Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à siderurgia brasileira através da USIMINAS e, em especial, ao Engenheiro Rinaldo Campos Soares, que durante dezoito anos presidiu a referida empresa. (como Líder)

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Homenagem à siderurgia brasileira através da USIMINAS e, em especial, ao Engenheiro Rinaldo Campos Soares, que durante dezoito anos presidiu a referida empresa. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 14/05/2008 - Página 13889
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, EX PRESIDENTE, USINAS SIDERURGICAS DE MINAS GERAIS S/A (USIMINAS), ELOGIO, BIOGRAFIA, DETALHAMENTO, GESTÃO, EVOLUÇÃO, SIDERURGIA, BRASIL, INTEGRAÇÃO, COMPANHIA SIDERURGICA PAULISTA (COSIPA), INDUSTRIA SIDERURGICA, INICIO, TRABALHO, EMPRESA ESTATAL, RECUPERAÇÃO, DIVIDA, POSTERIORIDADE, PRIVATIZAÇÃO, REGISTRO, DADOS, EXPANSÃO, GRUPO ECONOMICO, IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MUNICIPIO, IPATINGA (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).

            O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pela Liderança da minoria. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, uma das principais áreas da economia brasileira é a siderurgia. Gostaria de aqui homenagear a siderurgia brasileira, através de uma das empresas mais importantes do meu Estado e do País, a Usiminas. E vou fazê-lo prestando homenagem ao engenheiro Rinaldo Campos Soares, que, depois de 18 anos, deixa a presidência da Usiminas, com uma história que se funde com a da própria empresa. Na direção, ele ajudou a consolidar o maior complexo de aços planos da América Latina, formado por duas grandes siderúrgicas - a Usiminas e a Cosipa - e mais 14 empresas.

            Formado no curso de Engenharia e Metalurgia da Escola de Minas do Ouro Preto e com título de Doutor em Metalurgia pela Universidade de Paris, Rinaldo começou sua trajetória na Usiminas em 1971, como assessor do Departamento de Engenharia Industrial.

            Digo que sua história se confunde com a da empresa, porque, menos de 20 anos depois, em 1990, foi escolhido para presidir a siderúrgica e, já no primeiro ano de sua gestão, deparou com o desafio de conduzir a privatização da Usiminas e, a partir daí, as novas etapas de expansão e desenvolvimento da empresa.

            V. Exªs devem lembrar que a Usiminas deu início ao bem-sucedido processo de privatização na área siderúrgica no Brasil, com leilão realizado em outubro de 1991. Naquela ocasião, um plano de metas foi traçado, envolvendo investimentos de U$2,1 bilhões - o maior volume já realizado por uma siderúrgica brasileira. Os resultados trouxeram a otimização da produção, a atualização tecnológica, sem esquecer a proteção ambiental. Ou seja, paralelamente à adaptação da livre-iniciativa, a Usiminas estabeleceu prioridades para seu posicionamento no mercado siderúrgico de forma competitiva e sustentável.

            Rinaldo Campos Soares foi o único diretor de uma ex-estatal que continuou no período pós-privatização. Conseguiu tomar uma empresa que, embora tivesse um gigantesco potencial - que seu desenvolvimento posterior, aliás, confirmou -, estava, na época, endividada, com o parque industrial necessitando de atualização e com limitações importantes nos investimentos, na atuação comercial e na gestão, e transformá-la em uma das maiores empresas siderúrgicas do mundo, com um valor de mercado estimado, no final de 2007, em R$27,5 bilhões, com uma receita líquida, no primeiro trimestre de 2008, de R$3,6 bilhões, e um lucro líquido, no mesmo período, de R$646 milhões.

            A empresa, aliás, obteve o “grau de investimento” antes do Brasil e é a única siderúrgica das Américas a ser relacionada no Índice de Sustentabilidade Dow Jones. Foi também uma das primeiras siderúrgicas do mundo a receber, já em 1996, a norma internacional ISO14001, por suas ações de proteção ao meio ambiente.

            Em 1993, a Usiminas inaugurou a Galvanização Eletrolítica, com investimentos de US$228 milhões.

            Em 1999, dentro desse Plano de Otimização da Produção, a Usiminas investiu US$852 milhões em dois projetos: a nova linha de tiras a frio e a criação da Unigal, capacitando-se para atender também à demanda da produção automobilística crescente no Brasil.

