Discurso durante a 83ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Senador Sibá Machado, suplente da Senadora Marina Silva. Homenagem de pesar pelo falecimento do operador de câmera da TV-Senado, Sr. Alíbio Vieira da Cruz.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Senador Sibá Machado, suplente da Senadora Marina Silva. Homenagem de pesar pelo falecimento do operador de câmera da TV-Senado, Sr. Alíbio Vieira da Cruz.
Aparteantes
Arthur Virgílio.
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/2008 - Página 16013
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DESPEDIDA, SENADO, SIBA MACHADO, SUPLENTE, EX MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), ELOGIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ENGAJAMENTO, INTERESSE SOCIAL, DEFESA, REGIÃO AMAZONICA, PROJETO, GOVERNO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AGRADECIMENTO, DISPONIBILIDADE, APOIO, ORADOR, SAUDAÇÃO, RETORNO, MARINA SILVA, SENADOR, ESTADO DO ACRE (AC), EXPECTATIVA, CONTINUAÇÃO, LUTA, BENEFICIO, MEIO AMBIENTE.
  • HOMENAGEM POSTUMA, SERVIDOR, SENADO, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, na próxima sexta-feira farei um pronunciamento, se o Senador Mão Santa estiver aqui para abrir os trabalhos às 9 horas, para uma prestação de contas detalhada acerca da viagem que fiz, ao lado dos Senadores Heráclito Fortes, José Nery e Marconi Perillo, a alguns países da Costa Ocidental africana. Farei isso na sexta-feira.

Hoje, Sr. Presidente, venho a esta tribuna porque perdi, no dia de ontem, por conta dessa mesma viagem, uma solenidade desta Casa, do Senado, quando prestou uma homenagem ao meu colega, Senador pelo Acre, Sibá Machado, que esteve presente no dia de ontem aqui. Sibá, que já retornou ao seu Estado, o Estado do Acre, a sua cidade, a cidade de Rio Branco. E eu perdi essa manifestação de vários Senadores.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Permite-me, Senador.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Pois não, Senador Arthur Virgílio.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - V. Exª toca num assunto que, para mim, é muito caro de fato. Eu também perdi esse momento a que V. Exª se refere. Eu tenho pelo Senador Sibá Machado uma amizade muito forte. E, aqui, sempre o estimulei, quando ele chegava para sua experiência legislativa. Sempre vi nele uma figura de Partido, uma figura correta. Certa vez ele me pergunta - e ele deve se lembrar disso -, numa hora difícil para ele, o que deveria fazer, e eu o aconselhei a fazer o que ele fez. Eu disse: “Tenha lado. O seu lado é esse; o meu é o outro. Siga o seu lado e vá com respeito aos seus colegas, vá com firmeza, enfim”. Eu recebo de braços abertos essa figura insigne, essa figura decente, que é a Ministra Marina; porém, lamento a perda do convívio, temporariamente que seja, com esse amigo que eu ganhei, uma figura simples. Pouca gente aqui sabe, mas eu freqüentava a casa dele, porque o Sibá descobriu que eu era pé quente: quando o nosso Flamengo jogava, eu ia lá e era vitória na certa; muitas vezes contra o seu Botafogo, inclusive. Mas tenho por ele um carinho muito grande. Lamento muito estarmos sem o convívio de Sibá, mas ele sabe que tem um amigo em mim, em qualquer latitude em que me encontre: na Oposição, no Governo ou fora da política.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Obrigado, Senador Arthur Virgílio. Não tenho dúvida de que as palavras de V. Exª em relação a esse grande companheiro, a esse homem público que é Sibá Machado, são verdadeiras e registram a convivência de V. Exªs, os embates, naturais da democracia, na defesa dos respectivos projetos políticos. E Sibá soube, com muita coragem, com muita firmeza, com muita determinação, defender os seus. Em alguns momentos de profunda dificuldade, de radicalidade do embate, Sibá, o companheiro Sibá, como era conhecido carinhosamente, soube defender este Governo, o nosso Governo.

Como dizia, perdi ontem essa solenidade por conta da viagem. Porém, quero refletir um pouco sobre essa experiência do segundo mandato do Presidente Lula. Chego eu a esta Casa, e o Sibá já mostrava, em um tempo pequeno, uma grande experiência em participar desse projeto político que foi eleito em 2002.

Quero dizer da minha admiração por esse grande homem público, que é Sibá Machado, militante do PT, dirigente do Partido no Estado do Acre, dirigente do Partido em nível nacional, mas um militante lá na nossa região. Quero testemunhar o desafio que foi para o nosso companheiro Sibá Machado, que nunca tinha participado de nenhuma Casa Legislativa - isso não é critério, mas é um desafio -, sair do movimento social e vir para o Senado realizar o debate político, a discussão política, fazer a defesa do nosso Governo. Essa foi uma experiência nova para o Sibá. Ele saiu daqui, com certeza - e não poderia ser de outra forma -, como um Senador vitorioso.

