Discurso durante a 58ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Voto de louvor à vida pública do Senador Humberto Lucena que, se vivo, estaria completando hoje 80 anos de idade.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Voto de louvor à vida pública do Senador Humberto Lucena que, se vivo, estaria completando hoje 80 anos de idade.
Publicação
Publicação no DSF de 23/04/2008 - Página 10399
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, HUMBERTO LUCENA, EX SENADOR, ESTADO DA PARAIBA (PB), APRESENTAÇÃO, VOTO, ELOGIO, VIDA PUBLICA.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, OBRA LITERARIA, AUTORIA, HUMBERTO LUCENA, EX SENADOR.

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Igualmente, Sr. Presidente, ao ilustre Líder da Paraíba apresento os meus votos de homenagem à família, porque hoje são exatamente 80 anos, a data do seu aniversário. E de tristeza, porque há poucos dias, exatamente há 13 dias, nós sofremos e votamos o voto de pesar pelos dez anos de falecimento de Humberto Lucena. Uma grande figura neste Parlamento, Sr. Presidente, lá na Câmara e aqui no Senado. Foi nosso Líder do velho MDB, nas horas mais difíceis e mais dramáticas que o País atravessou, um líder com autoridade, com autenticidade; foi duas vezes Presidente desta Casa e nosso Líder do PMDB aqui nesta Casa.

            Humberto Lucena se impôs ao respeito e à admiração do povo brasileiro. Humberto Lucena era exatamente pelo seu estilo, pela sua forma de ser; no seu gabinete, em torno dele, ele reunia as grandes Lideranças do MDB para buscar o entendimento, para buscar a fórmula, muitas vezes dramática para se encontrar o que o PMDB ou o velho MDB poderia fazer para sair das crises em que se encontrava.

            Tenho o maior respeito pelo querido e bravo Senador que foi Humberto Lucena.

            Tenho o maior respeito pela sua família; o maior respeito pela sua querida esposa, a Dona Ruth Maria, uma senhora de luta e de garra. Lembro-me de Lucena, um homem humilde, um homem simples.

            A sua esposa tinha uma venda de animais domésticos. Esse negócio cresceu, se desenvolveu, ela fez uma atividade tão intensa que, com as suas economias, comprou uma casa. Lucena dizia para nós: “Pois é, a minha casa é fruto do trabalho da minha mulher”.

            Vivi o drama de Lucena lá em São Paulo, as várias cirurgias que ele sofreu. Candidato certo, nomeação certa para Governador da Paraíba, não pôde se candidatar porque sua saúde não permitiu. Mesmo doente, mesmo sem campanha, reelegeu-se pela terceira vez Senador por seu Estado.

            Eu me lembro da falta que o Lucena fez à Bancada do PMDB. Na própria Paraíba, com a sua morte, o partido, que era poderoso, forte - Governador, três Senadores -, se viu numa posição de disputa interna, e as pessoas, pela falta da competência de alguém como Lucena, não tiveram condições de levar adiante o seu trabalho.

            Um abraço aos seus filhos, à querida Deputada lá na sua capital, e à Lisle, sua filha que trabalha aqui conosco.

            Lanço aqui, para fazer parte dos Anais - quem diria! -, a poesia que o pai Humberto Lucena, com o nome “Sinhazinha”, deixou em homenagem à sua filha Lisle.

SINHAZINHA

Naqueles tempos de outrora

N’uma casa de qualquer rua

Havia um rosto de fora

Na clara noite de lua

Era o da meiga Sinhazinha

Que tão pura quanto bela

Ao se deitar a mãezinha

Aparecia na janela

Vinha ouvir o trovador

Que marcara aquela data

Pra declarar seu amor

Durante a serenata

Escutava a sorrir

As canções que ele cantava

E depois indo dormir

Ela então assim sonhava

Via a sua mucama

Uma preta velha querida

Bem junto de sua cama

Ninando a menina garrida

Contava lindas histórias

Como a da Carochinha

Descrevia pompas e glórias

Na lenda de uma rainha

Narrava a de João e Maria

Que usando boas maneiras

Livrara-se certo dia

Das garras da feiticeira

Falava de Cinderela

Naquele baile tão belo

E do sapato que ela

Perdeu lá no castelo

            Quem diria! O bravo e extraordinário Lucena, com a beleza e a pureza da poesia, dirigindo-se à sua filha!

            Aliás, a sua filha Lisle, graças a V. Exª, à Mesa do Senado, realiza um trabalho em um apartamento abandonado, não usado pelo Senado. Ela e uma equipe realizam um dos trabalhos mais extraordinários, a Oficina do Papai Noel: mais de 1,5 mil crianças recebem, para a vida, para o ano inteiro, o necessário para alimentação, roupa, higiene, material escolar. Um trabalho fantástico que merece o respeito e a admiração de todos nós.

            Agradeço ao querido Senador, nosso bravo amigo Efraim Morais, pela iniciativa - ele, em primeiro lugar, e eu, em segundo, apresentamos esse documento. Agradeço também à Casa e a V. Exª pela honra de podermos aprová-lo.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/04/2008 - Página 10399