Discurso durante a 85ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários ao Relatório da BM&F, referente ao ano de 2007.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Comentários ao Relatório da BM&F, referente ao ano de 2007.
Publicação
Publicação no DSF de 27/05/2008 - Página 16625
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, RELATORIO, BOLSA DE MERCADORIAS, BALANÇO ANUAL, EXERCICIO FINANCEIRO ANTERIOR, ALTERAÇÃO, ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA, ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, INCLUSÃO, AÇÕES, BOLSA DE VALORES, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), AUMENTO, NUMERO, CONTRATO, EMPRESA, RECEITA OPERACIONAL, RECEITA LIQUIDA, LUCRO REAL, INFLUENCIA, ESTABILIDADE, CRESCIMENTO, ECONOMIA NACIONAL.
  • DESCRIÇÃO, HISTORIA, BOLSA DE MERCADORIAS, CRESCIMENTO, PERIODO, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL, ECONOMIA NACIONAL, REFORÇO, ENTIDADE, SUPERIORIDADE, BOLSA DE FUTURO, MUNDO, NUMERO, NEGOCIAÇÃO, CONTRATO, AMERICA LATINA.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, BOLSA DE MERCADORIAS, APOIO, INSTITUIÇÃO ASSISTENCIAL, INCENTIVO, ESPORTE, EDUCAÇÃO, CRIAÇÃO, INSTITUIÇÃO CULTURAL, SAUDAÇÃO, PRESIDENTE, FUNCIONARIOS, INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, recebi, dias atrás, o Relatório da BM&F - a Bolsa de Mercadorias e Futuros - referente ao ano de 2007. E fiquei impressionado, Senhor Presidente. Na verdade, não apenas com as conquistas do ano passado, mas com tudo que aquela instituição vem realizando em seus pouco mais de vinte anos.

            Criada em 1985, a BM&F cresceu e consolidou-se num período extremamente turbulento para a economia mundial e, por conseqüência, para a economia de nosso País. Seus primeiros anos, afinal, coincidiram com uma sucessão de eventos pouco animadores: a grave crise enfrentada pelo México; a desvalorização em 30% da moeda brasileira; a desilusão com o Plano Cruzado, após um período inicial de euforia; os resultados pouco expressivos dos Planos Cruzado II e Bresser; a moratória na dívida externa brasileira; o crash da Bolsa de Nova York, em 1987; os resultados também pouco expressivos dos Planos Collor I e II; as crises da Ásia, da Rússia e da Argentina.

            Ainda assim, Senhor Presidente, a BM&F foi ganhando musculação, foi se consolidando, até firmar-se como a maior bolsa de futuros do mundo - e a maior da América Latina - no número de contratos negociados.

            E se chegou a esse ponto, se foi capaz de tornar-se cada vez mais sólida e competitiva, é porque sempre soube tomar as medidas certas, e no tempo oportuno.

            Cito a seguir algumas dessas medidas, a título de exemplo.

            Na década de 1990, Senhoras e Senhores Senadores, a BM&F fortaleceu sua posição no mercado nacional por meio de acordos operacionais com a Bolsa de Mercadorias de São Paulo, em 1991, e com a Bolsa Brasileira de Futuros, em 1997. Isso permitiu que ela se firmasse como o principal centro de negociação de derivativos da América Latina.

            O relacionamento com as bolsas e os órgãos reguladores e governamentais do exterior foi estreitado com a criação, em 1993, da BM&F USA, escritório de representação em Nova Iorque.

            Em 2002, a empresa adquiriu participação majoritária na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro e coordenou o processo de criação da Bolsa Brasileira de Mercadorias. No mesmo ano, concluiu importantes reformas decorrentes da implantação do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro, lançando a Clearing de Câmbio.

            Em 2004, para que a instituição pudesse ampliar seu espaço estratégico de atuação, foram iniciadas as atividades da Clearing de Ativos e do Banco BM&F.

