Pronunciamento de Pedro Simon em 22/04/2008
Discurso durante a 58ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Voto de louvor à vida pública do Senador Humberto Lucena que, se vivo, estaria completando hoje 80 anos de idade.
- Autor
- Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
- Nome completo: Pedro Jorge Simon
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Voto de louvor à vida pública do Senador Humberto Lucena que, se vivo, estaria completando hoje 80 anos de idade.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/04/2008 - Página 10399
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, HUMBERTO LUCENA, EX SENADOR, ESTADO DA PARAIBA (PB), APRESENTAÇÃO, VOTO, ELOGIO, VIDA PUBLICA.
- SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, OBRA LITERARIA, AUTORIA, HUMBERTO LUCENA, EX SENADOR.
O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Igualmente, Sr. Presidente, ao ilustre Líder da Paraíba apresento os meus votos de homenagem à família, porque hoje são exatamente 80 anos, a data do seu aniversário. E de tristeza, porque há poucos dias, exatamente há 13 dias, nós sofremos e votamos o voto de pesar pelos dez anos de falecimento de Humberto Lucena. Uma grande figura neste Parlamento, Sr. Presidente, lá na Câmara e aqui no Senado. Foi nosso Líder do velho MDB, nas horas mais difíceis e mais dramáticas que o País atravessou, um líder com autoridade, com autenticidade; foi duas vezes Presidente desta Casa e nosso Líder do PMDB aqui nesta Casa.
Humberto Lucena se impôs ao respeito e à admiração do povo brasileiro. Humberto Lucena era exatamente pelo seu estilo, pela sua forma de ser; no seu gabinete, em torno dele, ele reunia as grandes Lideranças do MDB para buscar o entendimento, para buscar a fórmula, muitas vezes dramática para se encontrar o que o PMDB ou o velho MDB poderia fazer para sair das crises em que se encontrava.
Tenho o maior respeito pelo querido e bravo Senador que foi Humberto Lucena.
Tenho o maior respeito pela sua família; o maior respeito pela sua querida esposa, a Dona Ruth Maria, uma senhora de luta e de garra. Lembro-me de Lucena, um homem humilde, um homem simples.
A sua esposa tinha uma venda de animais domésticos. Esse negócio cresceu, se desenvolveu, ela fez uma atividade tão intensa que, com as suas economias, comprou uma casa. Lucena dizia para nós: “Pois é, a minha casa é fruto do trabalho da minha mulher”.
Vivi o drama de Lucena lá em São Paulo, as várias cirurgias que ele sofreu. Candidato certo, nomeação certa para Governador da Paraíba, não pôde se candidatar porque sua saúde não permitiu. Mesmo doente, mesmo sem campanha, reelegeu-se pela terceira vez Senador por seu Estado.
Eu me lembro da falta que o Lucena fez à Bancada do PMDB. Na própria Paraíba, com a sua morte, o partido, que era poderoso, forte - Governador, três Senadores -, se viu numa posição de disputa interna, e as pessoas, pela falta da competência de alguém como Lucena, não tiveram condições de levar adiante o seu trabalho.
Um abraço aos seus filhos, à querida Deputada lá na sua capital, e à Lisle, sua filha que trabalha aqui conosco.
Lanço aqui, para fazer parte dos Anais - quem diria! -, a poesia que o pai Humberto Lucena, com o nome “Sinhazinha”, deixou em homenagem à sua filha Lisle.
SINHAZINHA
Naqueles tempos de outrora
N’uma casa de qualquer rua
Havia um rosto de fora
Na clara noite de lua
Era o da meiga Sinhazinha
Que tão pura quanto bela
Ao se deitar a mãezinha
Aparecia na janela
Vinha ouvir o trovador
Que marcara aquela data
Pra declarar seu amor
Durante a serenata
Escutava a sorrir
As canções que ele cantava
E depois indo dormir
Ela então assim sonhava
Via a sua mucama
Uma preta velha querida
Bem junto de sua cama
Ninando a menina garrida
Contava lindas histórias
Como a da Carochinha
Descrevia pompas e glórias
Na lenda de uma rainha
Narrava a de João e Maria
Que usando boas maneiras
Livrara-se certo dia
Das garras da feiticeira
Falava de Cinderela
Naquele baile tão belo
E do sapato que ela
Perdeu lá no castelo
Quem diria! O bravo e extraordinário Lucena, com a beleza e a pureza da poesia, dirigindo-se à sua filha!
Aliás, a sua filha Lisle, graças a V. Exª, à Mesa do Senado, realiza um trabalho em um apartamento abandonado, não usado pelo Senado. Ela e uma equipe realizam um dos trabalhos mais extraordinários, a Oficina do Papai Noel: mais de 1,5 mil crianças recebem, para a vida, para o ano inteiro, o necessário para alimentação, roupa, higiene, material escolar. Um trabalho fantástico que merece o respeito e a admiração de todos nós.
Agradeço ao querido Senador, nosso bravo amigo Efraim Morais, pela iniciativa - ele, em primeiro lugar, e eu, em segundo, apresentamos esse documento. Agradeço também à Casa e a V. Exª pela honra de podermos aprová-lo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.