Discurso durante a 89ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso do Dia da Indústria, ocorrido em 25 de maio corrente. (como Líder)

Autor
José Maranhão (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: José Targino Maranhão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Homenagem pelo transcurso do Dia da Indústria, ocorrido em 25 de maio corrente. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 30/05/2008 - Página 17185
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, INDUSTRIA, RECONHECIMENTO, IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.
  • ANALISE, CRESCIMENTO, INDUSTRIA NACIONAL, REGISTRO, DADOS, SAUDAÇÃO, LANÇAMENTO, GOVERNO, PROGRAMA, DESENVOLVIMENTO, PRODUÇÃO, PREVISÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, LONGO PRAZO.
  • ELOGIO, INDUSTRIA AERONAUTICA, VITORIA, EMPRESA BRASILEIRA DE AERONAUTICA (EMBRAER), COMPETIÇÃO INDUSTRIAL, MUNDO, REGISTRO, HISTORIA, MINISTERIO DA AERONAUTICA (MAER), CRIAÇÃO, EMPRESA ESTATAL, PATRIMONIO, INSTITUTO TECNOLOGICO DE AERONAUTICA (ITA), FORMAÇÃO PROFISSIONAL, ENGENHEIRO, IMPLEMENTAÇÃO, PROJETO, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, DEMONSTRAÇÃO, IMPORTANCIA, INVESTIMENTO, EDUCAÇÃO.
  • SAUDAÇÃO, PROVIDENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRIAÇÃO, UNIVERSIDADE, INTERIOR, AMPLIAÇÃO, NUMERO, CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA (CEFET), INVESTIMENTO, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, BUSCA, ATENDIMENTO, DEMANDA, MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA, INDUSTRIA.
  • DEFESA, CONTINUAÇÃO, PROCESSO, INDUSTRIALIZAÇÃO, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, BENEFICIAMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA, GRÃO, SOJA, DESENVOLVIMENTO, TECNOLOGIA, SETOR.

O SR. JOSÉ MARANHÃO (PMDB - PB. Pela Liderança do PMDB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, com muita oportunidade, por iniciativa do Senador José Tenório, logo secundada por diversos colegas, foi celebrada, neste Senado, a passagem do Dia da Indústria, comemorada no dia 25 de maio. Por motivos alheios à minha vontade - compromissos estaduais -, não pude estar presente na sessão especial. Entretanto, eu não poderia abrir mão da oportunidade de expressar o meu justo reconhecimento aos homens e mulheres que fazem a indústria brasileira.

Em boa hora, aconteceu a homenagem, cuja oportunidade é ainda maior, Sr. Presidente, na medida em que nos dá ocasião de assinalar o excelente momento pelo qual passa presentemente a indústria brasileira e ao mesmo tempo celebrar o futuro que se abre diante do nosso setor secundário com o anúncio recente do Programa de Desenvolvimento Produtivo.

Os números efetivamente mostram que o momento é positivo. No último trimestre, a produção industrial cresceu 6,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, 24º trimestre consecutivo de crescimento, mesmo que o ritmo tenha sido diminuído um pouco. O emprego industrial de janeiro a março aumentou 3%, enquanto a folha de pagamento real aumentou 2,7% de fevereiro para março e 8,7% em comparação com o mesmo período do ano passado. Também vem crescendo a participação dos produtos manufaturados em nossa pauta de exportações na qual esses produtos já representam mais da metade. Há, portanto, o que comemorar neste Dia da Indústria.

Já que estou homenageando a indústria nacional, Sr. Presidente, gostaria aqui de destacar, especialmente, um dos setores em que a nossa indústria atinge a mais alta excelência. Refiro-me, Srªs e Srs. Senadores, à indústria aeronáutica, justo motivo de orgulho nacional. Nossa Embraer se aproxima dos 40 anos, que completará, em 2009, como a maior indústria aeronáutica do hemisfério sul e a terceira maior do mundo, presente nos Estados Unidos, em Portugal, na França e na China.

Eu gostaria de dizer que os êxitos da Embraer de hoje são conseqüências lógicas do que foi a Embraer de ontem, ou seja, uma empresa estatal fundada sob o patrocínio de um instituto: o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, que montou um projeto hoje vitorioso, mas, no passado, decisivo para as vitórias que hoje o Brasil celebra por ter a maior indústria aeronáutica do hemisfério sul e a terceira maior indústria aeronáutica do mundo.