            De qualquer forma, mesmo admitindo-se a relevância de tantas conquistas anteriores, não há como negar que o ano de 2007 foi especialmente marcante.

            No ano passado, Sr Presidente, a BM&F aprovou nova estrutura de governança corporativa e de auto-regulação. Uma estrutura que estabelece a segregação entre as atividades relacionadas à administração da Bolsa e aquelas que dizem respeito à auto-regulação de seus sistemas de registro, negociação, compensação e liquidação.

            Também em 2007, a BM&F iniciou um trabalho de desmutualização, que lhe permitiu preparar-se para a abertura de capital. Os direitos patrimoniais dos antigos associados foram desvinculados dos direitos de acesso e convertidos em participações acionárias. E as atividades relacionadas ao Instituto Educacional, à Associação Profissionalizante, ao Clube de Atletismo e ao Espaço Cultural permaneceram sob a responsabilidade da Associação BM&F.

            No mês de setembro, foi celebrado contrato com a General Atlantic LLC, que adquiriu ações dos acionistas da BM&F equivalentes a 10% de seu capital social. Assim, os negócios passaram a ser conduzidos visando o benefício dos acionistas a longo prazo.

            Finalmente, em 30 de novembro do ano passado, chegou-se ao coroamento desse processo: as ações da BM&F estrearam no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo - a Bovespa -, com enorme sucesso. Basta dizer que mais de 250 mil investidores, na condição de pessoas físicas, adquiriram 28,6 milhões de ações. E 806 investidores estrangeiros qualificados arremataram nada menos que 231,4 milhões de ações.

            Outros números, Senhoras e Senhores Senadores, também podem ilustrar quão significativo foi o crescimento da BM&F no exercício de 2007. Os contratos negociados, por exemplo, passaram de 283,6 milhões em 2006 para 426,3 milhões em 2007: um aumento de 50,4%. A receita operacional líquida subiu de 388,2 milhões de reais para 550,6 milhões: aumentou 41,8%. O resultado operacional deu um pulo quase inacreditável de 66%: passou de 176,1 milhões de reais a 292,4 milhões. E o lucro líquido consolidado, vejam só, aumentou 48,7%: foi de 197,2 milhões de reais em 2006 a 293,3 milhões de reais em 2007.

            É claro, Senhor Presidente, que esses resultados positivos se ancoraram no extraordinário momento vivido pelo Brasil. Afinal, o ambiente macroeconômico de nossos dias, que se distingue pela estabilidade, pela previsibilidade, permite às empresas investir com um grau bem mais elevado de confiança e desenvolver projetos de mais longo prazo.

            Mas isso de nada adiantaria se a BM&F não fizesse, também, a sua parte. E, como vimos, ela tem feito. Tanto tem feito que, por exemplo, detém hoje 95% do mercado doméstico de derivativos. Suas três Clearings - Derivativos, Câmbio e Ativos -, que atuam como contraparte central dos mercados, respectivamente, de derivativos, de moedas e de títulos públicos federais, estão incluídas entre as cinco câmaras de compensação consideradas sistemicamente importantes pelo Banco Central. O Banco BM&F vem exercendo sua função de custodiante com resultados cada vez mais expressivos.

            E tudo isso, Senhoras e Senhores Senadores, a BM&F vem conseguindo sem descuidar dos chamados ativos intangíveis. O apoio a entidades sociais, o incentivo ao esporte olímpico brasileiro, a criação de um Espaço Cultural e de um Instituto Educacional, a preocupação em valorizar seu patrimônio humano, são provas de que também nessa área a instituição vem tendo comportamento exemplar.

            Portanto, neste momento, na pessoa do Presidente do Conselho de Administração da BM&F, Sr. Manoel Felix Cintra Neto, quero cumprimentar os mais de quinhentos profissionais que exercem atividades na companhia. Seu trabalho, estejam certos, tem sido de essencial importância para o nosso País.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/05/2008 - Página 16625