Sibá veio dos movimentos sociais da Amazônia para o Senado da República para participar dessa experiência recente do Partido dos Trabalhadores, ter um Presidente da República, para dar sustentação política ao nosso Governo. O Sibá foi de uma valentia, de uma transparência, de uma dignidade, que eu não poderia ficar calado e deixar de registrar as minhas palavras a esse grande companheiro da Amazônia, a esse grande Senador.

Sibá passou pelo Senado e, com certeza, ele está ao lado dos grandes exemplos do Senado da República, com a sua simplicidade, com a sua maneira de caminhar, com o seu olhar amazônido. Sibá foi um Senador da Amazônia. Sibá foi um Senador das populações tradicionais. Sibá foi um Senador que saiu da transamazônica. Um homem da Amazônia, que caminhou pela grandeza, pelas distâncias da Amazônia, e conseguiu, pela sua liderança, por seus méritos, ser dirigente político do PT, ser dirigente dos movimentos sociais lá do Estado do Acre.

Penso que a suplência, naquele contexto de 2002, não poderia ter sido diferente. A suplência da Senadora Marina não poderia ter sido outro nome senão o do nosso companheiro Sibá Machado.

Portanto, Sr. Presidente, eu quero me associar às manifestações que foram feitas no dia de ontem e fazer, no dia de hoje, esta minha reflexão, esta minha fala. Quero inclusive dizer ao companheiro Sibá que aprendi com ele aqui no Senado; ele sempre se colocou disponível, como um companheiro de Partido, a me ajudar nos meus primeiros passos nesta Casa.

O melhor cenário para mim seria a personalidade da Amazônia, a Ministra Marina Silva, ter continuado ali no Ministério do Meio Ambiente - S. Exª é um símbolo da Amazônia, um símbolo da luta em defesa ambiental - e o Sibá aqui. Mas tenho que respeitar a decisão da Ministra Marina Silva. E a Ministra volta, e não posso ter outra posição senão “seja bem-vinda, Ministra Marina Silva. Vamos partilhar desta trincheira, desta caminhada importante de discussão daquilo que é do interesse do Senado, daquilo que é do interesse público. Vamos discutir permanentemente a trajetória da caminhada do nosso Governo, este Governo que tem o Presidente Lula na sua condução; este Governo que tem tantos homens públicos em seus ministérios”.

A Ministra Marina Silva deixa de ser Ministra, mas penso que ela será uma eterna Ministra ambiental, por tudo o que fez, pelas lutas que travou à frente do Ministério, pela reafirmação implacável em defesa do meio ambiente no território brasileiro e, fundamentalmente, na Amazônia brasileira. A Ministra desempenhou um grande papel à frente desse Ministério e será lembrada sempre como a Ministra Marina Silva. Venha para cá e seja bem-vinda. Vamos continuar a nossa caminhada de luta, desta vez, aqui no Senado da República, nesta tribuna, neste plenário.

Registro aqui a minha saudade do companheiro Sibá como Senador. Como companheiro, ele vai continuar na Amazônia, no seu Estado, que é o Acre, fazendo o que sempre fez: a defesa da coisa pública, a defesa da Amazônia, a defesa dos povos indígenas, a defesa das populações tradicionais da Amazônia. Ele, com certeza, fará isso, porque sempre o fez. Não terá mais a tribuna do Senado, mas terá as praças da Amazônia, as reuniões populares, as ruas, os lagos, Senador Mão Santa, porque o Sibá sempre fez isso.

Sibá, filho do Piauí, cidadão do Acre, cidadão do Brasil, cidadão do Senado da República, é um dos homens que, com certeza - como disse anteriormente -, se perfila ao lado dos grandes Senadores. Certamente, Sibá é um dos grandes homens da nossa Amazônia brasileira.

Por fim, Sr. Presidente, não poderia deixar de fazer um registro, ao lado de Senadores que neste dia prestaram homenagem póstuma, a um servidor desta Casa, servidor simples que ficava ali atrás da câmera, o Sr. Alíbio Vieira da Cruz. Justamente ele que fazia o registro dos nossos trabalhos, do dia-a-dia dos Senadores, que procurava o melhor ângulo para jogar as nossas imagens, imagem dos Senadores e dos trabalhos, para o Brasil.

O Sr. Alíbio faleceu de ontem para hoje em sua residência. Quero registrar isso com muito pesar e prestar a minha solidariedade à sua família. Era um servidor a quem eu sempre, quando passava ali, no fundo do plenário, dava o meu boa-tarde, o meu boa-noite. Hoje, fui surpreendido com a notícia; não sabia. Estranhei a ausência do servidor. Só soube há pouco dessa perda.

Então, quero prestar minha solidariedade à família, aos seus amigos aqui do Senado, a este servidor do Senado que, para fazer um trabalho grandioso, ao lado das outras câmeras, procurava o melhor ângulo para transmitir os trabalhos desta Casa.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/2008 - Página 16013