Por que isso? Porque o Ministério da Aeronáutica, no momento de feliz inspiração, resolveu chamar a si a montagem desse projeto e, paralelamente a isso, desenvolveu um instituto para a formação de quadros que, hoje, é um dos maiores também da América do Sul: o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, uma escola de nível superior que formou, e forma, os engenheiros que garantem o sucesso dos projetos que hoje estão levando a bandeira brasileira a todos os países do mundo.

É preciso fazer esse registro para mostrar que uma iniciativa estatal bem conduzida, e conduzida com seriedade, pode realmente oferecer a solução de que o Brasil precisará ainda para o desenvolvimento de tecnologias competitivas que precisam ser instaladas no Brasil, sobretudo no que respeita à indústria de informática.

É interessante o que nós contemplamos no cenário nacional: países outrora caracterizados por um imenso atraso, como a Coréia do Sul, Taiwan e, mesmo assim, a China continental, pela vontade de seus governantes, pela determinação obstinada de investir maciçamente na formação de quadros científicos e tecnológicos, resolveram partir com os olhos voltados para o futuro desses países. O Brasil precisa fazer o mesmo: não só continuar investindo na indústria aeronáutica, mas em outros ramos da indústria de ponta. Mas, para que isso aconteça, o Brasil, antes de tudo, tem de investir no ensino tecnológico e científico.

Neste ano, o Presidente Lula deu um passo importante em duas direções: na interiorização da universidade e na criação de inúmeros Cefets e escolas de ensino médio profissionalizantes, formando profissionais para um mercado já muito exigente nessa área, sobretudo as indústrias mais sofisticadas, a indústria eletrônica. Mas precisa investir muito mais ainda, e investir de forma corajosa e de forma ousada e ininterrupta.

É preciso que outros governos que se sucedam ao atual façam o mesmo e até invistam mais do que o atual, porque, para que o Brasil realmente recupere o tempo perdido, ele precisa investir nessas áreas como se estivesse num verdadeiro esforço de guerra. E, realmente, essa guerra é a guerra da competição, a guerra da tecnologia, a guerra da ciência, é a guerra mais importante que os tempos modernos nos reservam.

Empregando - estou me referindo ainda à Embraer - quase 24 mil pessoas e gerando milhares de outros empregos indiretos, tinha, no final de março último, uma carteira de pedidos firmes que já ultrapassava os US$20 bilhões. Possivelmente, não há maior símbolo da pujança do setor secundário nacional do que esse.

Quero crer, Sr. Presidente, que, se o momento pelo qual passa a nossa indústria atualmente é favorável, seu futuro não é menos auspicioso. Não foi por acaso que o Brasil foi elevado à categoria de grau de investimento: a situação econômica do País reflete condições propícias para que entremos em um ciclo de crescimento sustentável. E, nesse ciclo, a indústria tem de assumir um papel de protagonista.

É importante que o Brasil industrialize-se cada vez mais, sobretudo as suas matérias-primas, como, por exemplo, a soja. Estamos ainda comemorando, durante três anos consecutivos, safras exuberantes no setor de grãos, com destaque para a soja. Mas vejo com certa preocupação o fato de que o Brasil não está desenvolvendo a pesquisa científica no campo da industrialização da soja, a exemplo do que fez com o setor primário, o campo da agricultura, da soja e de outros produtos fundamentais para o desenvolvimento de nosso País. O Brasil precisa, sim, partir para uma posição de buscar, por meio da industrialização, agregar mão-de-obra e dominar tecnologias modernas que nos permitam exportar não apenas os produtos primários, mas também os produtos industrializados que são largamente produzidos pela nossa agricultura, que, pela própria natureza da nossa ecologia, disputa os espaços comerciais com vantagem em relação a muitos outros países do mundo.

Tenho certeza de que a recentemente anunciada Política de Desenvolvimento Produtivo, inspirada pelo objetivo de contribuir para esse crescimento sustentável de longo prazo da economia brasileira, vai efetivamente se mostrar uma aliada importante da indústria nos próximos anos. Focalizando nos imperativos de investir, inovar, exportar e fortalecer a micro e a pequena empresa, o Programa tem tudo para dar impulso e sustentabilidade ao processo de crescimento industrial visível nos últimos anos.

Faço votos, Sr. Presidente, de que nossas melhores esperanças de fato se verifiquem. É de fundamental importância para a saúde da nossa economia que a indústria nacional continue forte e fortaleça-se cada vez mais, gerando emprego, renda e bem-estar para toda a sociedade.

A todos os que fazem a força do setor secundário de nossa economia, deixo aqui meus parabéns pela passagem do Dia da Indústria, e meus sinceros agradecimentos pelos benefícios que geraram incansavelmente para o nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Senadores.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/05/2008 - Página 17185