metas a serem atingidas. O SUS é a maior política de inclusão social deste país e o acesso deve ser ampliado e qualificado ainda mais. É assim que determina a Constituição e cada brasileiro deve lutar pela sua manutenção. O desafio imposto a todos desta casa é trabalhar incansavelmente por esse sistema, de forma que cada brasileiro reconheça a conquista que ele representa.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/04/2008 - Página 8453