            No mesmo ano, a Usiminas inaugurou a mais moderna linha de laminação a frio do País, com capacidade para produzir um milhão de toneladas/ano de aços laminados.

            Esses investimentos, feitos na primeira década da gestão de Rinaldo Soares, propiciaram a formação do Sistema Usiminas, um conjunto de empresas ligadas à produção, ao beneficiamento, ao transporte e à distribuição de produtos siderúrgicos.

            Privatizada, Soares multiplicou os lucros da Usiminas e a transformou em modelo de eficiência.

            Caros colegas Senadores e Senadoras, a década atual também se tem mostrado promissora para a Usiminas e para o desenvolvimento do País e da siderurgia nacional.

            Em 2005, alguns acontecimentos foram particularmente importantes: a conclusão do fechamento de capital da Cosipa, que se tornou subsidiária integral da Usiminas; a estréia na bolsa espanhola Latibex; a parceria estratégica com o Grupo Techint na América Latina, para controle da Argentina Siderar, da venezuelana Sidor e da mexicana Hylsamex. A nova empresa tem capacidade instalada de 12 milhões de tonelada/ano. Em 2005, também houve o lançamento do Plano de Expansão para 2015, com o objetivo de expandir a produção e modernizar as usinas.

            A atuação de Rinaldo Soares, Srªs e Srs. Senadores, foi fundamental para que a Usiminas consolidasse a integração da Cosipa. Ele também foi o responsável pela recuperação da Usiminas Mecânica e pela aquisição do controle acionário de diversas outras empresas ligadas ao negócio do aço.

            Em 2006, a Usiminas assinou novo acordo de acionistas, importante para o fortalecimento de suas estruturas.

            Em 2007, como já tive oportunidade de anunciar nesta tribuna, o conselho administrativo da Usiminas aprovou investimento de US$2 bilhões na expansão da usina de Ipatinga, na região central de Minas. A grande Ipatinga, que compõe também Coronel Fabriciano e Timóteo, tem mais de 500 mil habitantes. Essa expansão vai permitir aumentar a produção em 2,2 milhões de toneladas de aço por ano. As operações terão início entre 2010 e 2011. A unidade de Ipatinga também vai receber uma nova coqueira, com capacidade para produzir 750 mil toneladas de carvão siderúrgico por ano.

            A Usiminas ainda tem planos para injetar US$2,7 bilhões para aumentar sua capacidade de produção - investimentos que, em princípio, devem ser feitos na unidade de Cubatão, no litoral paulista. Esses recursos vão permitir a expansão em três milhões de toneladas de aço por ano.

            Ao todo - já caminho para o encerramento do meu discurso, Sr. Presidente -, o Sistema Usiminas anunciou, em 2007, investimentos de até US$9 bilhões para os próximos anos. Já agora, em 2008, a Usiminas finalizou a aquisição de importantes áreas de minério de ferro em Itaúna, Minas Gerais, que darão à empresa melhores condições de fornecimento de matéria-prima para continuidade de sua fundamental atuação na siderurgia brasileira.

            Caros colegas, para quem ainda não sabe, a partir de sua criação, em 1962 - com capital japonês da Nipon Steel e estatal do Governo Federal, na sua maioria -, a Usiminas praticamente construiu a cidade de Ipatinga, por meio de investimentos em educação, saúde, moraria, cultura, meio ambiente e esporte. Em sua gestão, Rinaldo Soares, que agora se afasta da presidência da empresa, depois de 18 anos, intensificou esse processo. Hoje, Ipatinga tem IDH de 0,806 - superior à media nacional, que é de 0,792.

            A consolidação da Usiminas na liderança do mercado interno de aços planos e a intensificação de sua atuação socialmente responsável, seu apoio à cultura, deram a Soares, um mineiro tranqüilo de Divinópolis, a condição de um dos principais executivos do País.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, depois de 18 anos na presidência da Usiminas, Rinaldo Soares transfere agora a direção da empresa a outro metalurgista, Marco Antônio Castello Branco, executivo mineiro de grande preparo pessoal e que, após dirigir a Vallourec&Mannesmann, em Belo Horizonte, estava agora na direção mundial de tubos a quente da holding Vallourec na França.

            Temos certeza de que ele dará continuidade aos projetos de expansão da Usiminas, uma empresa que orgulha os mineiros e os brasileiros.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/05/2008 - Página 13889